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SUBSERVIÊNCIA NÃO É LEALDADE

04-08-2017 - Francisco Pereira

Os políticos nacionais gostam imenso de se rodear de gente que acreditam ser-lhes leal. Na mais das vezes rodeiam-se antes de lambe botas subservientes, não se rodeiam de gente leal. Os políticos portugueses deveriam receber um manual onde aprendessem a distinguir a subserviência da lealdade.

Deviam aprender, que quem deles discorda, não está necessariamente contra, que quem questiona não estar a tentar arruinar a credibilidade nem apoucar o seu desempenho, deviam aprender que os que abanam o rabo, pouco fazem, escondendo a falta de competência com essa subserviência canina lambe boteira.

É triste constatar que cheios de medo de serem questionados, repreendidos ou contrariados, os políticos nacionais constroem as suas cortes, com ineptos, com incapazes e inúteis que de preferência não ofusquem o brilho do chefe, como se fosse um concurso de beleza, não sei se o fazem de propósito mas é aterrador, verificar as hordas parolas que rodeiam muitos dos nossos politiqueiros e verificar a súcia de cães de loiça, sempre a abanar o rabo, que os rodeia.

O político nacional não gosta da dialéctica do contraditório, que sempre fez nascer a luz, não gosta que lhe digam não, não gosta de ponderar de conferenciar, gosta de decidir como e quando quer, o que invariavelmente dá merda, como se têm visto milhentas vezes por essa país fora, mesmo quando por demais avisados, os nossos políticos parecem não conseguir descolar de certas manias, de maneirismos egocêntricos que por vezes roçam a paranóia.

A Subserviência não é Lealdade, muito menos a Lealdade implica subserviência, ou antes não deveria. Porque em abono da verdade, o que mais se vê, infelizmente, são actos miseráveis de subserviência canina, o que nos pode levar a pensar que os nossos políticos tem na verdade aversão a algo que tanto glorificam que é a Democracia, no fundo o que temos ali são hordas de aspirantes a tiranetes, bajulados até à exaustão por súcias de lambe botas, criando redes tentaculares de clientelismos, facto que depois se observa com as nomeações de amigos, de amigas, de primos e primas e de todos aqueles a quem devem favores, patético.

A disciplina partidária imposta na Assembleia da República é o exemplo mais flagrante deste desconcerto miserável, não esquecendo que aquela gente está ali para defender os direitos e garantias dos seus eleitores e não as espúrias e por vezes, demasiadas vezes, medíocres intenções partidárias, a disciplina partidária é o hino do servilismo canino, que achincalha a Democracia, que menospreza os eleitores e que faz ruir todo o edifício do tão mentirosamente propalado Estado de Direito democrático.

Lealdade é uma coisa que os nossos políticos desconhecem e pior que isso menosprezam, lealdade é respeitar o próximo, as suas ideias e opções, mesmo quando delas se discorda, lealdade é um bem muito escasso, que quando se perde dificilmente se volta a ganhar.

Francisco Pereira

 

 

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