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Um país medíocre!

20-10-2017 - Francisco Pereira

Culpados somos todos, uns por inépcia, outros por omissão, a maioria por incompetência. Os incêndios devastadores de Junho e os incêndios devastadores de Outubro, são o espelho de um país miserável e medíocre, um país de gente miserável, governada por uma súcia de indigentes intelectuais de fazer arrepiar o cabelo, que mais não são que o espelho de uma sociedade miserável, torpe e mentecapta, que não conhece nem dá valor à sua história ao seu país, à sua cultura como aquilo que tem de melhor.

Apontar o dedo aos políticos é fácil. É o mais racional, afinal são eles que mandam, ou antes, que fingem mandar, porque a primeira lição que poderemos tirar destas infelizes ocorrências é a de que os políticos não mandam nada. No entanto se olharmos atentamente sobre a maneira como tratamos as nossas matas e florestas, depressa percebemos quão medíocres somos, que a culpa também é nossa, porque enquanto sociedade somos uns dejectos obscenos, uns javardos ignorantes.

Procurar culpados, no actual governo, no anterior ou noutro antes, é um exercício de cobardia e de estupidez, de cobardia porque apontamos e queremos imputar apenas aos outros as nossas faltas, de estupidez porque afinal quem elegeu aquela súcia de ineptos, fomos nós, isto sem prejuízo de os Primeiros-ministros, Ministros da Agricultura, Justiça e Administração Interna dos últimos 30 anos deverem ser todos sem excepção acusados de homicídio por negligência, isso sim seriam consequências políticas dos seus actos.

Bem os vejo a vociferar nas televisões, aos abutres politiqueiros, todos esquecidos que são tão ou mais culpados que aqueles a quem acusam, de quem pedem demissões, tem sido demasiado vergonhoso, ver esta ralé politiqueira arrastar-se no lodaçal que criou, gritando “aqui d’el Rei”, apontando o dedo uns aos outros, com declarações infelizes, com moções de censura que revelam apenas a realidade atroz, o governo e oposição são a mesma súcia medíocre.

Olhava um destes dias para a figura triste, que uma dessas medíocres figurinhas da partidocracia pútrida, fazia na televisão, acolitada por dois dos seus apaniguados, todos vestidos de preto, ares plásticos e tom de voz grave, pareciam urubus, esqueceu-se que há bem pouco tempo era ministra tendo nessa qualidade, pouca, promulgado legislação que permitiu mais um avanço no regabofe do eucalipto, deu-me vómitos aquela criatura asquerosa.

Tem esta gente toda as mãos tintas do sangue dos que infelizmente pereceram. Não estão porém sós, todos nós temos o sangue dessa gente nas mãos, por causa dos nossos actos de omissão, de não querer saber de olhar para o lado, estas tragédias são o epitáfio de um país à deriva, sem cidadãos dignos desse nome, um país habitado por uma sociedade de energúmenos.

Vão sair demissões, acusações e reclamações, a malta vai juntar-se fazer umas procissões, queimar velas à santinha e continuará tudo como antes, muita incúria, muito laxismo, muito faz de conta, até ao próximo desaire.

Termino endereçando as mais sinceras condolências às famílias de todos os que pereceram, recordando as sábias palavras de um grande homem, há muito desaparecido.

“Cada reluzente floresta de pinheiros, cada grão de areia nas praias, cada gota de orvalho nos escuros bosques, cada outeiro e ate o zumbido de cada insecto é sagrado para a memória e para o passado do meu povo.”

Chefe Seattle da tribo Suquamish/Duwamish

Francisco Pereira

 

 

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