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Encontros/Desencontros

02-09-2016 - Henrique Pratas

Todos nós na vida temos encontros e desencontros, muitas das vezes os encontros são desejados outras não.

Nos encontros que pretendemos que aconteçam nós experimentamos momentos de felicidade que desejamos que podem nunca terminar mas muitas das vezes esses encontros não se repetem e eu pessoalmente entendo que não devemos procurar que voltem a ocorrer, as coisas devem acontecer naturalmente, sem combinações prévias devem ser inesperadas é isso que dá tempero à vida. Não devemos fazer fretes, os amigos escolhem-se, a família já não é assim quantas vezes nos deparamos de termos amigos que para nós são mais amigos e fraternos do que a própria família.

Algumas das vezes tropeçamos em pessoas que não conhecemos e após uma pequena conversa ficamos de alma cheia e tranquilos, a conversa inesperada dá-nos uma capacidade de diálogo que muitos não possuem por feitio, por maneira de ser ou pelo facto de ser introvertido.

A disponibilidade das pessoas é fundamental que exista em cada um de nós, temos que colocar um ponto final na nossa maneira de ser que é de desconfiança, fechado e reservado, este comportamento não desenvolve uma sociedade, as pessoas distinguem-se dos animais pela capacidade que têm de falar uns com os outros e de interagir.

Estas duas faculdades têm que ser postas em prática, porque senão a sociedade torna-se cinzenta, taciturna, desconfiada e desagregada, não nos podemos esquecer que ao interagirmos uns com os outros, podemos aprender uns com os outros, podemos fazer alguém feliz, única e simplesmente pelo facto de a ouvirmos.

Na minha opinião a sociedade padece deste mal, não aprendemos a viver a sociedade, vivemos como Salazar afirmava, “orgulhosamente sós”, isto aplica-se ao nível interno como ao nível externo, a maioria de nós tem esta dificuldade, não nos adaptamos facilmente à realidade onde estamos. O facto de termos muitos emigrantes, espalhados pelos cantos do Mundo, não contraria esta minha opinião, porque em muitos dos locais onde podemos encontrar emigrantes portugueses, eles criam um grupo de portugueses emigrantes consoante a região ou local onde se encontram, as relações entre os naturais do País para onde os emigrantes se instalam é difícil e rara, mas há exceções.

A capacidade de interagirmos uns com os outros deve ser estimulada porque só assim se constitui uma sociedade mais sólida e assentes em pilares sustentáveis e que ajudam um País a engrandecer.

Nós como já vos referi muitas vezes ainda não chegámos a esta fase, mas vamos ter que chegar, mais tarde ou mais cedo. Quem não conhece situações que se passam nas aldeias, vilas e cidades a maior parte das vezes as pessoas estão interessadas e falam sobre o que o vizinho tem, para onde vai de férias, o que veste e muitas coisas mais que vocês conhecem e a questão que se põe é o que é que isto contribui para a nossa felicidade? Nada, cada um é livre de viver como entende e como quer, desde que não entre em conflito e invada o espaço das outras pessoas que com ele vivem em sociedade. O cerne da questão está aqui, somos mesquinhos, vamos lá pensar, em conjunto, que sociedade é que queremos, isto é que devia constituir o desiderato do País e é esta mudança que os nossos dirigentes deveriam promover, mas como eles são maus, para não escrever péssimos, porque atingem lugares para os quais não estão preparados e a primeira ação que desenvolvem é ver como é que se vão aguentar no lugar onde chegaram e para isso vale tudo. Já o escrevi e volto a escrevê-lo, as nossas “elites” são muito más e quando assim é o resultado está à vista em todos os setores de atividade e no Governo.

Os desencontros ocorrem quando nós pensamos que já conhecemos muito bem uma pessoa e ela reage de uma forma que não esperamos, aí todo o “castelo” que construímos sobre aquele pessoa, os atributos que encontrámos nelas cai como quando construído junto à beira-mar, vem uma onda e desfase-o num segundo e nós ficamos desiludidos, impávidos e nem queremos acreditar no que acabámos de assistir, ver ou ouvir.

Mas as relações estre as pessoas são feitas assim de encontros e desencontros uns bons e outros menos bons, mas é assim que se aprende e se vive.

Já devem ter reparado que eu ponho a tónica nos meus textos nas pessoas e isto porquê, porque as pessoas são o que de mais importante há numa sociedade sem elas não existia nada e se não se fizer uma aposta forte nelas, em áreas como a educação em todas as vertentes desde a académica até à desportiva, cultura, medicina preventiva, privilegiando esta em desfavor da curativa, condições de vida, acesso ao trabalho e participação ativa na “construção” dos destinos do País não vamos a lugar nenhum, sem pessoas não há economia, nem os malfadados mercados que tantos falam, em primeiro lugar vêm as pessoas só depois vem o resto.

Henrique Pratas

 

 

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