Edição online quinzenal
 
Quinta-feira 2 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

As declarações da Dra. Teodora Cardoso

28-03-2014 - Eduardo Milheiro

Com todo o respeito que a presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, me merece, não posso deixar de ficar estupefacto com duas afirmações da referida senhora:

- Taxar os levantamentos que são feitos nas contas bancárias onde são depositados os salários e as pensões.

- A propósito do nível salarial: “Os salários não vão nunca subir muito. Portugal vai competir com países com salários baixos", disse.

Não posso deixar de ficar surpreendido com este tipo de afirmações, de uma economista, uma mulher que intervém politicamente na vida nacional, eu que pensava que a senhora era uma defensora dos pobres e oprimidos pelo sistema neo-liberal da Europa.

Mas mesmo assim, tenho de o dizer: é preciso não ter vergonha nenhuma nem consideração por quem foi roubado nas suas pensões e salários, pelos que foram lançados no desemprego e que hoje dificilmente têm dinheiro para comer. Aliás, muitos já comem na “sopa dos pobres”, é que a grande maioria dos portugueses não tem um ordenado como o da senhora, não esquecendo que a senhora pertencendo ao Banco de Portugal, faz parte daquela casta especial que não foram afectados pelos cortes nos subsídios nem nos salários.

Quando às declarações que fez no primeiro dia das jornadas parlamentares do PSD em Viseu, esta sua opção é ideológica, neoliberal, pois quando vejo 70 economistas nacionais e mais 74 internacionais defenderem para Portugal um caminho diferente, este tipo de declarações só pode ser de conforto para a política do governo PPD/CDS, de que a senhora muito deve gostar.

Não sendo economista, parece-me que Portugal não pode crescer pelo corte dos salários, tem de crescer pela inovação e pela produção, com empresas com gente com competência (que estamos a deixar sair para a emigração) e fundamentalmente pela qualidade. É que me parece que a senhora tem andado distraída, não tem visto os empresários e empresas que cresceram, dizer que não foi pelos salários baixos nem pelos impostos, mas pela qualidade e uma nova abordagem no mercado internacional (o que é bom é caro); é isto que eles têm feito, porque para preços baixos temos os chineses, pois com esses nem que reduzíssemos os salários para metade conseguiríamos competir.

O Governo PPD/CDS, nalguns casos com o apoio do PS, apostou no empobrecimento dos portugueses como medida fundamental para controlar o deficit público, caminho errado que conduz ao precipício, é para lá que vamos caminhando se ninguém puser cobro à situação a que chegámos. Com as vacilações do PS não me parece que consigamos chegar a algum lado a não ser mais austeridade, mais cortes no orçamento de estado de 2015, em cerca de mais 2000 milhões de euros, o que significa que uma sombra de negra paira sobre as nossas cabeças, mas esta sombra negra é semelhante à peste negra, vai-nos liquidar a todos.

Se eu fosse católico praticante, apetecia-me dizer: que Deus nos proteja e nos livre destes Vendilhões do Templo.

Eduardo Milheiro

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome