GESTORES DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS

18-11-2016 - Henrique Pratas

Quando esta notícia for publicada já se saberá se os gestores da CGD saem ou não.

Apesar de num dos meus textos já ter aludido este “triste” episódio, não resisto à tentação de o escalpelizar melhor. Se foi garantido aos senhores que estavam dispensados de apresentar as suas declarações de rendimentos e patrimoniais, foram mal informados ou pelo Primei-Ministro ou pelo Ministro das Finanças, ou pior pelos dois, se assim foi em meu entender um deles ou os dois já deveriam ter posto os lugares à disposição, isto é tão mais grave que em declarações à Comunicação Social o senhor Primeiro-Ministro disse que ele tinha entregado as suas, logo não pode invocar desconhecimento. Se foi o Ministro das Finanças, pior porque sendo o responsável pelo controlo desta obrigação, desobrigou um ato que é indispensável.

Como estão a par desta situação desde que foram nomeados não se fala de outra coisa, Presidente da República, Primeiro-Ministro e outros membros do Governo, será que não têm coisas mais importantes para resolver? Eu por mim já estou farto desta conversa. A propósito disto o Presidente da CGD, já afirmou que nem ele nem os seus Vogais entregam as declarações em causa. Entretanto o Tribunal Constitucional e bem já notificou os nomeados para procederem em conformidade com a Lei.

Eu já aprendi há muito tempo com anciãos e está nos meus princípios, quem não deve não teme, e esta postura, quanto a mim gera muita desconfiança. Ora se eu um simples cidadão, por qualquer motivo tem que apresentar a minha declaração de rendimentos e patrimoniais, porque é que estes senhores devem ficar isentos desta obrigação, Cheira-me a esturro e já um passarinho me segredou ao ouvido, que as declarações dos rapazes não são transparentes, ou pelo menos carecem de uma naálise mais cuidada.

Mas eu que cada vez percebo menos disto, não consigo entender porque é que isto se arrasta tanto, entrega, não entrega, não próxima quinta-feira dia 17 de novembro de 2016, os nomeados informação se ficam ou se saem.

Eu olho para esta história toda e é fácil detetar o mal deste País, quem tem funções governativas não sabe tomar decisões, esta afirmação apesar de ser forte mas é real, os membros dos diferentes Governos normalmente são originários da Administração Pública e aqui para se tomar decisões é o cabo dos trabalhos, porque assim, porque assado, vamos ver sob este prisma, ainda podemos introduzir mais um aspeto, e um cidadão está horas a ouvir esta palavreado bonito e passado o tempo necessário sai de lá mais baralhado do que é que entrou.

Voltando à CGD e tendo em consideração o normativo legal em vigor se fosse eu a decidir, não andávamos de um lado para o outro e adiar sucessivamente a entrega dos documentos obrigatórios, tinham um dia se não entregassem e dado que o Estado é o maior acionista da CGD e acumula o fato de cumprir e fazer cumprir as leis deste País, eram destituídos das funções para que foram nomeados e estava o problema resolvido, a não ser que não existam no País pessoas com capacidade para gerir a CGD.

Mal comparado temos aquele senhor de nome Pedro Dias, de Aguiar da Beira que andou 30 dias, fugido às autoridades com as informações mais dispares quando o homem nunca saiu da zona que conhece muito bem, na altura em que escrevo este texto, já foi constituído arguido e com decisão mais grave preso e em solitária, decorrente da avaliação feita pelo Juiz quanto à sua perigosidade e sobre isto não escreverei mais nada porque nada sei do processo, apenas vi as imagens televisivas, mas não me esqueço das palavras que o agora arguido pronunciou: “…..se entrassem neste País dois membros da AL-QAEDA, com intenções terroristas o que é que seria deste País?” A pergunta aqui fica quem quiser, poder responder que responda, mas que a questão foi bem colocada foi.

Henrique Pratas

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