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Portugal é o segundo país europeu onde mais se confia nas notícias

30-06-2017 - Henrique Pratas

Um estudo realizado revela que a confiança varia nos 36 países analisados, sendo a Finlândia o país onde a confiança atinge a percentagem mais elevada, enquanto a Grécia e a Coreia do Sul são os países com o nível de confiança mais baixo.

Portugal é o segundo país europeu onde mais se confia nas notícias, a seguir à Finlândia, apresentando uma percentagem de confiança a rondar os 58%, revela um estudo divulgado esta quinta-feira.

De acordo com o Digital News Report 2017, realizado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism, a confiança nos media varia de forma significativa nos 36 países analisados, sendo a Finlândia o país onde a confiança atinge a percentagem mais elevada (62%), enquanto a Grécia e a Coreia do Sul são os países com o nível de confiança mais baixo (23%).

A confiança desce sete pontos percentuais, para 43%, desde o referendo do 'Brexit'.

Quase um terço da amostra (29%) afirma que evita as notícias frequentemente ou por vezes e destes, quase metade (44%) diz fazê-lo porque as notícias têm um efeito negativo no seu humor e um terço (33%) diz que não confia na veracidade das notícias.

O estudo revela ainda que em Portugal, as três marcas offline mais usadas como fonte de notícias são a SIC, a TVI e a RTP, enquanto no online as mais citadas são o Notícias ao Minuto, o Sapo e a SIC Notícias.

O relatório traça também o perfil de tendência política dos respondentes relacionando-o com os órgãos de comunicação social, concluindo, por exemplo, que o “Diário de Notícias” é mais lido por pessoas com tendência ideológica mais de esquerda, enquanto o “Observador” é mais lido por pessoas com tendência mais de direita.

Amostra 70 mil pessoas em 36 países

O relatório, baseado num inquérito online a 70 mil pessoas, em 36 países, sublinha que mais de metade dos respondentes (54%) utiliza as redes sociais como fonte de notícias, mas salienta um declínio no uso do Facebook nalguns países onde aumentou a popularidade das “apps de messaging”.

Relativamente ao papel das redes sociais, apenas um quarto (24%) acreditam que as redes sociais fazem um bom trabalho na separação dos factos da ficção, comparando com os 40% que acham que os media fazem um bom trabalho.

Em países como os Estados Unidos, a probabilidade de alguém acreditar mais nos media é duas vezes superior (20%/38%) e a Grécia surge como o único país onde as pessoa acreditam num melhor trabalho das redes sociais, porque a confiança nos órgãos de comunicação social é muito baixa (28%/19%).

O estudo conclui também que as plataformas estão a evoluir, graças ao aumento das aplicações e dos smartphones, tornando-se uma forma predominante de aceder às notícias.

De uma maneira geral, os alertas de notícias nos telemóveis estão a transformar-se numa das formas mais importantes de descobrir notícias, com a Suécia, os Estados Unidos (EUA) e a Coreia do Sul a mostrar um grande aumento na percentagem de pessoas que acedem às notícias desta forma.

Receitas online

O relatório refere que vários órgãos de comunicação social procuram atingir receitas online sustentáveis, assistindo-se a um aumento considerável de pessoas disponíveis para pagar por notícias online nos EUA, com um crescimento dos 9% para os 16%.

No entanto, entre todos os países, apenas um em cada dez paga por notícias online, sendo que esta é uma tendência mais predominante nos países nórdicos, como a Noruega (26%) e a Suécia (20%).

Mais de metade dos utilizadores de internet dos 36 países (54%) afirmam que usam as redes sociais como uma fonte de notícias, a cada semana, mas isso varia entre os 76% no Chile e os 29% no Japão e Alemanha. Um em cada dez afirma que as redes sociais são a sua principal fonte de notícias.

O relatório refere que a preocupação com a baixa qualidade das notícias e com as ‘fake news’ oferece às organizações de media a oportunidade de demonstrar o valor do jornalismo de qualidade, já que o inquérito demonstrou que “elevados níveis de falta de satisfação em relação à qualidade das notícias e comentário, em geral, e nas redes sociais em particular”.

