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Ainda sobre a poluição no Rio Tejo

02-02-2018 - Henrique Pratas

Assistimos esta semana e na que passou ao anúncio de medidas para solucionar o aparecimento da espuma negra na zona de Abrantes no Rio Tejo, na minha opinião as medidas enunciadas são meramente operações de cosmética, porque se confinaram a penas a reduzir o caudal e emissão de descargas de resíduos realizadas para o rio, provenientes das produtoras de papel, por um período de 10 dias e com uma redução para cerca de metade do valor a que estavam autorizadas.

A meu ver as medidas são claramente insuficientes enão vão resolver nada se se pretende solucionar esta questão e tomar medidas que permitam ao rio Tejo voltar a ser o que era, há que proibir que estas empresas deitem quaisquer tipo de resíduos para o rio ou em alternativa, os resíduos a ser enviados para o mesmo sejam devidamente tratados para que quando sejam enviados para o rio não tenham quaisquer tipo de substância nociva ou que altere as condições naturais do mesmo, isto é possível e desejável, tem custos acrescidos, mas lembro que o que está em causa é a sobrevivência do maior rio português e muitas das atividades que o mesmo permite realizar para que muitas famílias possam viver dele.

Acresce ainda a esta medida que foi enunciada, que eu não ouvi, provavelmente não prestei a devida atenção que não foi enunciada nenhuma medida ação/medida para proceder à limpeza do mesmo que se encontra completamente poluído por objetos obsoletos que muitos encontram à mão para se desfazerem dos mesmos da forma mais simples e rápida e sem custos acrescidas, apesar de existir perto de Constância um aterro sanitário destinado ao depósito destes tipos de objetos, mas o rio está mais à mão e vá de se servirem daquilo que é de todos sem sequer pedirem autorização.

A medida que foi enunciada para a mim é apenas metade ou menos daquilo que deveria ser feito, que era a limpeza do Rio Tejo, mas uma limpeza geral e profunda, não uma operação de cosmética para que se calem os mais atentos, porque amanhã ou passados os 10 dias volta tudo à primeira forma.

Como lhes escrevo e vocês sabem o Rio Tejo é o maior rio de Portugal, muitos se preocupam que Espanha tenha construído em Almaraz centrais nucleares e como se devem ter recordar, tempos houve em que os defensores do meio ambiente português proclamavam que pretendiam que Espanha fechasse a central nuclear referida e então nós por cá cometemos todo o tipo de atentados contra o bom estado de conservação do Rio Tejo e ninguém se insurge contra isso, foi necessário que surgisse a espuma castanha, talvez provocada por descuido de uma das fábricas de celulose que se encontra a funcionar nas margens do Tejo para se gritar aqui del rei. Não entendo este tipo de comportamento, porque não existe coerência, existem dois pesos e duas medidas, é legítima a preocupação com o funcionamento das centrais nucleares em Espanha perto do Rio Tejo mas relativamente ao que diz respeito à nossa conservação pelo bom estado do mesmo muito poucos se preocupam e medidas tomadas para que os atentados ambientais que diariamente são cometidos em território nacional, não existem.

Na minha humilde opinião o Rio Tejo necessita de uma “limpeza geral” e depois de esta ser realizada há que manter o rio em bom estado de conservação e sem quaisquer tipo de abusos por parte de quaisquer tipo de energúmenos, para poder permitir aos que sobrevivem ainda da pesca que é praticada no mesmo poderem sobreviver e permitir às famílias usufruírem da calmaria e dom bom ar que este nos proporciona, para já não me referir à possibilidade de se poder tomar uns banhos refrescantes em pleno Verão.

Não queria terminar este meu texto sem deixar de fazer alusão a uma prática desportiva que virou moda entre mas margens do Arripiado e de Tancos. Há uns anos desta data começaram a realizar-se provas de motonáutica entre as duas margens, eu não tenho nada contra a prática da motonáutica, mas não deixei de reparar que esta prática desportiva trouxe para aquela zona mais poluição provenientes dos combustíveis e óleos que as embarcações utilizam e para além disso trouxeram também uma poluição sonora do arco-da-velha, o barulho dos motores é ensurdecedor, nos dias em que existem provas ora contem também com os dias de treinos e afinações e imaginem o ruído que é introduzido nestas pacatas aldeias sem pedir “licença”.

As populações nada têm feito e alguns dos autarquias que superintendem estas duas aldeias não se têm pronunciado sobre o pretexto de esta modalidade poder trazer mais benefícios turísticos para a zona onde é desenvolvida eta atividade, mas é umas contas que eles não fazem e que são quais os benefícios associados e os prejuízos causados, provavelmente estes últimos têm uma dimensão maior do que os primeiros.

Urge “limpar” o Rio Tejo de uma vez por todas e não fazer operações de cosmética.

Henrique Pratas

 

 

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