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AS FOFURAS DA INSUSTENTAVEL LEVEZA DO “TER”

29-07-2016 - José Janeiro

Quando comecei a pensar neste artigo de opinião que convosco quero partilhar tive dificuldade em saber por qual lado começar tal a quantidade e “riqueza” das fofuras parvas dos nossos políticos e comentadores.

Vou tentar organizar ideias.

Promiscuidade? SIM

Como não podia deixar de ser o tema incontornável da actualidade, o cargo de Durão Barroso, o Cherne, na Goldman Sachs.

Façamos um ponto de situação para que todos entendamos: A Goldman Sachs foi uma das grandes responsáveis pela maior crise do subprime de 2008, que nos trouxe até á miséria que hoje estamos a viver.

Expliquemos em palavras simples, muito simples, o que é o subprime para que todos entendam a quadrilha de criminosos.

O subprime explica-se em poucas palavras: é um crédito de risco, concedido a um tomador que não oferece garantias suficientes, dito isto explico melhor: Imaginemos que 10 pessoas compraram casas e que essas casas valem 100, ora essas 10 pessoas financiaram-se no mercado financeiro para a compra da sua casinha e os bancos para se refinanciarem e continuarem a poder ter liquidez para novos empréstimos imobiliários, constituíram os bem conhecidos fundos de investimento imobiliário que vos foram vendidos. Obtinham assim liquidez e o circuito funcionava bem ou seja: o valor das 100 casas ia subindo por força do mercado e como iam sendo pagas as prestações os fundos valorizavam, porque o valor das casas e do dinheiro no sistema estava em equilíbrio. Eis senão quando, um “iluminado de Wall street” pega nesse valor das 100 casas e lança sobre essas mesmas casas, novos fundos de investimento imobiliário e replica esse mesmo valor por novos fundos. Ora o sistema durante algum tempo suportou o impacto porque as pessoas até iam amortizando as suas prestações e as empresas de rating (sempre essas) foram dando boa cotação a esses títulos. Ora esses bancos de investimento Americanos, colocaram esses fundos sobretudo na banca Europeia com promessas de elevados rendimentos e os banqueiros que hoje recuperamos embolsaram milhões em prémios de “boa gestão”. Havia contudo um problema, o valor das 100 casas não garantia a imensidão de réplicas nos fundos imobiliários emitidos e a bronca (há quem lhe chame bolha) rebentou num estrondo semelhante a uma bomba atómica. E todos nós tivemos que recuperar os desaires desses iluminados, porque pela solidez do sistema financeiro um banco não pode falir. Só que temos prejuízos públicos e lucros privados porque os responsáveis não colocaram um cêntimo no seu banco.

Chegados aqui, entendemos que o banco de investimento para onde o super Zé Manel, o tal cherne, vai é uma entidade sem ética alguma e pouco dada a entender e resolver os problemas do mercado tendo como único objectivo o capitalismo selvagem. Dirão vocês, como se diz nas nossas aldeias: em vez de se perderem 2 casas perde-se só uma porque ambos têm falta de ética. Sim, é verdade só que o Zé Manel tem informação privilegiada sobre a Europa e a Goldman Sachs sabe isso.

É portanto uma questão de ética e sobre isto estamos conversados quanto á criatura.

Um partido da nossa praça chama a estas coisas “porta giratória”, mas sem promover uma revolta que trave isto, outros dizem com um ar cândido que o político não pode ser penalizado por ser político, ou então que o homem chegou ao mais alto patamar da vida empresarial. I-N-A-C-R-E-D-I-T-A-V-E-L!

Ora acontece, que a criatura recebe da União Europeia uma choruda reforma precisamente para não cometer estes crimes de lesa pátria (leia-se Europa) e o tal patamar da vida empresarial não sei qual é, não se conhece qualquer vida empresarial ao homem, mas sim, conhece-se a apetência para se integrar em quadrilhas e com isso ser recompensado, lembremo-nos do país de tanga e da cimeira das Lajes. Eis o tipo de animal que temos com a nacionalidade Portuguesa e que não orgulha um País.

Ainda as sanções

Ficámos a saber que os grandes inquisidores Europeus, decidiram avançar com as sanções a Portugal e Espanha. Quanto a Espanha estamos conversados porque aquelas são apenas para disfarçar: veja-se que o PP, o tal PSD-CDS lá do sitio, mesmo sem estar com governo legitimado correu a fazer um plano, diga-se de passagem, pouco credível sobre o IRC das empresas, prometendo recuperar 6000 milhões de euros, tendo ainda um prazo até 2018 para repor os níveis do deficit. Qual é a ideia? Forçar Portugal a cair num plano B e encostar o governo Português às cordas, num pré knock-out, para nos darem tautau por termos corrido com os deles do governo. Aliás a coisa Schauble, já disse que as sanções, são para incentivar o governo a reformas, mesmo que os técnicos Europeus tenham reconhecido que os números apresentados são validos.

