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A vitória roubada do pirralho da corte de Rothschild

28-04-2017 - Bruno Guigue, in Le Grand Soir

Vendido como um sabonete, o bebé Cadum da finança irá instalar-se no Eliseu em 7 de maio. Certamente Macron irá ganhar, mas alcançará a vitória à custa de uma campanha que bateu todos os recordes de mediocridade e de parcialidade. Armado em cavaleiro pelo capital transnacional, o pirralho de Rothschild ganhou um jogo manipulado e fraudulento. Se Macron ganhou no domingo é porque nove bilionários controlam a imprensa francesa, porque Macron é o seu candidato e porque estas aves de rapina decidem por nós.

Durante a campanha, a fabricação do consenso por Macron operou a todo o vapor, ocupando as 24 horas do dia! Desde as baboseiras de Bourdin, até às mentiras do Le Monde, passando pelo servilismo dos cortesãos sobre o regresso de BFM/TV, a casta jornalística fez jus às suas mordomias, passando obedientemente o esfregão pelo funcionário da oligarquia. Projectado pelo marketing para o firmamento dos écrans, o jovem ex-banqueiro vendeu sonhos de pacotilha, oferecendo aos otários, por exemplo, fazer da França uma "nação start-up", podendo todos os franceses montar sua "start-up".

Este prestidigitador finge ser um candidato "progressista", enquanto se prepara para aprovar 85 mil milhões de evasão fiscal, ao mesmo tempo que quer cortar no sistema de seguro-desemprego para poupar dinheiro. Este ilusionista de primeira água conseguiu mesmo fazer crer aos funcionários que, com a sua poção mágica, se vão tornar executivos e aos executivos que se vão tornar patrões. Macron sabe viver. Quando se é um jovem pretensioso que nasceu com uma colher de prata na boca, não se morde a mão que nos alimenta.

Este apóstolo da uberização da economia e da abolição do Código do Trabalho, este apologista do mercado sem fronteiras e da globalização capitalista ganhou à justa em 23 de abril um lugar na segunda volta. Mas se derrotou os outros competidores, é porque houve uma grande promoção aos ventiladores! Macron é uma corrente de ar. Seguidor do pensamento mágico, discursa como um tele-evangelista, esbraceja e promete amanhãs que cantam.

Macron é um sintoma, o sintoma da despolitização e desculturação de uma sociedade esmagada pelo rolo compressor liberal, esvaziada pela calamidade que é o euro, e desconstruída pelo individualismo importado dos EUA.

Com o seu rosto bonito, o gigolô da casta irrompeu pelo espaço mediático para aí derramar a sua papa para gatos. Reciclou as velhas luas liberais, e os meios de comunicação serviram-lhe a sopa, a ele e a uma Frente Nacional feliz por jogar aos espantalhos. Não se esqueça. O florete LePenista, é o que faz valer Macron. A segunda volta das eleições presidenciais em 7 de maio, será uma coprodução Macron/Le Pen destinada a entronizar o primeiro no Eliseu, de forma a sufocar qualquer alternativa séria. E o pior é que esta hábil trapaça foi orquestrada e executada à vista de toda a gente, como se estivesse na ordem natural das coisas.

Contudo, o Don Juan das classes médias aburguesadas, não terá vida fácil. Porque todos o esperam ao virar da esquina! Assumindo que irá ter uma maioria relativa nas eleições legislativas, ele vai enfrentar uma oposição com três cabeças que não lhe vai dar tréguas. A FN, é claro, que com tal presidente terá uma rentável tribuna garantida. A direita, que irá recuperar sua força após o afastamento de Fillon. Mas também, e sobretudo, uma esquerda que mudou de rosto. Quando o rímel tiver escorrido, o vazio do programa de Macron acabará por vir ao de cima. O casamento da carpa com o coelho vai rapidamente enfastiar os mais gulosos. Sedutor assexuado, este garoto, que grita para se julgar que joga duro, pode em breve sofrer um acidente fatal.

 

 

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