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SIMBOLISMOS

21-04-2017 - José Janeiro

Os actos simbólicos dominam hoje em dia a nossa vida, é um facto!

Os simbolismos de hoje nada têm a ver com o movimento literário, poético e artístico do séc. XIX. Estão muito longe do eruditismo dessa corrente diferenciadora romântica que por ser, isso mesmo, simbólica, foi apelidada de “decadentismo” porque também ela apelava á decadência dos valores estéticos da época.

É assim por demais evidente a transposição dos actos simbólicos de hoje em dia para os padrões de decadência, que também projectam os actos simbólicos com que somos confrontados todos os dias, fazendo um claro corte de valores que nos levam á decadência civilizacional com a insanidade do mais puro recorte simbólico.

E chegados aqui, temos que se aproxima a passos largos uma data que hoje já é meramente simbólica e pouco dada a qualquer outra importância que não seja isso mesmo: simbolismo. Falo naturalmente do dia 25 de Abril.

O movimento das Forças Armadas não teve como génese repor valores fundamentais ao povo, como sejam: liberdade, democracia, igualdade e justiça, não, não teve. Iniciou-se com um movimento egoísta dos Capitães de Abril na luta pelos seus direitos. Independentemente desse facto, rapidamente entrou em descontrolo e evoluiu para a procura de reposição desses valores, sonegados durante mais de meio seculo.

Mas o descontrolo, sabemos bem, no que deu e há que repor alguma história: uma descolonização apressada e mal estruturada, a guerra civil nos novos países com consequências dramáticas, a perda de mercados que lentamente nos levaram a um caos económico (falo naturalmente do mercado ex-colónias), o aparecimento de novos oportunistas que sobre os valores fundamentais sabiam apenas o nome e qual a direcção do seu umbigo e a ilusão de que estaríamos bem porque tínhamos liberdade. Houve no meio de tudo isto muitos bem-intencionados, sim houve, mas foram rapidamente engolidos pelo sistema partidário, dito democrático, mas não direcionado aos direitos e liberdades do povo, mas aos novos conglomerados que se foram criando para dominar o sistema e voltarmos ao mesmo mas desta vez com uma capa democrática.

Toda esta, desgraça se deve não ao 25 de Abril, mas a uma nova geração que convive mal com os valores fundamentais de um povo, levando à degradação dos valores fundamentais da sociedade e à sua desconstrução.

Estamos cheios dos actos simbólicos mais aberrantes, decorrentes da liberdade, que não respeita a liberdade dos outros, todos nós já de uma forma ou outra ficámos de boca aberta com a verborreia idiota que vai sendo debitada neste quintal á beira-mar plantado, em actos simbólicos, que pretendem ser apenas isso mesmo: simbólicos e sem importância, descredibilizando quem os pratica, por norma debaixo de uma capa politica.

Estes actos vêm embrulhados com um papel colorido de liberdades e direitos, que na pratica ou são do mais elementar bom senso, ou são pouco relacionados com a felicidade das pessoas por desprovimento de um direcionamento para esse fim.

Lembremo-nos de algumas medidas simbólicas engraçadas:

As penas para os políticos são simbólicas e com pena suspensa, para prevenir;

Entre um sem-abrigo com fome e um cão, ajuda-se o cão, para proteger o cão do sem-abrigo, simbolizando a proteção do animal;

Vão-se buscar refugiados á força, porque queremos apoiar de forma simbólica, não importando se eles são para ficar ou se querem ficar, o importante é o simbolismo da coisa, tudo lhe sendo dado, mas por cá as pessoas continuam sem abrigo e com problemas de emprego e bem-estar mas isso não dá visão simbólica;

Ainda não se lembraram os apoiantes dos actos simbólicos, por cá, daquela ideia peregrina de uma prostituta Americana gravida que por simbolismo pretende trabalhar até ao fim da gestação para simbolizar a defesa de direitos das mães gravidas no trabalho.

Haja paciência para o exagero imbecil dos actos irrefletidos mas de grande carga simbólica, com intuitos mais ou menos obscuros.

Fiquem bem e até para a semana

José Janeiro

 

 

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