Como se isto não bastasse, temos os cá de dentro, numa azafama para justificar o injustificável, dizendo que a culpa do deficit de 2015 e das sanções, são do actual governo, o tal que não esteve em funções em 2015. Não compreendem? Pois só aquelas alminhas manhosas conseguem entender, tal é a profundidade da coisa.

Termina a confusão, quando o Conselho de Estado da Presidência emite um comunicado lacónico em que dizem “que devemos manter a reflexão sobre as sanções”. O que não sabíamos é que um Ex-PR, a múmia de Boliqueime, que se tinha colocado ao lado do merecimento das sanções porque afinal o Governo de Costa (digo eu), já estaria em funções em 2015! Estou baralhado! Não era esta criatura que dizia que tudo estava bem e que até já não tinha dinheiro suficiente para viver?

Para entendermos melhor esta gente nada melhor do que recuperar uma frase emblemática do Cherne numa entrevista recente ao Economico em que diz: “agora não sou da política e o meu nível de sinceridade está sempre a aumentar”. Fico estarrecido e sem palavras para definir isto!

Será que o Aníbal de Boliqueime aprendeu isto quando o Cherne foi seu Ministro dos Negócios Estrangeiros? Só pode!

Apesar de ser de esquerda e não ter votado PS, reconheço que hoje estaremos na Europa de cabeça levantada e não cedemos a chantagens nem a birras institucionais, como fez o anterior governo, sempre de espinha curvada, lembrem-se das imagens de Passos Coelho a falar com a Merkel e entenderão o que digo.

Do sermão da montanha: Por que vês o argueiro (cisco) no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que tens no teu ?

Fui buscar esta frase Biblica (apesar de me confessar ateu), porque define na plenitude a situação do Deutsche Bank versus Portugal/resto da Europa.

O economista chefe do banco Alemão, pede um resgate de 150 mil milhões de euros para a banca Europeia, fantástico! Esta notícia é surpreendente no conceito ”banca europeia”, quando surge na sequência da falha dos testes de stress do banco Alemão e depois do FMI vir a terreiro dizer que o banco é o que tem maior risco sistémico (leia-se essa porra está falida), é a forma simpática de dizer que vai colapsar.

Façamos contas simples para que toda a gente entenda e não mais do que as operações básicas: A nossa divida Publica está a cerca de 129% do PIB (a riqueza produzida numa ano) sendo que o valor do PIB é qualquer coisa como 230 mil milhões de euros, ou seja o resgate seria 65% do PIB cá do burgo. Mas com este cenário a Alemanha passava de uma divida publica de 78% para 82% do PIB Alemão. Só para terem uma ideia em 2010 a divida Publica Portuguesa era 94% do PIB. Lembram-se o que aconteceu em 2010? Eu explico: Nessa altura os, mais tarde apelidados de “PAFISTAS” e seus apaniguados, diziam que a divida era incomportável, sendo já natural e suportável os níveis a que esse governo nos trouxe de 129% do PIB.

Haja seriedade intelectual! O Rodinhas Alemão atira-se a Portugal como gato a bofe quando o seu país via Deutsche Bank pode colocar a Alemanha em pré intervenção de uma troika qualquer. Esquece-se que só está no nível de desenvolvimento actual porque os país que eles hoje esmagam lhes perdoaram em dividas de guerra, como extensão do Plano Marshal, mais de 22,6 mil milhões de marcos, para terem uma ideia 63% do total da divida. Neste leque de 20 países estão a Grécia, Irlanda e Espanha, na 2ª guerra mundial, nós fizemo-lo com a 1ª guerra mundial. Isto permitiu o desenvolvimento da Alemanha, ora quando a esquerda hoje reclama igual tratamento, perdão de parte da divida, porque permitiria o desenvolvimento… afinal tem razão!

Reconheço que este perdão teve uma função estratégica devido á guerra fria, que tornou a Alemanha num aliado geoestratégico dos Estados Unidos como “tampão” para a politica expansionista da ex-URSS, mas seja como for as “traves” continuam nos olhos da Alemanha.

Uma coisa chamada PAN

Segundo sabemos PAN é Pessoas, Animais e Natureza, meritório sim. Ora acontece que o PAN fez tabua rasa das “Pessoas” e da “Natureza” para se dedicar em exclusivo aos Animais. E aqui chegados temos as melhores perolas que já assistimos até hoje: Acabar com os voos da aguia vitória, sem clubismos, retirar os cães aos sem-abrigo pela dignidade animal, mas que se lixe a dignidade humana e a mais recente o fim na via publica de carroças, charretes e carruagens, argumentam os idiotas que os turistas se sentem chocados por verem animais a puxar carroças. Se a estupidez pagasse imposto, tínhamos o problema do deficit resolvido com esta gente.

José Janeiro

 

 

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