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ABUTRES

27-10-2017 - Henrique Pratas

Como sabem Abutre é o nome vulgar dado às aves accipitriformes da família Accipitridae, de hábitos necrófagos, conhecidas também como abutres-do-velho-mundo. Os abutres assemelham-se exteriormente aos urubus e condores (os abutres-do-novo-mundo), mas estes pertencem à família Cathartidae. Os abutres são aves de grande envergadura, usando correntes de ar quente para planar, têm cauda pequena e geralmente são desprovidos de penas na cabeça.

Os abutres são mais longevos em relação a outras aves, chegando a viver 30 anos em cativeiro.

Na Mitologia Oriental e Egípcia

Nos antigos Hieróglifos Egípcios, o termo "Mãe" era representado por um abutre - tome-se, como exemplo, a deusa Mut (também chamada "A Mãe dos Deuses") que tem no seu nome, em escrita Hieroglífica, esta imagem representativa. A conotação entre os dois termos ("mãe" e "abutre") devia-se à crença antiga (não apenas egípcia, mas também partilhada com outras civilizações a Oriente) de que só existiam, entre estas aves, indivíduos do sexo feminino. A fecundação (necessária à propagação da espécie - facto não ignorado pelos povos descritos) ocorreria numa altura em que as aves deixariam que o vento as fecundasse enquanto voavam. É interessante perspetivar a existência de uma associação entre a "Mãe dos Deuses" egípcia, Mut, e a palavra "Mãe" em Latim, "mater", em grego, "μητέρα" (foneticamente, para o português, "mitéra") e mesmo noutras línguas do norte da Europa.

A deusa Ísis, Mãe de Hórus (- facto que a leva a incorporar alguma da personalidade de Mut) também é representada deste modo. Vejam-se, por exemplo, os diversos sarcófagos expostos em Londres (galeria Egípcia do British Museum) ou Turim (Museu Egípcio de Turim) em que os tampões superiores contêm geralmente a representação de Ísis com as suas asas de abutre envolvendo a Múmia - observe-se também que Ísis é ocasionalmente representada como um abutre sobrevoando o corpo de Osíris (conotação com a sua representação no sarcófago, em que "sobrevoa" o corpo mumificado - e conotação com a realidade hoje em dia conhecida do animal que é, por natureza, um necrófago e, consequentemente, tem tendência para sobrevoar cadáveres). A própria origem do termo "sarcófago" (que significa, na nossa linguagem, "comedor de carne") poderá ter relação com as representações recorrentes de Isís sobre a forma de abutre que se encontram nestes contentores funerários, como referido - salienta-se, portanto, a relação que existe entre o atributo de "necrófago" do animal e o atributo de "comedor de carne" do sarcófago.

A ideia de uma “Mãe” fecundada pelo vento (e tenha-se que “vento” seria representativo de “espírito” ou “anima”, na Antiguidade) não é algo exclusiva da religião Egípcia. Esta ideia está, na realidade, representada em religiões a Oriente e a Ocidente, algumas das quais ainda subsistem.

Anatomia Geral do Trato Digestivo

O abutre apresenta o trato digestório típico das aves em geral, porém com muitas especializações adaptativas para sua dieta estritamente carniceira. O alimento é ingerido em grandes porções pelo uso de seu bico afiado que separa pedaços de carne de uma carcaça, o alimento é ingerido pelo auxílio de sua língua espessa e encaminhado para o esôfago. O palato mole é o responsável pelo encaminhamento do alimento diretamente para o esôfago, sem ocorrer possibilidade dele cair nas vias respiratórias e provocar asfixia ou infeções nos pulmões. Após a passagem pelo esôfago, o alimento chega ao papo e posteriormente à moela, na qual, diferentemente das outras aves, não há digestão mecânica. O quimo (bolo alimentar) chega ao intestino delgado e posteriormente ao grosso e finalmente sai pela cloaca.

Este é uma breve descrição entre o abutre ave é que ver e ter em consideração o abutre humano, que em termos de forma difere muito da ave, mas que em termos de se alimentar e de sobrevivência não difere muita desta e na nossa sociedade o que não nos faltam são abutres em toda a verdadeira aceção da palavra e basta estar uma pouco atento para poder verificar que se escondem nos locais mais recônditos, à espreita para poder ver quando é que a presa já com a carne putrefacta podem avançar para “debicar” o que ainda resta.

Isto é o que está a acontecer com as vítimas dos incêndios que devem estar atentas a estas aves de rapina. Há conhecimento de que existem falsos funcionários da EDP no terreno

A presença destas personagens mal-intencionadas foi detetada pela GNR.

A Câmara de Pampilhosa da Serra alertou a população contra possíveis burlões, após os graves incêndios que atingiram a zona. De acordo com o presidente da autarquia, a GNR detetou a presença de pessoas a percorrer as aldeias do concelho fazendo-se passar por funcionários da EDP com o objetivo de assaltar.

“Tivemos um alerta da GNR, dando-nos conhecimento que há burlões no terreno, aproveitando-se desta situação mais débil das pessoas a fim de roubar as pessoas, tentar de alguma forma prejudicá-las”, explicou.

O autarca acrescenta que além de falsos funcionários da EDP, os “abutres” apresentam-se também como familiares de vítimas dos incêndios.

A autarquia apela à comunidade para que “não abram a porta a qualquer pessoa, que se certifiquem da identidade das pessoas e da entidade que representam, não por palavras mas por documentos”.

De acordo com o mais recente balanço feito pela Proteção Civil, na sequência dos incêndios de domingo morreram 43 pessoas e cerca de 70 ficaram feridas, mais de uma dezena das quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

Foram estes monstros que a nossa sociedade gerou e que nós deixássemos que vingassem, não basta a desgraça que se abateu sobre os cidadãos das regiões afetadas para agora aparecerem “abutres” para ainda lhes arrancaram o resto que lhes sobrou.

Tendo conhecimento destes factos entendo que as autoridades com competências para o efeito neste País devem carregar forte e feio nestas personagens que nada de valor acrescenta a esta sociedade e que o nosso sistema judicial deve punir exemplarmente estes “abutres” que se aproveitam da desgraça alheia, há que moralizar o sistema e fazer com que os cidadãos passem a contar com as autoridades policiais para os protegerem e com o sistema judicial para os proteger de quem os quis prejudicar de forma abusiva e premeditada.

Henrique Pratas

 

 

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