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Reestruturar
A dívida de Portugal é impagável!

21-03-2014 - Francisco Pereira

Quem disso duvidar, não está a ser intelectualmente honesto, não está sequer a ser patriota, está a trair a pátria. A Alemanha em pagou a título de reparações de guerra, apenas 20 biliões de Marcos entre 1921 e 1931 quando o estipulado pelos Aliados tinha sido um valor na casa dos 130 biliões.

Anos depois, o delírio nazi de Hitler provocaria outra hecatombe, igual ao delírio imperial do Kaiser Guilherme. Uma vez mais as colossais dívidas impostas a uma Alemanha dividida foram mitigadas, a Alemanha pagou cerca de metade do valor inicialmente acordado que foi sendo posteriormente renegociado ou reestruturado para estender prazos, os alemães viram-lhes assim perdoada 50% da dívida, o que ficou por pagar gozou de um prazo alargado de 30 anos, em 3 Outubro de 2010 foi efectuado o último pagamento de 69.9 milhões de Euros.

Ou seja a Alemanha, pagou muito pouco, por num espaço de uma trintena de anos ter por duas vezes arruinado a Europa numa senda sacrificial de assassínio e loucura. Esta é a mesma Alemanha que actualmente impõe a sua lógica aos países gastadores.

Assuma-se, como completa verdade, que somos um país mal gerido, em especial estas três últimas décadas onde imperou uma estabilidade política, que nunca existiu anteriormente, assuma-se que os nossos governantes e as elites que os apoiam são miseráveis, imprestáveis e incompetentes, assuma-se isso com honestidade. No entanto apesar da torpe realidade, no que aos governantes concerne, mesmo essa patética realidade não explica tudo.

A Europa, leia-se o eixo Paris-Berlim, quis o melhor dois mundos, quis alargar o seu mercado e quis impedir a concorrência, a Europa promoveu a lassidão dos países periféricos, como Portugal, condenados a pouco mais ser que pitorescas e exóticas estancias balneares dos senhores do norte, esqueceram-se porém que isso não seria sustentável, nenhum país subsiste sem uma economia, e a nossa quase não existe lançou-nos no caos.

No entanto nada disto, desta avareza e ganância actuais, nada nestas políticas centradas no dinheiro, na obsessão pela selvajaria capitalista, nada disto é novidade, se lerem Dickens, está lá tudo, até os políticos medíocres e ineptos exactamente iguais aos de hoje. Então onde está a diferença? Na nossa modesta maneira de ver as coisas a diferença, esta na essencialmente na mentira, na manipulação, na intoxicação informativa e no mais completo desprezo pelas pessoas.

Infelizmente vivemos um tempo em que o discurso dos políticos quase sempre é traído pelas suas atitudes, infelizmente, e apesar de termos tido o século do humanismo, do iluminismo, da indústria, das revoluções mais disto e daquilo, faltam-nos chegar ao século das pessoas, e as pessoas entendem-se a conversar e a negociar, logo reestruturar uma dívida seria um acto absolutamente normal, até porque como está a dívida de Portugal é impagável, este país jamais crescera 3, 4 ou mesmo 5% ao ano nos anos vindouros, este país, de onde saíram 400 ou 500 mil dos seus mais qualificados activos, jamais conseguirá gerar inovação e riqueza para sustentar a dívida.

Este país sufocado por políticas de escravização e retrocesso cultural, cívico e moral, com a consequente degradação de serviços, caminha para o desastre e não falo de guerras nem revoluções nem nada dessas ocorrências que se sucedem em republicas de terceiro mundo como esta, caminhamos para um desastre demográfico e social que porá em causa a viabilidade do país, e a culpa disso é de todos nós enquanto sociedade, primeiro porque votamos e elegemos a maior e mais completa cáfila de indigentes intelectuais que há memória, a quem entregamos este país de mão beijada, essa corja parasitária e de cariz mafioso, fez deste país um feudo pessoal e tem sugado a seu bel prazer a essência vital desta terra, onde os pategos impávidos e serenos se deixam alegremente conduzir ao abate.

Reestruturar não é não pagar, reestruturar é declarar a intenção de honrar os compromissos mas sob condições mais favoráveis, que permitam ao Estado recomeçar a tomar medidas que construam uma economia verdadeira, infelizmente somos governados por uma espécie de zombies alienados, que insistem na senda da ruína. Leiam Dickens e percebem como tudo acaba!

Francisco Pereira

 

 

 

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