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Foi assim que Trump venceu

25-11-2016 - Francisco Pereira

(Parte Segunda)

Abaixo da linha Mason-Dixon, uma linha imaginária que mais ou menos divide o Norte industrial do Sul agrário está o «Bibble Belt», o Cinturão Bíblico, de cariz evangélico que rege as vidas de vários Estados como as Carolinas, o Alabama, a Geórgia, o Mississipi, o Tennessee, o Kentucky, o Arkansas, o Texas, o Missouri, o Oklahoma, a Louisiana e a Virgínia.

Falamos de uma grande faixa da população, falamos de extremistas religiosos, tão fanáticos como os mais fanáticos dos radicais islâmicos, falamos de bolsas de pobreza extrema, de baixíssimos índices de escolaridade, falamos de fenómenos como o «White Trash», termo pejorativo para designar a população branca pobre das cidades do Sul.

Curiosamente ou não é também nestes estados que vemos pulular como cogumelos os grupos racistas com o Ku Klux Klan à cabeça, grupos de tendências neo nazis, grupos armados que negam o Estado Federal num potencial barril de pólvora sempre prestes a explodir.

Também esta faixa da população, votou em Trump, pois os ideólogos da sua campanha conceberam discursos de cariz xenófobo, racista, sexista com as omnipresentes formulas religiosas, que agradam a este tipo de cidadãos americanos, aqui Trump e a sua equipa foram extraordinariamente inteligentes, fizeram muito bem as contas e tentaram desde cedo agarrar esta população o que claramente conseguiram.

Por incrível que pareça, é nesta vasta região, que aparecem os piores índices de criminalidade, os meios de saúde pública mais incipientes e depauperados, os maiores índices de população prisional, as mais altas taxas de divórcio e gravidez de adolescentes, no seio de uma população muito pobre, para a qual o sonho americano parece ser uma miragem longínqua.

Não deixa de ser também curioso que foram ao longo da história recente, o «Rust Belt» e o «Biblle Belt» quem mais ganhou e também quem mais perdeu com o estado permanente de Guerra que os EUA vivem desde 1860, são os filhos destas zonas a carne para canhão que alimenta os exércitos dos EUA, foi o sacrifício destas gentes que permitiram, as Guerras Índias, a Guerra das Filipinas, a Grande Guerra, a Segunda Guerra, a intervenção na Coreia, o Vietname e por aí adiante.

Os Estado do Oeste, também desempenharam um papel importante, os Dakotas, Nebraska, Montana Wyoming, Idaho e Utah, foram também criteriosamente «atacados» pela campanha de Trump, pois os seus discursos mais radicais caem ali como uma luva pois alguns desses estados possuem grandes maiorias de cidadãos motivados por uma religiosidade quase fanática e ou por um ódio visceral ao «sistema» que Trump tanto criticou.

O «Rust Belt» e o «Biblle Belt» foram apostas muito inteligentes da campanha de Trump, no colégio valem 150 eleitores, ora feitas as contas e percebendo que no campo das previsões estes 150 estavam assegurados bastou à campanha de Trump ir modulando os discursos para angariar os 120 que restavam para a maioria, Hilary por seu turno, descurou esta faixa da população, falou essencialmente para o eleitorado democrata das grandes cidades, esperando o efeito de contaminação das sondagens foi assim que perdeu, por um imperdoável erro estratégico.

Francisco Pereira

 

 

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