As eleições francesas e o PS de Hollande, e cá?
12-05-2017 - Eduardo Milheiro
Como não pode deixar de ser o PS francês teve a sua maior derrota da história, quase ao ponto de se poder dizer que foi a crónica de uma morte anunciada. Tanto se volta à Direita que se fica lá sem hipótese de retorno.
Um partido socialista, dito de Esquerda, que contava no seu seio com François Hollande, Manuel Valls, e também o próximo Presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, só pode ser um partido liberal de Direita.
E a atestar o que digo é a posição de Manuel Vals que vai deixar o PS Francês para se candidatar pelo novo Partido de Macron que nasce do seu movimento “En Marche”, como o caso de Macron, que se tornou independente depois de ser do PS e Ministro da Economia de Hollande, como se isto alterasse alguma coisa naquilo que politicamente eles são.
Esta gente não tem, nem nunca teve ideologia, nem convicções políticas, o que na verdade se estende à maior parte dos rapazes e séniores do PS que também estão na política em Portugal.
O pensamento é o mesmo, lá e cá: não ter profissão, não estudar, não trabalhar e dedicarem-se à política, não com alguma doutrina ideológica a suportar a sua carreira, mas sim a ideologia de ser importante, não trabalhar, aproveitar a boleia e ganharem muito dinheiro.
É tudo gente que na primeira oportunidade mete a faca nas costas a quem lhe está a criar sombra à sua progressão política, nem que seja um grande amigo, são os verdadeiros alpinistas.
Assim, e ainda bem, caminhamos rapidamente para o fim dos Partidos Socialistas na Europa. Digo ainda bem porque os Partidos Socialistas sempre fizeram como autores ou colaboradores as grandes traições aos trabalhadores e à República, por isso não fazem falta nenhuma ao espectro político.
Esquerda ou Direita, com uma linha ao meio, dum lado a Esquerda, do outro a Direita e os “PSs” actuais nitidamente estão na Direita. O futuro terá de ser assim para quem ainda acredita na democracia e na liberdade. Deixem-se de centros, de centros aqui e ali, terá de ser ou Esquerda ou Direita, deixem de arranjar esconderijos para a Direita reaccionária e fascista.
Eu ficarei na minha trincheira da Esquerda.
Enganem-se servos do neoliberalismo, não pensem que vão voltar a ter uma Europa dos cidadãos e do social, com esta gente vão ter uma Europa dos Mercados e do Neoliberalismo e destes fantoches do capital financeiro que se dizem de Esquerda.
Aguentem-nos que são vocês que os elegem.
Eduardo Milheiro
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