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A treta continua

02-09-2016 - Francisco Pereira

Rebentou recentemente a escandaleira dos tristemente afamados “estágios” propiciados pelo organismo que alegadamente gere o emprego, deste pardieiro de energúmenos que chamamos Portugal. Os excelentes empresários que temos, aproveitaram esta benesse e andaram não só a aproveitar o trabalho dos desgraçados que por desespero se viram empurrados para aquela palhaçada, como se aproveitaram igualmente dos magros proventos dos “estagiários” e ainda lhes ficavam com uma parte à conta de “despesas”.

Sejamos francos a ideia dos “estágios profissionais” até foi uma boa ideia. No entanto como todas as boas ideias, cá em Portugal, a coisa facilmente descamba para a lavajice pútrida da vigarice, com cara de ocorrência institucional e sancionada por poderes superiores, como foi o caso desta trapalhada miserável. Falo com o à vontade de quem já escreveu sobre esta matéria e de quem sempre disse que isto era uma miserável manobra de encobrir desempregados, além de uma vergonhosa maneira de aproveitar “trabalho escravo”, fui até aconselhado a não redigir mais nada sobre o assunto, claro que os mandei à fava.

Na altura escrevi a denunciar esta autêntica vigarice, chamaram-me tonto. Recordo, de uma dessas prostitutas politiqueiras ter declarado com a maior cara de pau, “…prefiro estágios a desemprego…” como se uma coisa tivesse sequer que ver com a outra, aparentemente na visão daquela bosta politiqueira, tudo estava ligado, mas como agora se percebe, não estava.

O anterior governo, usou e abusou dos estágios, para se promover, para esconder a catástrofe do desemprego e para contentar alguns amigos com mão-de-obra barata. Era aliás muito interessante ir à procura dos empresários e das empresas que esburgaram, esse é o termo certo, o dinheiro aos pobres estagiários, verificar as suas ligações partidárias para se perceber porque é que até agora e apesar das muitas denuncias, ao contrário da mentira propalada, o caso ter sido sempre abafado.

Os estágios profissionais tinham sido uma boa ideia acaso os empresários que temos não fossem uma súcia despudorada, claro que muitos empresários e empresas honestas fizeram bom uso deste mecanismo, mas no geral, foi e vai continuar a ser um miserável aproveitamento de trabalho escravo, sendo que o próprio Estado nas suas múltiplas manifestações aproveitou e continuará a aproveitar de forma vergonhosa este tipo de coisas tal como abusa dos milhares de trabalhadores a recibo verde que há décadas trabalham para este mesmo Estado.

Aquele organismo que alegadamente gere as questões do emprego em Portugal, esse antro de incompetência, onde se nomeiam como directores e sub-directores, a canzoada partidária, rebotalho sem préstimo, serve para bem pouco, seria até de bom tom um qualquer governo, equacionar a necessidade da existência desse desperdício de dinheiro, dado que aquilo como está não serve para absolutamente nada.

Esse organismo, ao qual alguns por anedota chamam de “de casa do desemprego”, dado que não conhecem ninguém que tenha obtido qualquer espécie de emprego através daqueles monos, nada mais faz do que aumentar a burocracia inútil, para alimentar as nomeações políticas dos miseráveis incompetentes e inúteis que por lá se arrastam.

Sem prejuízo de alguns bons funcionários, poucos infelizmente, porque a grande maioria enferma do mesmo mal dos patrões, a arrogância, a lambe-botice e a incompetência, dizia eu que esse dito organismo há muito que devia ter posto termo a este regabofe, a este e a outros parecidos, porque este não é o único, mas como se disse lá atrás, os chefes são comissários ao bom estilo estalinista, que servem para zelar para que os desejos do chefe sejam cumpridos, como faz todo o bom cão de guarda.

Resumindo, só em Portugal é possível, tornar aparentes boas ideias em mostras miseráveis de ganância e estupidez, só por cá, algo que é concebido com uma boa intenção descamba num miserável e vergonhoso aproveitamento da fragilidade das pessoas, estágios profissionais, metam-nos num sítio que eu cá sei!

Francisco Pereira

 

 

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