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OS TRAMBIQUEIROS POLÍTICOS PORTUGAS (IN) OPORTUNIDADES

14-10-2016 - Pedro Pereira

Aqui há uns anos atrás, porque não sabia nadar, o senhor engenheiro Guterres no pleno gozo das suas faculdades governativas (que outras não sabemos se as tem ou teria...), tomou conta dos microfones e holofotes das câmaras a fim de botar faladura em tom lamuriento bufando que ia dar de frosques porque afinal não vivia num país mas «num pântano».

Palavras do senhor.

Dito isto, «por aqui me vou e ala que se faz tarde». Pegou na valise de papelon e deixou os seus acólitos bufarinheiros desempregados (o Pinóquio, o atleta do salto à Vara e outros artistas do trapézio) e o Zé pagode ficou a coçar a tola de binóculos em riste à procura do tal de pântano.
Seguiram-se os governos dos dois estarolas.

O primeiro, o «carapau de corrida», perdão, o «cherne», foi até aos Açores lambuzar as botas do analfabruto funcional que é o rapazola Busch e daí a poucos meses foi nomeado presidente da Comissão Europeia.

Mas caganda coincidência! Porra!... E não é inginheiro!...
Como é muito inteligente (não fazer confusão com o das toiradas, aquele que toca a corneta) acabou reconduzido no cargo depois de ouvidas as populações dos países que compõem a UE e por lá andou a arrastar a peida a trabalhar para o Banco (e continua) dos seus atuais patrões até há poucos meses.

O quê? Estão-nos aqui a soprar ao ouvido que a populaça não foi ouvida! Não queremos acreditar! Mas então que raio de democracia existe lá por Bruxelas em que o presidente, o todo-o-poderoso não é eleito? Mas camerda é esta em que quem decide os destinos dos europeus comunitários – entre os quais nos incluímos - não são eleitos? Caporra de democracia é esta?

Devem andar a gozar com a nossa cara, quer-nos parecer...
Como o cherne foi navegar para as águas turvas de Bruxelas, ascendeu ao pódio o Santana, moçoilo virtuoso, de fino trato, dedicado aos lavores femininos e lingeries rústicas das balzaquianas da linha de Cascais. Mais por amor ao engenho que por mor das artes.

Por cavalgar débeis alimárias e por empatia (ou solidariedade) com estas, encetou a cair frequentemente dos quartos traseiros lançando quase todos os dias a confusão nas suas hostes bafientas, salvo as que usavam naftalina que, não obstante, irritavam o olfato e a vista do povoléu.

Atento ao descontentamento da plebe, o venerando chefe do Estado que andou dois mandatos a cirandar pelos corredores de Belém, pouco mais arrastou os seus pés chatos entre o jardim e as restantes dependências do palácio até tomar a decisão de demitir o primeiro-ministro montador de cavalgaduras, o qual, diga-se em abono da verdade e a talhe de foice, era um esbelto mocetão que povoava os sonhos húmidos das matrafonas deste país e... do outro.

Feitas eleições (lá teve que ser…), eis que começou a montar - salvo seja! - o poder, outro senhor inginheiro. Rapaz de nariz rubicundo, fanhoso, muito dado às artes mágicas e presdigitações.

E governou... governou... governou... O quê? - Ah pois! Estão aqui a dizer-nos que governar tem que se lhe diga. Pois... compreendo… Tem mesmo que se lhe diga, senão éramos todos governantes! Pois... é muito inteligente o senhor. Não confundir com o das toiradas!
Durante o seu mandato o país deu um grande salto em frente. Tão grande que ficámos todos mesmo à beirinha do mar, quase a despencarmo-nos no precipício. E o pior é que a maior parte da populaça não sabe nadar…

O quê? Chiça! Estão outra vez aqui a soprar-nos ao ouvido que quem não souber nadar que se lixe. No nosso modesto entender não é bem assim! Então que se lixe? É? - Era o que faltava! Coitadinhos dos cidadãos e das «cidadoas», como dizem aquelas meninas do beeee…
Quando o senhor inginheiro acabou à martelada o seu mandato, teve de se proceder a eleições para um novo governo.

Mas que chatice! Porque é que tem de haver eleições de quatro em quatro anos? Não seria melhor que fosse de dez em dez anos? Ou de vinte em vinte anos? Ou até de quarenta e oito em quarenta e oito anos? Mas cagaita!

Estranhamente o povoléu quis dar votos a todos os partidos para que os políticos profissionais ficassem felizes e contentes. E não é que ficaram! Só o senhor inginheiro é que ficou triste e com razão, coitadito…Tão inteligente…. Ai aquela cabecinha!...

Depois, por via dos votozinhos nas urnas o senhor Coelho alçou-se no poleiro da governança. Moçoilo palavroso, sem dó nem piedade começou desde logo a vender o país a retalho. Eles foram aos chinocas, aos trambiqueiros, aos banqueiros falidos… Todos compraram uma empresazinha ou outro património do Estado a preço de saldo mancomunados com os troikanos, que são assim a modos que uma matilha de vampiros… E passados quatro anos lá foi a populaça com a canga no lombo e as calças na mão por via do emagrecimento geral votar de novo como cordeiritos desgraçadamente conformados, piamente convictos de que a sua participação na dita «democracia à portuguesa» se resume a despejar um papelinho uma vez por quadriénio, com uma cruzinha dedicada ao seu partidozinho dentro de um caixote a ver se este lhe calha em sorte mandar no país, nos cidadãos (e nas cidadoas. beee!...).

Infelizmente a arraia-miúda é muito ingrata!...

O quê? Estão aqui a bufar-nos à orelha que já não vivemos no pântano, mas em areias movediças. Mas que exagero! Se estivéssemos a viver em areias movediças estávamo-nos a afundar. - O quê? Estamo-nos a afundar? Pois é… já não conseguimos ver os pés nem os artelhos, chiça!...

Pedro Pereira

 

 

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