INESPERADO

23-12-2016 - Henrique Pratas

Saí para almoçar ou comer qualquer coisa que o cadáver não anda em pé só com o ar e no meio de uma série de gente abeira-se de mim uma rapariga com cerca de 24 anos bem trajada e pede-me se lhe posso dar uma ajuda.

Primeiro fiquei admirado, estava e interroguei-me, mas porquê a mim, depois conversando com a rapariga perguntei-lhe quanto é que ela precisava disse-me que era de 150,00 € (cento e cinquenta euros), porque já devia ter pago a renda da casa até ao dia 8 e não pagou e hoje já são 15. Fiquei voltado do avesso porque também sou pai, os meus amigos têm filhos e nunca sei se eles podem passar pelo mesmo processo, alguns de vocês poderão considerar-me ingénuo, não sou gosto é muito de pessoas.

Fez-me muita confusão este pedido, mas lá fui falando com ela e no meio da conversa diz-me, se me conseguir emprestar algum dou-lhe fotografias minhas em poses ousadas, resposta imediata, olhe minha senhora se eu lhe emprestar algum dinheiro não é a troco de nada porque não sou negociante, ela olhou para mim espantada e a conversa continuou, até que insistindo ela primeiro nos 150 € e depois de algum tempo pediu-me se lhe arranjava algum, decidi não lhe dar nada, mas fiquei lixado como cidadão e não quero fazer mais juízos de valores sobre o episódio, o que penso é ao estado a que nós chegámos em que uma jovem tem que andar a mendigar dinheiro as cidadãos a troco de ousadas fotografias dela.

A todos os pais deste País que têm filhas e filhos foi para isto que criámos os nossos filhos, que merda de sociedade que criámos e mais não escrevo porque ainda não me refiz deste triste episódio e estou sem pinga de sangue, alguns de vocês pensarão que eu já deveria estar habituado a estas e outras situações, não estou nem estarei, conforme descrição que se anexa.

Henrique Pratas

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