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“RESSUSCITO” PARA A ESCRITA

26-08-2016 - Henrique Pratas

Há já uns tempos que não tenho escrito nada para o Jornal, às vezes é bom nós fazermos um interregno para verificar se o que escrevemos tem aderência à realidade, se conseguimos fazer passar alguma mensagem e se a forma como escrevemos é acessível a todos os potenciais leitores do Jornal, esta interrogação deve ser feita, para que não caímos no estado em que escrevemos tudo bem e não nos questionamos se o que escrevemos interessa em quem possa ler. Feito este interregno e ter chegado à conclusão que afinal vale a pena continuar a escrever aqui estou eu com mais um texto que vos irei escrever com alguma dificuldade porque no País não se passa nada. Riram-se, é verdade o que é que tem ocorrido nada daquilo que nós já não estejamos habituados, logo conclui-se que está tudo dentro da normalidade democrática, o que é que podemos querer mais, basta de sermos exigentes.

Têm acontecido uns fogos, coisa de somenos importância, independentemente de famílias ficaram sem casa e sem os seus haveres, mas também o que é que isso interessa, coisa que nenhum grupo de trabalho criado par o efeito não resolva. Neste processo todo faz muita confusão o facto de as nossas forças armadas seja qual for o ramo não estarem preparadas para acudir nestas situações, não entendo de todo, nem ninguém me consegue explicar, será que os militares só foram preparados para matar pessoas, ou dito de outra forma mais elegante, as forças armadas apenas estão preparadas para garantir o bem-estar dos cidadãos dos Países beligerantes. Devem ter visto como eu pessoas das várias aldeias ao lado dos bombeiros a combater os fogos como podiam, com ramas de árvores, com panos, enfim um sem número de meios vulgares e que estão há nossa disposição para por fim a esta chaga que todos os anos nos atinge, mas em que as medidas preventivas tardam em chegar, será que anda aqui negócio por trás. Mas voltando às forças armadas, custa-me a crer que não estejam preparados para fazer o mesmo que as populações solidárias umas com as outras não fizeram, será que só foram preparados para matar pessoas, quando necessário, dado que em bom rigor já não temos Guerra, vamos fazendo umas missões de segurança nas zonas do globo mais problemáticas, mas e cá dentro a País não passou e está a passar por situações que requerem mais atenção e a canalização de todos os esforços disponíveis, muito sinceramente não entendo esta posição, mas lá terão as suas razões. No que concerne à força aérea, ficámos a saber que os nossos pilotos não estão preparados para lançar água sobre as zonas onde as chamas lavram e se fosse para as bombardear utilizando os meios de guerra colocados à sua disposição, já estava habilitados? Continuo a não entender nada disto mas o defeito deve ser meu porque o resto das pessoas entende estas coisas muito bem. Falta-me ainda fazer alusão a uma outra organização que na minha opinião deveria estar preparada para acudir a estas situações que é a União Europeia. Partindo do princípio que esta uma união de estados que visa entre outras coisas zelar pelo bem-estar dos Povos dos Países que a compõem, em meu entender já deveriam ter criado um sistema que funcionasse de forma organizada e onde todos os Países que possuem meios aéreos estivessem em regime de prontidão para acudir a estas situações que ocorrem nos diferentes Países, talvez uma atuação mais rápida e mais célere evitasse que os fogos atingissem as proporções que atingem. Mas mais uma vez não entendo porque é que tal não foi feito e vimos que no nosso País um dos Países que disponibilizou meios aéreos foi Marrocos, será que este País já faz parte da União Europeia e ninguém me informou de nada.

Utilizando uma expressão dos meus avós, vão brincando com o pagode que um destes dias a brincadeira acaba-se, de facto isto não é mais do que uma brincadeira não fora estarem associados a estes fogos interesses economicistas, negociatas ou espertezas saloias é disto que vivemos, há uns largos anos que este primado se entranhou na economia do País e não há meio de voltarmos aos tempos em que as pessoas tinham valores, princípios, ética e eram solidárias, dizem-me alguns isto acabou, eu fico sempre com a dúvida será que acabou, ou as pessoas estão convencidas que são alguém importantes que depois de amealharem uns dinheirinhos, com o seu trabalho, de terem uma casa sumptuária, de algumas terem singrado na vida sabe-se lá a que preço, ficam convencidas que são mais importantes do que as outras que vivem no mesmo espaço, nada mais de errado o que estamos a atravessar na nossa sociedade é uma crise de valores, valores estes que eu vi nos meus avós, não existiam computadores mas as coisas tratavam-se, não havia que comer mas as pessoas partilhavam o que não havia, não havia ninguém que não passasse por outra e que não a saudasse, quer a conhecesse ou não, ninguém tocava no que não era seu e o pedido de permissão para poder passar por uma terra que não fosse a sua, estava presente ou então antes de passar era solicitada a devida autorização.

Nos dias de hoje qualquer destas pessoas mais bafejadas pela sorte, arroga-se ao direito de fazer tudo, sem dar contas a ninguém até mesmo o de ser malcriado e nem sequer saudar as pessoas porque passam na rua, ou ainda metidos dentro de uma viatura “hermeticamente” fechadas, não falam a ninguém porque são superiores, mas esquecem-se que mais cedo ou mais tarde todos vamos para o mesmo sitio independentemente da condição, do estatuto, ou daquilo que julgam que são.

Henrique Pratas

 

 

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