ESTADO DA SAÚDE OU SAÚDE DO ESTADO
10-03-2017 - Henrique Pratas
Uma mulher em final de gestação entrou na unidade de saúde com perdas de sangue, mas esperou 90 minutos por um obstetra. Isto aconteceu na Guarda.
O Hospital investiga caso de grávida que perdeu bebé por alegada falta de assistência.
Uma mulher em final de gestação perdeu o bebé após ter esperado uma hora e meia para ser vista por um obstetra, que se encontrava no hospital.
O caso aconteceu esta quinta-feira, na Unidade de Saúde Local (ULS) da Guarda, cuja administração já abriu um processo de averiguações para apuramento de responsabilidades na morte da bebé, por alegada falta de assistência. Segundo a família, a parturiente esteve à espera do médico mais de hora e meia, apesar de estar com perdas de sangue.
A equipa de enfermagem procedeu de imediato ao registo dos batimentos cardíacos e, ao considerar que o nascimento estaria iminente, chamou o médico que, apesar de estar no hospital, demorou uma hora e meia a chegar junto da parturiente.
Fonte próxima da família da grávida garante ao jornal que a mulher “aguardou mais de hora e meia na sala de triagem”.
O Conselho de Administração (CA) da unidade hospitalar "lamenta o sucedido" e informa que foram tomadas medidas "para averiguar os factos".
"Está a decorrer um processo de averiguações preliminar e durante a manhã a diretora de serviço e o diretor do departamento da criança e da mulher irão apresentar o relatório ao CA. Só nessa altura o CA se poderá pronunciar.
Como devem ter dado conta a palavra alegada é a eleita dos responsáveis pela Saúde deste País, em meu entender isto é demonstrativo do estado caótico a que as organizações do nosso País chegaram, morre um bebé, sem que tivesse a necessária ajuda médica e partem para a abertura de um inquérito a que já nos habituaram. Eu já perdi a conta aos inquéritos que abriram, não tenho a noção das conclusões a que chegam, porque a instauração do inquérito é noticia o seu resultado já não o é.
É esta a realidade em que vivemos, de inquérito em inquérito, seja ele onde for e conclusões ou tomadas de medidas corretivas nenhumas, o que é que podemos esperar disto depois da abertura de tanto inquérito inconclusivo ou de nulas sugestões de melhoria dos serviços.
Vivemos no País dos inquéritos, por tudo e por nada se faz um inquérito, banalizou-se o inquérito para desresponsabilizar quem prevarica ou não observa os procedimentos considerados como convenientes para o tipo de situação que se lhes coloca, em meu entender foi uma forma que arranjaram para que a desresponsabilização fosse considerada como um ato normal.
Vamos de inquérito em inquérito até há derrota final, assim quem é que acredita no que se passa no País, onde a mentira prevalece, as questiúnculas comezinhas são o alvo de toda a atenção e se perde enorme a discutir se existiu troca de SMS, de mails ou outras formas de comunicar, até parece que não há mais nada de importante no País para resolver, entretanto vão morrendo pessoas e abrem-se inquéritos.
Já chega de brincadeira, estamos entregues a cachopos, ainda por cima, mal-educados, sem princípios nenhuns, que nunca fizeram nada a não ser andar à boleia de padrinhos ou madrinhas, a sacar o mais que podem, sempre a bem da Nação.
Por mim estou farto desta gentalha toda e não imaginam a saudade que tenho daquelas pessoas humildes, cavadores, que se levantavam cedo para ir cavar as terras com a força dos seus braços e que regressavam ao final do dia todos rebentados e sujos de terra por fora, mas por dentro limpos, porque eram Homens de palavra, de rigor e onde a mentira não entrava e a solidariedade prevalecia.
Henrique Pratas
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