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Futurologia

21-02-2014 - Francisco Pereira

Estamos de novo a viver tempos de euforia. Perfila-se nos discursos oficiais, não necessariamente verdadeiros, o tema do “Milagre Económico”, Portugal ao que parece recupera, algum de vós deu por isso? Não importa, está criado mais um mito criador, recordemos o “Oásis” dos tempos de Cavaco Primeiro-ministro e a “Paixão” de Guterres, e onde é que esses dois anteriores mitos nos levaram!

O perigo desta euforia, moderada, é que amanhã poderemos acordar ainda mais endividados do que estamos hoje. E será fácil fazer as contas, dado que por muito que se tente iludir a sociedade, o grande “monstro” gastador deste país são as instituições desta alegada democracia e os políticos e não modificando nada disto, corremos o risco de lá para 2020 estarmos novamente a tinir sem um tostão como dizia o saudoso Vasco no seu fado!

Este é um fado já antigo, Portugal passou os últimos 300 anos de mão estendida, apenas por um breve período, durante os 48 anos da ditadura não andamos à beira da insolvência, e mesmo assim nesse período de relativa fortuna, Salazar o obreiro desse autêntico “milagre” conseguiu isso à conta da «miserabilização» de quase toda uma sociedade, borrou a escrita ao embarcar na aventura lírica da Guerra Colonial, acabando Portugal por estar à beira da bancarrota em 1973, facto que se agravou com a queda de Caetano, e com as novelescas paródias do pós 25 de Abril, por isso em 1977 o FMI aterra pela primeira vez cá pelo burgo, para tentar reparar os disparates de 48 anos de ditadura e de três anos de anarquia de cariz soviético.

Os mitos são por vezes perigosos pela capacidade de criarem ilusões, o Oásis do cavaquismo é disso exemplo flagrante, dado que iludiu a sociedade, iludiu as instituições e condenou-nos a este estado actual de miséria, os seguintes incapazes apenas seguiram o que foi criado nesses anos de verdadeira orgia colectiva de esbanjamento, vozes ouve que se levantaram contra essa falta de bom senso, acusadas de serem “velhos do Restelo” afinal essas vozes estavam certas, Cavaco esqueceu-se de lançar as bases para um país, quando tinha todas as condições para o fazer, preferiu deixar criar coisas como o BPN e associar-se a elas, hoje presta-se ao patético culto de oráculo!

Todo este discurso serve para preparar a verdadeira premonição, que é a seguinte; depois da saída da Troika, depois do programa cautelar, com um país completamente destroçado, com milhares de pessoas à míngua, como será este país sustentável sem nova intervenção, como será este país sustentável se mantém o mesmo modelo político de governação assente numa enxovia povoada por 280 pouco mais que inúteis que dizem representar o Povo?

Como conseguirá este país famélico, pindérico e pelintra continuar a sustentar este modelo político onde um presidente da república se rodeia de mordomias e assessores para justificar a sua nulidade, como poderá este país continuar a sobreviver sem ajuda externa?

Está claro de ver, que depois disto tudo entraremos novamente em recessão, entraremos novamente numa espiral de miséria, porque desde a entrada do actual governo até à sua saída nada foi feito nem se fará para verdadeiramente reformar o Estado, pois o que se fez foram apenas medidas simples de cortes cegos, cá estaremos para ver o descalabro em que nos lançaram estas elites políticas salobras e saloias e nem os sorteios ao bom estilo feira popular os ajudarão. Pobres de nós!

Francisco Pereira

 

 

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