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Foram-lhes às Canelas

07-04-2017 - Francisco Pereira

Pego no tristemente famoso episódio do jogador de um clubelho de empurra bolas, lá da quinta categoria, que agrediu o árbitro à joelhada, para fazer a analogia com o país, onde estamos.

Estamos num país de babuínos, de Neanderthais, entretidos a dar pontapés em bolas, desporto esse que mais do que tudo é uma grande escola de vícios, de indigência intelectual e de miserabilismo, basta ver-mos o comportamento dos adultos nos jogos de miúdos, parece que estamos a ver um programado grande Sir David sobre a vida selvagem, em que primatas se digladiam pela supremacia territorial.

Tivéssemos nós, um Cassavetes, com a sua grande capacidade de sintetizar as misérias da sociedade, de certo já teríamos um grande filme sobre um país medíocre, crivado de dívidas como um tapete velho ruído pela traça, mas sempre pronto a esbanjar em disparates.

Este artigo não é contra o futebol, longe de mim criticar a religião das pessoas, sendo porém certo que quanto a religiões a minha opinião é que são uma trampa, todas sem excepção, o futebol será a mais cretina delas, talvez, igualmente hipócrita, pois os valores que tenta vender, o bom de praticar desporto, o desportivismo, o fairplay, e blá…blá…blá, são desmentidos por actos cada vez mais torpes e miseráveis praticados pelos seus actores, engraçado que as mesmas ratas de sacristia de entrefolhos bolorentos que tanto criticam as putas, exaltam os jogadores de futebol, engraçado que umas e outros vivem de vender o corpo, a diferença está que umas o fazem por tostões e outros por milhões.

Portugal é um país de impunidade, onde anda meio mundo a ir às canelas da outra metade, de permeio faz de conta que existe Justiça e que existe Segurança, Portugal é uma cloaca miserável em que os canelas vão singrando, este paraíso de impunidade onde existem tribunais que reduzem penas por os criminosos estarem bêbados, mais não é que uma anedota, a imagem daquela agressão de um babuíno a um arbitro num jogo a feijões é o espelho brilhante deste país medíocre, feito de medíocres.

Somos mesmo bons a bater em gente fraca, em mulheres, em crianças, em velos e em árbitros, somos mesmo bons é a espancarmo-nos por causa de futebóis, quanto ao resto, somos um qualquer canelas da quinta divisão, atropelamos, esfolamos e matamos desde que seja por causa da bola e da pinga o resto às malvas.

Francisco Pereira

 

 

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