Autárquicas

27-09-2013 - Francisco Pereira

Um cavalheiro, do qual não recordo o nome, estando nós com demasiada preguiça para verificarmos quem foi, disse uma vez algo parecido com isto, “…as autarquias são a escola democracia…”!

Sabemos que o cavalheiro não era português, porque quando não, a frase seria de outra índole. Goste-se ou não, jamais olvidando o muito de bom que o poder autárquico nos deu, actualmente as autarquias são essencialmente escolas de crime!

Para consubstanciar esta afirmação que sabemos polémica basta dar uma volta pelos meios de comunicação e ver a quantidade de Presidentes de Câmara e de Junta de Freguesia, de Vereadores e de outros funcionários que estão a contas com a Justiça, de concursos forjados de ligações escuras com a máfia da construção, facto que transformou vilas e cidades em aberrações arquitectónicas bem como os verdadeiros crimes de transferência de verbas do erário público para alimentar os clubes de futebol, na sua grande maioria apenas meras associações de bairro, desvario é por demais evidente.

Estamos em período eleitoral, Domingo próximo escolheremos a equipa de pessoas que acreditamos ser a melhor para defender os interesses da comunidade em que estamos inseridos. É com a maior das tristezas que afirmamos que dadas as opções o nosso infortúnio é ainda maior do que o que anteriormente prevíramos. Ensaiaram-se uns debates, que espremidos deram nada, o deserto do Saara não será de todo mais estéril. É com muita lástima que verificamos um vazio intelectual completo, um desarranjado completo de ideias, um desfilar de futilidades, lugares comuns e quimeras quixotescas.

O panorama eleitoral de Almeirim no que às candidaturas concerne vai do “assim-assim” ao completamente abjecto e asqueroso. Vai de um extremo onde até reconhecemos algumas qualidades intrínsecas ao mais completo asco pelos candidatos. O penoso acto de votar, torna-se ainda mais degradante, quando ao contrário da tal “escola da democracia”, vislumbramos nas candidaturas autárquicas tudo o que há de mais abjecto e nojento, de vilania e baixeza, de falta de vergonha, de falta de moral, de falta de honestidade e de pura velhacaria, não nos apraz constatar que este é o único facto indesmentível, mas esta é a nossa mais sincera opinião, a qualidade geral das candidaturas é miserável!

Miserável desde logo no que toca aos programas eleitorais, pejados de lugares comuns muitas das vezes completamente inexequíveis, miserável pela qualidade concreta de algumas das pessoas, cujas acções passadas demonstram precisamente o oposto daquilo que declaram. Miserável porque mentem com todo o descaramento, movimentos disto e daquilo, partidos escondidos atrás de pretensos movimentos independentes, ajustes de contas e ódios pessoais a alimentar candidaturas, é pavoroso, sentimo-nos como que encerrados num pesadelo horrível do qual não conseguimos sair.

Vivemos tempos tão atrozes, que estávamos esperançados em vislumbrar um crescimento qualitativo da participação cívica, ao invés disso somos presenteados com o rebotalho, se isto é a escola da democracia, bem tramados estamos! No entanto não fique em casa, vá votar!

Francisco Pereira

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