O estudo vai ser apresentado em Portugal em Setembro, altura em que serão revelados dados mais específicos sobre o país.

Muito se estuda, mas pouco se aproveita desse estudo, a avaliar como os repórteres de imagem e alguns jornalistas que não se baseiam em fontes fidedignas e estou-me a referir ao péssimo comportamento que os repórteres dos diferentes canais de televisão tiveram no passado dia 20 de junho, em que pelas 18 horas afirmavam perentoriamente que um avião Canadair tinha caído no teatro das operações de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, eu assisti pela televisão e não queria acreditar no que estava a ver e a ouvir uma repórter insistia na hipótese da queda do avião. O briefing que estava previsto para aquela hora atrasou-se e a repórter insistia na tese da queda do avião, chegando mesmo a indiciar que o atraso na comunicação se devia ao facto de estarem a ser desenvolvidas ações no sentido de apurar a queda do avião e a nacionalidade do mesmo. Senti nas suas palavras que queria que o avião tivesse mesmo caído, perante tanta insistência em fontes pouco fundamentadas, mas a senhora insistia na sua tese de forma perfeitamente inusitada, mesmo depois do responsável pelas operações no terreno ter afirmado que tinha todas as aeronaves disponíveis no ar, mas a insistência dos “jornalistas” era premente, pese embora o responsável tivesse dito que não tinha conhecimento de qualquer situação que qualquer aeronave tivesse caído. Mas os jornalistas depois de terminado briefing continuaram a insistir na hipotética tese.

Face a este tipo de desinformação, suportada na desgraça alheia, passei-me e desliguei a televisão, não considero que esta seja a informação desejada, entendo que este tipo de comportamento reflete a qualidade dos nossos jornalistas que é a meu ver muito má e se pautam por dar evidência à desgraça onde são envolvidas pessoas, apenas com o intuito de dar capas aos jornais e aberturas de noticiários televisivos perfeitamente explosivos, com o intuito de aumentar as audiências e os shares dos diferentes canais televisivos, à custa da promoção de notícias sem fundamento nenhum.

Considero este tipo de comportamento perfeitamente inaceitável, não vale tudo para ganhar audiências e consequentemente aumentar os proveitos dos órgãos de comunicação social, este tipo de comportamento é perfeitamente desprezível, tanto mais que estão vidas de pessoas em causa, considero um ato de desinformação reprovável, de um falta de senso e de profissionalismo perfeitamente inqualificáveis. Se fosse eu que estivesse a comandar as operações no terreno teria corrido com a cambada de parasitas que se instalaram e em nada contribuíram para a resolução da situação, a única coisa que fizeram foi gerar confusão e contrainformação, para mim só deveria estar presentes no terreno aqueles que estavam a contribuir de forma profissional e abnegada para o combate ao incêndio e para a defesa da vida das pessoas.

Este foi mais um exemplo do que não deve ser o jornalismo e a informação, talvez um dia as pessoas que desempenham estas funções ganhem valores e tenham princípios, predicados que faltam a esta “gentalha” que se intitula de jornalista ou repórteres, muito mal anda a comunicação social em Portugal, quando os valores mais básicos das populações não são respeitados e se dá imagem e propaganda a factos que não acrescentam rigorosamente nada a todo o processo de informação.

Termino fazendo também uma alusão aos políticos que se deslocaram para a fotografia e potenciarem o populismo que tanto fazem para que vingue, tudo isto é perfeitamente lamentável, na minha opinião, nestas alturas precisamos de recato e lucidez, a propagada política e a projeção de imagem não têm cabimento nesta situação, antes pelo contrário, no meu modo de ver as coisas os responsáveis pela não implementação das medidas preventivas para que estas situações não ocorram estão a expor-se e a demonstrar a sua incompetência para a resolução destas e de outras situações.

Mais uma vez a comunicação social não fez parte da solução, colocou-se ao lado do problema e esteve bem nesse papel, porque não trataram a situação com dignidade que a mesma merecia, não vale tudo para ganhar ou fazer dinheiro.

Henrique Pratas

 

 

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