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PESOS E MEDIDAS

27-01-2017 - José Janeiro

Sabemos há muito que existem diferenças, muitas diferenças, entre o “nós” e “eles”, sendo que a os pesos e medidas que gerem estas duas realidades ficam patentes nas decisões que tomam. O mais preocupante é que continuamos a votar (n)”eles”, como se nada se estivesse a passar perpetuando um sistema que “nós” reconhecemos como falido.

Pimenta no cu dos outros é refresco, ou deixa andar, ou indignação de sofaling é a explicação para aceitação de forma passiva das constantes agressões a que estamos sujeitos pela classe (d)”eles” que fingem que sabem governar. Sim, não somos iguais perante nada, ainda que a Constituição o diga de forma bonita e utópica, (ou deverei dizer distópica *) tudo não passa de palavras para papalvo ver.

*A distopia é um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos. Alguns traços característicos da sociedade distópica são: poder político totalitário, mantido por uma minoria; privação extrema e desespero de um povo que tende a se tornar corruptível.

Daqui temos dois pesos e duas medidas conforme são “nós” ou “eles” e como dizia um amigo meu isto é como um rio se o consegues atravessar “eles” dão-te a mão, mas se perdes as forças a meio, afogas-te. Esta analogia leva-nos á eterna guerra de classes e ao acreditar que ninguém enriquece a trabalhar mas sim com “o diz-me com quem andas”. A meritocracia é uma coisa vã e mede-se sim pelo grau de estupidez e de chico espertismo que se consegue debitar por minuto.

Exemplos não faltam na nossa sociedade e as recentes parvoíces ilustram bem o que foi dito:

Os intelectualmente pouco sérios ou limitados no entendimento do mundo que os rodeiam vociferaram veementemente contra o aumento do salario mínimo, sim, não foi uma discussão só da TSU, mas acima de tudo por parte da direita o serem contra o aumento do salario mínimo. Será que esta gente sabe o que é viver com esse valor mensal? Mas afinal aquele “á parte” do PPC que foi um aumento exagerado quer dizer o quê? Estes tipos que mérito têm para estarem aonde estão? Nenhum! Tiveram padrinhos que os agarraram depois de terem passado o rio da analogia.

Ainda falando da margem (d)”eles” do rio temos os salários escandalosos que “eles” vão auferindo, porque parece que serão gente única e muito competente, não raramente se comparam a grandes corporações internacionais ou a jogadores de futebol, para, imagine-se, justificarem que ganham pouco. Estes são os mesmos que se entregam a masturbações económicas sobre os efeitos maléficos dos aumentos do salario mínimo… pesos e medidas diferentes.

O Presidente do BPI voltou a fazer das suas. Já não bastava o aguenta, aguenta agora diz que foram os accionistas que capitalizaram os bancos. Então para que serviram os milhões injectados na banca para compor os rácios de capital? Quem os injectou, os accionistas ou o Estado? E afinal o Estado (todos nós) endividou-se nos famigerados mercados para quê? Em que ficamos? Se ele não se chamasse “Ulrich” estaria aonde está? Ou seria um mero empregado do banco? Sim ele tem razão, quem devia ter capitalizado os bancos deveriam ser os accionistas, mas não foram!

O poder judicial, que mais não é que uma feira de vaidades e com gente incapaz que se deixa embrulhar em teias investigatórias para depois tudo ficar “em aguas de bacalhau”, mas afinal que pesos e medidas temos? Os pequenos corruptos têm os seus processos resolvidos á velocidade da luz, os grandes corruptos vêm os processos arrastados penosamente até à morte dos intervenientes porque talvez não interesse destapar algumas verdades.

Mas se tudo isto não bastasse entra-se numa euforia total de temas “fracturantes” da sociedade com os maiores disparates que se pode imaginar, talvez por ser moda, sei lá.

Ficámos a saber que na ansia da igualdade de género as crianças e adolescentes têm o direito de escolher o nome com que querem ser tratados na escola e que esteja associado ao género que sentem ter dentro deles. Sinceramente isto é apenas uma estupidez e nada tem a ver com o que acredito ser a transsexualidade e a sua eventual importância na vida das pessoas, mas todos sabemos que a personalidade nas idades abrangidas por esta lei, não estão completas nem são definitivas, havendo algum experimentalismo e posterior estigma para esses adolescentes. Não sei se a ideia é precaver os pais para colocarem nomes híbridos aos filhos sei lá tipo: João Maria ou Maria João e coisas assim, apenas sei que a estupidez tem hora.

A decisão sobre a eutanásia é outro tema que demonstra a ignorância desta gente. Porque raio têm que decidir se eu quero morrer ou viver, á algo que diz respeito ao próprio, apenas têm que descriminalizar o acto e deixarem-se de discussões estéreis e de índole religiosa.

Enfim pesos e medidas!

Uma última palavra para o Padeiro da Padaria Portuguesa: põe fermento nos cornos pode ser que a inteligência te cresça.

Até para a semana,

José Janeiro

 

 

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