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A GUERRA ENTRE A BANCA FORMAL E A BANCA INFORMAL

23-12-2016 - Pedro Pereira

A guerra financeira mundial, ou seja, a que resulta do combate entre a banca formal e a banca informal, espraia-se, neste momento, por todos os continentes.

Qualquer destes sistemas tem uma existência de mais de oito séculos, sendo que o percursor das transferências bancárias transnacionais e transcontinentais foi a Ordem dos Templários.

Os muçulmanos por sua vez ter-lhes-ão seguido as pisadas, se não foram (provavelmente) seus contemporâneos.

Ao longo dos séculos estes dois sistemas de transações de dinheiro coabitaram num mundo em construção global, aparentemente sem atritos (note-se que afirmamos: aparentemente). 

O panorama de conflitos bélicos ocorrendo nos dias de hoje no Médio Oriente, encontram-se em países como a Líbia, Síria, Iémen, Iraque, Somália e Afeganistão em guerra aberta. Em outros, existem movimentos de guerrilha em confronto com forças governamentais.

A este propósito, convém recordar a crise do petróleo desencadeada pelos países árabes da OPEP (Organização do Países Produtores de Petróleo) há poucas décadas atrás. Assim, entre 17 de outubro de 1973 e 18 de março de 1974 os preços do barril de petróleo atingiram valores que chegaram a mais de 400% do preço base no início da crise, originando uma prolongada recessão nos Estados Unidos da América, na Europa e outros países em outros continentes, com a consequente desestabilização da economia mundial. 

Se há marca distintiva desde o primeiro ano do século XXI até aos dias presentes, é a dos conflitos sociais, políticos, económicos e militares permanentes, resultantes de uma reordenação geoestratégica política e económica global em curso, de onde emergem novas potências a partir das nações do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), ou seja, o mercado económico regional para a América Latina, de que se destaca o Brasil e o mercado asiático (China, Índia, Japão,  Singapura, Coreia do Sul, Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia), cujo eixo é regulado pela China e pela Índia  enquanto as velhas potências europeias aglutinadas na UE se afundam como o Titanic, ao som de choros e gritos, acompanhadas por uma orquestra de violinistas trajados de preto, tal como cobradores de fraque, que atacam impavidamente uma valsa manhosa composta por uma valquíria alemã.

Enquanto isto, aquela que desde finais da 2ª Grande Guerra Mundial se tem afirmado como a maior potência económica e militar do mundo (os EUA) ameaça implodir, atascada numa crise económica de proporções inimagináveis, ultrapassando em breve – se já não ultrapassou – a de 1929.

O mundo que conhecíamos, esboroa-se rapidamente em cada dia, em cada hora que passa, perante a (aparente) impotência de todos nós.

A crise económica que avassala e continua a alastrar como fogo à palha no velho continente e nos EUA emite ondas de choque que se vão projetando nas potências emergentes atrás referidas. Logo, a recessão económica e a instabilidade política e social, repercutem-se a nível mundial, porque hoje a economia é global.

Por detrás deste cenário, como fundamental gerador, existe um combate, uma velha guerrilha de séculos, transformada hoje em guerra financeira que se trava na sombra entre a banca formal e a banca informal. Todos os cenários bélicos e económicos atualmente em curso decorrem assim, em primeira instância, dessa guerra entre «bancas».

Os grandes conflitos atuais: Iraque, Afeganistão, Síria e outros, têm por rastilho o velho combate de sombras pelo controlo pelo domínio exclusivo mundial das transações financeiras. 

De um lado, a banca formal com existência física, detida maioritariamente por tradicionais famílias oligarcas sionistas ou por elas controlada, e por outro lado, a banca informal, sem existência física, controlada por muçulmanos.

