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A VALA DE ALMEIRIM

13-10-2017 - Francisco Pereira

Aqui no redondel local da luta partidária, é frequente surgir um tema, quase sempre puxado pelos mesmos intervenientes, uns pobres patetas, que aparentemente não tendo mais nada em que pensar, volta e meia, normalmente em tempos de luta partidária, retiram a temática da gaveta bafienta onde guardam os temas recorrentes, quiçá por falta de intelecto para prover a mais e ou melhores temas, lá surgindo o tema “Vala de Almeirim”.

Aceito plenamente que a luta partidária exista, não existem temas que não se possam trazer para a liça da disputa eleitoral, no entanto este tema, da Vala de Almeirim, é apenas um tema esgrimido por medíocres, que só se lembram dele em período eleitoral.

Aquilo a que chamamos Vala de Almeirim, também se conhece por Vala de Alpiarça, Vala Real, Ribeira de Ulme, Rio Alpiaçoilo ou de Alpiarça, tem a sua nascente no Semideiro, Aranhas de Cima, no Concelho de Abrantes. Ao longo de 65 quilómetros atravessa quatro Concelhos, Abrantes, Chamusca, Alpiarça e Almeirim.

Já em território do Concelho da Chamusca descreve uma longa curva começando a correr paralelamente ao Rio Tejo, correndo, de nordeste para sudoeste, até à sua foz nas proximidades de Benfica do Ribatejo, onde entronca no Tejo, aquilo a que chamamos Vala é na realidade um pequeno curso de água, um rio, cuja existência com o traçado actual também se deve a uma intervenção hidráulica realizada no séc. XIX com o objectivo de criarem condições de navegabilidade, servindo também para melhorar as condições de salubridade, bem como um ponto de irrigação para aproveitamento agrícola dos solos.

Feito o intróito, o resto explica-se por si só. Aliás se fizermos uma analogia simples; imagine o leitor que vive no rés-do-chão de um prédio com, digamos três andares, o vizinho do terceiro andar varre a porcaria, escada abaixo, o do segundo igual, o do primeiro para não ficar atrás, o mesmo faz.

Ora a porcaria vai acumular-se onde? Pois precisamente onde o dilecto leitor mora, no rés-do-chão, junto com a sua própria porcaria. Com a Vala de Almeirim, passa-se precisamente o mesmo. A porcaria é libertada pelos quatro Concelhos, ao longo do percurso do rio, sem que nenhum desses Concelhos, tenha planos para a contenção dessa poluição, nem sequer com isso devem estar preocupados, penso eu, olhando para o panorama nacional, ninguém está preocupado com o excesso de poluição dos nossos rios e sistema hidrológico, um dia, não muito longínquo tudo isto irá dar em catástrofe.

Mas voltemos à “vaca fria”, que sentido fará, meia dúzia de patetas, andarem a clamar contra o autarca de Almeirim, por causa do estado miserável da Vala de Almeirim, se a montante existem outros três poluidores. Isto sem prejuízo de o município se dever preocupar efectivamente com o problema de um curso de água que poderia ser uma mais valia para o concelho, e que não é.

Num artigo que li, sobre o tema, patrocinado pela súcia pateta, enche-se a boca com a “eutrofização”, vocábulo debitado até à exaustão, sem se explicar que esse palavrão significa apenas que a água de tão cheia de nutrientes e de adubos, que escorrem por esses campos fora, cria as condições perfeitas para espécies de plantas aquáticas como o jacinto de água (Eichhornia crassipes), invadirem os cursos de água.

A saturação de adubos e outras substâncias perigosas, decorre da actividade agrícola, mas não só, cujo recurso a pesticidas e adubos, polui os cursos de água e os aquíferos subterrâneos, junte-se a isso descargas várias, de algumas unidades industriais, descargas de efluentes não tratados, escorrências urbanas e outros casos não identificados, fazem com que o curso de água, esteja poluído.

Eu acredito que os assuntos devam ser debatidos, devem sê-lo com honestidade intelectual e com verdade, não devem ser como este tema, que é esgrimido, de tempos a tempos quando dá jeito, de forma torpe e demagógica por um grupelho medíocre, uma súcia de ineptos subservientes, que nem sabe daquilo que fala, querem falar do tema, façam-no com verdade e não como argumento medíocre de luta política, a Vala de Almeirim agradecia. Até porque existem casos bem mais graves e nunca vi essa súcia de mendigos intelectuais falar disso, será que nem sequer conhecem a terra onde vivem?

Francisco Pereira

 

 

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