Edição online quinzenal
 
Sábado 18 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Banca Privada Europeia ameaça sistema financeiro mundial

22-07-2016 - Pedro Pereira

Os bancos privados europeus e de igual forma o seu banco central (BCE) estão afundados até ao pescoço numa sinistra crise financeira.

Mas vamos por etapas…

Em junho de 2011, uma série de órgãos de comunicação social noticiavam que mais preocupante que o facto da Grécia se encontrar à beira da falência, eram a situação das duas mega instituições financeiras (Banco Central Europeu e o Deutsche Bank) cujos poderosos dirigentes estavam a lutar para escapar ao desastre financeiro das respetivas instituições.

Durante mais de um ano, mentindo descaradamente, estas duas organizações financeiras fizeram passar comunicados e outras notícias para incutirem nas mentes dos cidadãos que o que se passava na Grécia de então, constituia um perigo para todo o sistema financeiro da Europa.

Com os quartos traseiros assolapados nos cadeirões dos seus antros, os patrões (Jean-Claude Trichet e Josef Ackermann) das duas organizações sedeadas em Frankfurt, ditavam a política económica da UE sem que os cidadãos comunitários tivessem votado ou dado autorização para estas duas iluminarias ocuparem os cargos que ocupavam.

Trichet, era então o patrão do Banco Central Europeu, considerado pela Newsweek uma das cinco personalidades mais importantes do mundo, enquanto que de Ackermann o New York Times dizia ser «possivelmente o mais perigoso e poderoso banqueiro da Europa», e conselheiro de decisores políticos sobre assuntos económicos como a crise grega; a crescente tensão entre as mais fortes economias europeias, como a Alemanha e as mais fracas, como Portugal e Irlanda.

Era esta criatura o líder do Deutsche Bank, o maior banco privado da zona euro. Dizia então esta personagem que «seria um grave erro proporcionar algum alívio à dívida grega». Uma rematada mentira, como foi provado há mais de uma década o Equador e a Argentina procederam à reestruturação das suas dívidas soberanas, porque ao libertarem os respetivos países das medidas draconianas de austeridade a que se encontravam submetidos, registaram crescimentos económicos.

Não obstante, estas duas referidas personagens fantasmagóricas decidiam (e decidiram) do futuro da Europa enquanto união económica e monetária de acordo com desígnios obscuros a que obedeciam, do perfeito desconhecimento dos cidadãos europeus.

Em tempo, a prestigiada revista Times referiu que «os bancos europeus, incluindo alemães como o Deutsche Bank, detêm muitos milhões de euros nas obrigações financeiras do governo grego e os bancos perderiam bastante se essas dívidas fossem reestruturadas».

Neste sentido, ainda em 2011 Ackerman dizia que a solução para Grécia passava por «mais dinheiro de resgate e mais austeridade».

Está hoje provado pela maioria dos especialistas em economia (quer de esquerda, quer de direita) que esta «solução» em nada resolve o problema da dívida grega. Chegaram à conclusão que a Grécia é insolvente. Temos assim que as propostas do referido cavalheiro são mais um expediente da banca vampira para continuar a sugar o sangue ao povo grego, mantendo-o na linha mínima de sobrevivência.

A Europa não enfrenta uma crise da dívida soberana. Na verdade, a Europa enfrenta uma crise financeira no sector bancário. Para além de Portugal, Grécia e Irlanda, a maioria dos grandes bancos europeus estão insolventes e a única forma dos governos e dos banqueiros esconderem da população esta sinistra realidade, tem sido a de insistirem nos «resgates» e na imposição de medidas de austeridade miseráveis aos países periféricos da Europa.

No auge da crise, responsáveis políticos e outras alimárias do Norte da Europa, principalmente alemãs, propagavam bacoradas como a de que os povos dos países do Sul eram gastadores empedernidos e os gregos eram preguiçosos.

Na verdade, esta propaganda para consumo interno teve como objetivo distrair as atenções dos contribuintes alemães para o facto do seu governo estar a resgatar os seus próprios bancos à custa de esmifrarem os povos dos países do Sul.

Chegados a novembro de 2015, o Deutsche Bank, o maior banco alemão, tornou publicas perdas de mais de 6,8 mil milhões de euros, a demissão de mais de 35 mil funcionários, o encerramento das operações em 10 países e a suspensão de dividendos para os acionistas nesse ano e seguintes.

Esta crise por parte do maior banco europeu (o Commerzbank, o segundo maior banco alemão, encontra-se em situação semelhante ou pior) é o pronúncio da catástrofe financeira que se vislumbra, a qual irá ser «exportada» para além da Europa.

Tenhamos em atenção neste contexto, que apesar do crescimento económico dos EUA registar índices medíocres, a Europa encontra-se à beira da contração e que as ações dos bancos europeus sofreram um duro golpe desde o referendo do Brexit, em particular as ações do mais forte dos megabancos, o Deutsche.

A derrocada anuncia-se até final de 2016.

Esta nova derrocada será a uma escala muito maior que em 2008 e atingirá todos os países a nível mundial.

Atente-se que o sistema financeiro se encontra direcionado para a especulação financeira e esta sustentada em cima dos recursos públicos que dominam as atividades de todas as grandes empresas. 

Assim, os fatores que conduziram à derrocada de 2008 continuam firmes e mais fortes do que nunca.

O mundo está transformado numa espécie de casino financeiro, ou banco imobiliário, onde os grandes especuladores são resgatados pelos governos.

Tornou-se (e é) extremamente preocupante o facto de milhões de imigrantes dos países atascados na crise trabalharem na Alemanha, sendo que grande parte da indústria europeia gira em torno da máquina industrial alemã. Para sustentar esta «geringonça», o imperialismo alemão tem sido compelido a evitar o colapso dos países da periferia, evitando o contágio em direção ao centro. Não obstante, a sua indústria já entrou em recessão.

Face à iminente falência da banca alemã, novos e obscuros tempos aguardam os povos europeus e… não só.

Pedro Pereira

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome