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PARTIDOS NOVOS OU NOVOS PARTIDOS

26-01-2018 - Henrique Pratas

Como é do vosso conhecimento já ocorreram duas experiências em Portugal pelo menos de se criarem novos partidos políticos, com ambições de chegarem a um lugar de destaque, o primeiro foi o PRD (Partido Renovador Democrático) e o segundo foi o PDR (Partido Democrático Republicano) e os dois foram um flop por diferentes razões.

O primeiro, PRD, foi criado à imagem de uma figura mítica que surgiu com maior destaque no 25 de novembro que viria depois a ser depois Presidente da República, refiro-me ao general Ramalho Eanes. Todas as pessoas que eu conheço e que estiveram na génese da formação do partido “empurraram” o ex-presidente da república que teimosamente se recusava a integrarem as fileiras do partido, deles fizeram parte alguns nomes sonantes alguns do partido socialista, que saíram porque não lhe deram o lugar que queriam e outras figuras com sede do poder decidiram incorporar um projeto politico sem ideologia politica, o que é conhecido é o conteúdo programático com que se propuseram às primeiras eleições e para grande surpresa da maior parte de nós e deles tiveram uma votação inesperada que lhes permitiu ocupar lugares na Assembleia da República e conseguir colocar pessoas em lugares desejados por muitos mas inalcançáveis por poucos, mas conseguiram o efeito imagem do general Ramalho Eanes produziu efeito no eleitorado, o pior foi depois, como sabem duraram apenas uma legislatura, depois desapareceram completamente do mapa e hoje poucos se lembram deles e a grande motivo que levou a que isto acontecesse está relacionado com o facto de não possuírem uma ideologia politica e uma base de apoio suportada por sindicatos que lhes dessem apoio. Em determinada altura a sede de poder era tanta que pensaram mesmo em aliar-se ao PPD/PSD e integrarem as suas fileiras, posso-vos até contar que no inquérito realizado aos seus militantes quem é que queriam ter como Presidente da República, ouve que pessoas que escreveram que quem devia ocupar era António de Oliveira Salazar, imaginam a confusão que grassava naquele partido sem ideologia politica.

Os interesses particulares sobrepuseram-se aos interesses partidários e uns querendo puxar o PRD para o PSD/PPD e outros a fazer força para que continuassem sozinhos, deu no que deu nas seguintes eleições desapareceram do espectro politico deixando uma vez mais quem tinha votado neles perfeitamente indignados e desiludidos, mas nós somos assim em Portugal prometemos e não cumprimos, não há volta a dar.

Nas últimas eleições legislativas apareceu o PDR, com muitas pessoas cheias de boa vontade e somente isso em criar um partido diferente para defender os interesses das pessoas. Mau grado as boas intenções daqueles que deram e fizeram o melhor que sabiam, não conseguiram arranjar uma pessoa que tivesse o mesmo impacto que o general Ramalho Eanes, Marinho e Pinto foi a figura de proa, mas como diz o Povo, “quem muito fala pouco acerta”. Uma coisa ele conseguiu, levar à certa alguns crentes em que era possível mudar o País de tal modo que levaram muito boa gente, com princípios e valores a entrar nas suas fileiras e a desenvolverem um excelente trabalho, só que lhes faltava um coisa fundamental, um programa politico, muito bem gizado, apoio por parte dos representantes dos trabalhadores e que a maior parte dos que rodearam Marinho e Pinto, não se deixassem enganar pela sua conversa, pois é meus caros, compraram uma imagem que se demonstrou à evidência não ser aquilo que aparenta ser, por isso e como o povo é sábio e como já tinha ocorrido o mesmo com o PRD, o povo votante que já estava queimado e quando viu tanta conversa e pouca ação, encolheu-se e como sabem o único que conseguiu os seus intentos foi Marinho e Pinto, o resto das brilhantes e abnegadas pessoas que deram o “litro”, sentem-se hoje enganadas como aqueles poucos que neles votaram. Mas diz-se que se escreve direito por linhas tortas e neste último caso o PDR, não tomou em consideração o que tinha ocorrido com o PRD é que convém saber factos e a história repete-se meus caros foi o que aconteceu com o PDR, um bom grupo cheio de pessoas impolutas e de bom vontade não é condição necessária e suficiente para ganhar eleições e fazer valeu o seu ponto de vista ou os seus objetivos para o País. A história será contada um dia destes pequenos e tristes episódios, a forma como ocorreram, o que de facto se passou, quem esteve onde e fez o quê, fiquem tranquilos que quem se interessar por estes “fenómenos” irem um dia ao baú e encontrará os documentos e pessoas necessárias para poder contar o que na realidade se passou, até lá, vamos ouvindo aqui e acolá algumas deixas, queixumes ou aos mais afortunados nestas “aventuras” o sucesso que tiveram nas sua vidas pessoais e profissionais, saibamos esperar, que isto não é uma prova de 100 metros é de resistência.

O espaço politico português não suporta mais partidos, os que existem já são demais, a meu ver e basta ver o que acontece nas eleições sejam elas de que cariz sejam, o que necessitamos é que os pessoas que estão nesta área e no desenvolvimento das suas atividades politicas o façam de forma impoluta, séria, honesta e sem mentiras.

Henrique Pratas

 

 

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