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Abril Águas Mil, Esperanças Mil

11-04-2014 - Eduardo Milheiro

Diz o povo que Abril é águas mil, digo eu que Abril esperanças mil, mas até está mau para ter esperança em Abril.

Definitivamente a descrença começa-se a apoderar de mim, eu que sempre me considerei um lutador. Talvez seja da idade. Apesar de tentar resistir, sinto que a força me vai faltando.

O mais grave disto tudo, é que já começo a acreditar que as palavras não me vão levar a lado nenhum, nem a mim nem aos portugueses que sofrem com o estado a que chegámos. Abril não está a ser cumprido; a democracia só está a funcionar em part-time; os direitos adquiridos são palavras que já não existem; o respeito pela constituição da república é uma coisa que já passou à história; a justiça funciona em duas bandas: uma para os pobres - que se não a cumprirem até o penico lhe levam - e outra para os ricos - que não pagam pelos crimes que praticam e já praticaram e que deveriam estar presos, antes pelo contrário, são absolvidos e ilibados de pagarem contra ordenações que expiram com prazos e outras artimanhas que o estado de Direito lhes proporciona, como se estivesse a ser feito um branqueamento de criminosos a troco não sei de quê.

Deve ser pelas palavras não resultarem que cada vez sonho mais com a revolução francesa, aquela imagem da guilhotina não me sai da cabeça. Talvez porque foi usada para trabalhar com as cabeças, e dou por mim a pensar que seria a melhor maneira de resolvermos esta situação a que chegámos: uma máquina daquelas colocada numa praça de Lisboa e a funcionar se fosse preciso por turnos, até que o neoliberalismo, berço da extrema-direita fascista, desapareça da face do nosso país.

É que na verdade, depois de tanta eleição, de tantos aldrabões surgirem para a política desde o 25 de Abril de 74, tudo se desmanchou, fruto da incompetência e do despudor de gentalha que aproveitando a política e a liberdade dada pela revolução, aproveitaram-se da mesma para enriqueceram, para tratarem bem da sua vida e mandarem à merda o povo português.

É cada vez mais óbvio para mim, que só com uma revolução a sério, e desta vez com menos flores e mais aço, poderemos inverter o caminho para que nos levam, que é o da pobreza e da miséria. Seria mais razoável fazer o ajustamento das finanças e da economia pela desvalorização da moeda e não pelos cortes nos salários, nas pensões, na educação e na saúde, renegociando a dívida, capital e juros e a consequente saída do euro.

Eu estou farto da Europa da chamada união. Não quero ser um braço da Alemanha. Todo este sofrimento é feito em nome do Euro, que não é mais do que uma tentativa falhada que os Alemães arranjaram para concorrer com o dólar americano, pois as cotações internacionais dos maiores países que transaccionam “All Around the World” continuam a ser em dólares; o euro não conseguiu cumprir a missão para que foi criado pelos alemães.

Temos de mudar de agulha, como fazem os comboios, sobe pena de nos quedarmos no Burkina Faso da Europa.

Com isto tudo, só me apetece dizer, REVOLUÇÃO PRECISA-SE.

Eduardo Milheiro

 

 

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