Há pouco mais de uma década, mais concretamente a partir de 2001, por razões complexas e extensas para serem relatadas neste pequeno artigo, a oligarquia bancária decidiu aniquilar a rede «bancária» internacional muçulmana que continua a conquistar e desempenhar um crescente e preponderante papel nas transações financeiras mundiais, com benefícios evidentes para os nacionais dos mais diversos países, independentemente da religião que professem ou não (particulares, negócios, empresas…) das potências emergentes, quer asiáticas quer do MERCOSUL.

Chegados a este ponto, é tempo de relatarmos ao leitor como funciona a banca informal muçulmana: - Trata-se do sistema denominado Hundi, de transações financeiras, que se baseia no conceito da confiança total, sem papéis, sem documentos, transações seladas com a palavra de honra e um aperto de mão. Funciona na perfeição, porque qualquer um que faça lavagem de dinheiro e/ou traia o seu cliente, será rapidamente «suprimido» do negócio. Por exemplo, no caso de transferências, o depositante entrega a quantia em dinheiro vivo (em qualquer moeda) ao homem «hundi» no ponto A e pede a uma pessoa de sua confiança, familiar ou amigo, que receba o mesmo valor no ponto B, menos a percentagem do homem «hundi», percentagem essa bastante inferior à cobrada na banca formal pelo mesmo tipo de transação, refira-se.

O homem «hundi» tem um parceiro de confiança, geralmente um parente no ponto B, a quem instrui da forma de disponibilizar a quantia depositada ao amigo do pagador, que se irá identificar junto dele de forma pré-combinada, ou seja, uma senha acordada na origem da transferência.

Tendo em conta as dezenas de milhões de muçulmanos, que enviam dinheiro para as suas famílias nos seus países de origem, bem assim como tantos outros milhões de não muçulmanos (hindus, chineses…) entre outros, que trabalham com este sistema, atendendo às importâncias/valores decorrentes de transações comerciais que se contam por milhares ou milhões de dólares diariamente, considerando que neste processo não existem computadores ou extratos bancários, considerando ainda que todas as quantias são transacionadas em dinheiro vivo e que tanto pagantes quanto recetores podem usam pseudónimos, a movimentação é virtualmente impossível de ser intercetada ou rastreada.

Atente-se também, que para quem pretenda ocultar a proveniência do dinheiro, constitui um erro fatal transferir elevadas quantias através do sistema bancário formal, logo, a banca informal revela-se a melhor solução.

Para além disso, desconhecem-se organizações centralizadas para as operações financeiras da banca informal. 

Neste sentido, torna-se evidente que a banca formal que se encontra «pelas ruas da amargura», está condenada a perder esta guerra a médio prazo em confronto com o referido sistema da banca informal. O descapitalizado, descredibilizado e fraudulento sistema bancário capitalista nos moldes em que tem existido, mau grado vá esbracejando no mar encapelado nos dias que correm, assumindo posturas de desespero trágico/grotescas como vimos assistindo, continua a afundar-se miseravelmente.

O caso do Chipre despoletado em 2013, marca (na prática) o início do estertor do capitalismo financeiro no espaço da União Europeia, o pronúncio de roubos, de assaltos aos depósitos em bancos do espaço comunitário (se não se estender a outros continentes…) e o alerta para o fim da moeda única.

A fuga de capitais da Europa para outras bandas do mundo tem vindo a suceder-se cada vez mais e em maior dimensão. A banca europeia afunda-se na descapitalização, no desnorte e numa pré-bancarrota, veja-se o caso português. 

A banca formal torna-se violenta, assaltando coercivamente o dinheiro dos depositantes com o respaldo das guarda pretorianas dos governos das nações em cujos bancos metem o gadanho, com reflexos na pesada carga de impostos que avassalam os cidadãos (veja-se o caso português), para a «recapitalização» da banca falida.

Para além do Chipre, Portugal, Grécia, Espanha e Irlanda, tem sido as vítimas maiores, vamos aguardar as que seguem no próximo ano de 2017.

Pedro Pereira

 

 

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