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Bancos

26-08-2016 - Henrique Pratas

Ao dar este título a este texto tenho como intuito contar-vos o que se passou comigo há alguns tempos e que elucidará o estado em que o nosso sistema financeiro caiu.

Como sabem eu como formação de base sou ECONOMISTA, e escrevo-o em letras maiúsculas par me distinguir daqueles que têm como formação de base Gestão, porque como nós dizemos são pessoas que têm visão curta e apenas estão preocupados com o deve e o haver e o País tem falta de facto de pessoas com decisão que consigam pensar o País daqui a 10 ou 20 anos e não lhes estou a dar a conhecer nada de novo é só percorrerem a nossa história e vão encontrar muitos Homens que passaram um mau bocado apenas por se terem arriscado a pensar o País a longo prazo e cito-vos o Marquês de Pombal que quando mandou construir as ruas da Baixa Pombalina e o passeio da Avenida da Liberdade, andou para ser enforcado, porque toda a gente questionou se era necessidade aquela dimensão de ruas, hoje são pequenas, afinal o homem podia ter muitos defeitos, mas nesta matéria estava certo. Hoje o que é que temos obras de manutenção de reparação do que existe, quando as há e se se faz alguma coisa de novo é apenas a pensar nas necessidades dos dias de hoje, ninguém se “atreve” a ter uma visão futurista das coisas, há esqueci-me de um facto muito importante, não se esquecessem de saber quanto é que vão meter ao bolso com a realização de tais obras.

Mas voltando à história que quero partilhar convosco, um dos dias em que fui por o carro à revisão e dado que a distância do meu local de trabalho é grande pedi na oficina que me chamassem um táxi. Esperei uns instantes o transporte desejado chegou, eu como gosto de falar com todas as pessoas quando estas tem predisposição para isso, não imponho nada mas neste caso numa viagem longa, espero sempre que o meu interlocutor dê o pontapé de saída. Ora passados uns instantes de eu ter entrado para a viatura, o motorista do táxi que era uma pessoa educada, ponderada, extraordinariamente calma e bom ouvinte, expõe-me uma situação que se passou com ele em termos de instituições financeiras.

O homem tinha contratualizado e colocado numa instituição financeira uma determinada quantia a uma taxa de juro de 6%, até aqui tudo bem a instituição financeira deu-lhe um documento com as condições acertadas e uns meses antes de se vencer os juros da aplicação, desloca-se à dependência onde tinha conta e é informado por um diligente funcionário que a taxa de juro contratualizada já não era a mesma. Recordo-me que o homem apenas disse que não tinha recebido nenhuma carta com esta alteração em casa ou qualquer outro tipo de aviso e o que tinha contratualizado era uma taxa de juro de 6% e não de 4%, mas a capacidade de argumentação do “bancário” foi tanta que o homem vem-se embora, furioso e pouco crente no que lhe tinha sido dito e eu fui a primeira pessoa que apanhou no táxi e como precisava de desabafar, expôs-me a situação toda com todos os pormenores. Sabendo da minha formação académica, não por mim, mas pelos funcionários da oficina, queria uma resposta concreta e eu dei-lhe como é natural, veja primeiro se no contrato consta alguma menção quanto à variação da taxa de juro, porque muitas vezes para terem liquidez os bancos prometem uma taxa de juro mais elevada, mas “esquecem-se” de informar que esta pode variar consoantes as variações do mercado, ou melhor se as taxas de juro aumentarem eles não pagam mais do que o contratualizado, se baixarem eles refletem essa variação na aplicação. Disse-lhe para ver isso com cuidado e no caso de não existir nenhuma cláusula das que referi sugeri-lhe que se “batesse” pelo que tinha sido acordado.

Quase a chegar ao destino, senti uma grande angustia e inquietação por parte do motorista e indo diretamente à questão ver respondida, disse-me que já tinha passado por diferentes instituições financeiras para ver em qual deles é que conseguia melhor rentabilidade para as suas poupanças, mas que nenhuma lhe oferecia confiança e a pergunta surge como quem queria uma resposta firme e segura, diga-me por favor onde é que eu deva colocar as minhas poupanças, não poderia ter surgido pior pergunta, esperava-se que eu lhe desse uma resposta rápida, mas hesitei e recordei-me das palavras da minha avó quando eu já com umas noções do que eram as instituições financeiras lhe dizia para ela que era mais seguro ter um dinheiro num Banco por causa dos roubos e para gerarem mais dinheiro ela me respondia “ filho bancos só os da cozinha”, aqueles que para quem conhece se colocam nas chaminés altas e as pessoas se sentam a conversar no Inverno, não podia responder isto ao homem, mas também não lhe queria dizer ponha aqui ou ali que é melhor, porque eu próprio não tenho confiança nos Bancos e de forma educada lhe disse, olhe o senhor vá a mais duas ou três dependências veja as condições, leia todas as virgulas e pontos finais e depois faça a sua opção, eu não lhe quero dar a minha opinião porque para mim todos estão a funcionar mal, não sabia eu que para a Caixa Geral de Depósitos seriam propostos 19, sim, dezanove Administradores, haja alguém com bom senso e tenha apenas tenha aceitado 11 o que a meu ver ainda é demais, mas os “amigos” têm que ser recompensados e nunca mais saímos da cepa torta.

Henrique Pratas

 

 

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