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ROTA DE COLISÃO

08-07-2016 - José Janeiro

Para entendermos o que se está a passar na Europa temos que ir um pouco atrás na Historia. Comecemos pelo nosso país, temos 600 anos de historia enquanto fronteiras definidas e fomos responsáveis por um dos maiores feitos da historia os descobrimentos, mas um país que foi rico e próspero nos seculos XV e XVI, deslumbrou-se com a riqueza e pensou que duraria para sempre abandonando por completo o desenvolvimento e dedicando-se ao ócio, dizia-se que o ouro entrava em Lisboa e saía pelo Porto, para os países da Europa que se aproveitaram para se desenvolverem e em alguns casos substituírem Portugal na descoberta dos mares. Comparemos com a Alemanha, é um país que se foi fragmentando e desfragmentando e é responsável pelas 2 maiores guerras mundiais alguma vez vistas. Resultante desse facto os países que hoje estão sob ataque económico, perdoaram á Alemanha milhões de dólares (Portugal terá perdoado 2,2 mil milhões devido á primeira guerra mundial) e permitiram com os seus programas de recuperação que a Alemanha voltasse a ser grande.

Simplista? Sim reconheço, mas resumidamente esta é a realidade.

Porque razão a Alemanha está hoje contra Portugal? Porque não nos respeitam devido á nossa história, de não nos sabermos governar, tal como disse Júlio César e porque os morenos do sul, os novos judeus, são fracos na defesa dos seus povos e ninguém respeita subservientes.

Sim, a responsabilidade de tudo isto é dos nossos sucessivos governos que nunca “bateram o pé” ao que era imposto e não soubemos dizer: NÃO! Não soubemos impor respeito. Fomos sendo o bom aluno, que afinal não o era.

Portugal deixou de ser interessante.

Já se destruíram as pescas, a industria, a agricultura e já venderam as maquinas Alemãs suficientes para o “desenvolvimento” do país via Fundos estruturais, ou seja, todos contribuíam e o dinheiro voltava ao país via investimento sob a capa do desenvolvimento. Houve um inconsciente e com muito pouca visão que se deliciou a fazer desaparecer todos os meios de produção deste país de seu nome Aníbal Cavaco Silva.

Mas vejamos o problema da Europa.

O problema da Europa sempre foi a Alemanha. E culmina no mês passado com o BREXIT. Talvez não seja exagero dizer que podemos estar sob nova ameaça de guerra mundial devido a esse facto.

Nessa sexta-feira, apelidada de sexta-feira negra, disseram-se horrores sobre os Britânicos, teceram-se os mais vis comentários sobre o seu futuro, fizeram-se as mais horripilantes chantagens sobre uma decisão democrática… e afinal depois do impacto inicial, qual mão invisível, tudo se recompôs passados uns magros dias e o Reino Unido viu os seus rácios rumarem ao equilibrio, logo na segunda-feira seguinte.

Os comentadores diziam que por essa altura, que a Europa (leia-se Alemanha) teria aprendido a lição, mas eis que surgem os 3 da vida airada: o Schauble – o cócó, o Klaus – o ranheta e o Gunther Oettinger – o facadas, que do alto da sua cátedra se atiraram a Portugal, denominador comum: são Alemães. Curioso!

Mas porque razão somos atacados? Ironicamente poderia dizer: somos os novos judeus dos Alemães. Mas melhor ainda, a divida publica Portuguesa serviu para que os bancos Alemães saíssem da grande bronca em que estavam por terem feito as suas aventuras com a banca Nacional que foi por essa via recuperada. Penso que todos se lembram dos sucessivos problemas com a banca, a tal que não pode falir, e que vamos alegremente recuperando. Mas a divida soberana nacional serviu também para que a Alemanha se financiasse a juros negativos e comprassem divida soberana com um rendimento á volta de 3%, ora entendemos agora a “boca” do Schauble do tal novo resgate necessário para Portugal. Como o efeito passou, veio então um Klaus, dizer que está mais preocupado com Portugal do que com o BREXIT, estranho quando o Reino Unido é uma das grandes potencias e forte contribuinte para o PIB Europeu e Portugal um mero gastador de recursos via programas de apoio. Pensávamos nós que ia ficar por aqui e como não há 2 sem 3 eis que um novo Alemão vem dizer que as sanções devem ser aplicadas ou “as pessoas não entenderiam”. Estamos assim perante um problema económico: a manutenção do superavit Alemão a todo o custo.

Chegados aqui , eis um novo facto: o Deutsche Bank o gigante Alemão que padece de problemas sérios e que conviria disfarçar a hecatombe que se prepara e nada melhor do que os novos judeus para suportarem o crime de terem ousado destruir um banco Alemão (ironia) e disfarçarem a desgraça.

Pensávamos nós que bastaria, mas lembrámo-nos de um novo facto: a geringonça! Dirão alguns: pois mas também se atiraram a Espanha e a esses respondo, é como aquela anedota do menino Zequinha que pergunta á professora: qual é coisa qual é ela que tem ponta vermelha entra e sai e tem 2 bolas, vendo a irritação da “sotora” diz-lhe: é o batom, as bolas são para disfarçar e aqui estamos nós como o menino Zequinha é para disfarçar. A Espanha teve a ideia peregrina de não aceitar o resultado de uma primeira votação de um Partido que ganhou a eleições e que não governa, aonde é que já vi isto? Precisam os governantes Europeus de por na ordem estes novos judeus que ousam democraticamente contrariar os arianos do norte.

Mas viemos a saber mais, que na Europa desde que estão previstas sanções houve mais de 15 vezes (leram bem 15!) países que não cumpriram o tratado orçamental e nunca houve sanções. Neste ano da graça de 2015 houve 3: Portugal, França e Espanha… só que a França é a França nunca se esqueçam.

Mas se isto não bastasse temos os Alemães cá do burgo, uns tais bons alunos que eram deuses com pés de barro, que dizem agora coisas inacreditáveis. Vejamos o que dizem estes guardas do campo de prisioneiros Alemão: que se eu fosse ministra isto não se punha! Que não vale a pena, desculpas esfarrapadas devido ao passado (sim porque as sanções são sobre o passado)! Que o governo não bate o pé á Europa! O problema, segundo o Observatório da competitividade, seja lá o que isto for, está nos salários, nas horas de trabalho e noutras coisas parecidas que se chama: “vida das pessoas”, mas nunca no desperdício e nas PPP’s. Enfim umas perolas que num acto de castigo corporal os deliciam qual Josef Mengle dos tempos modernos, porque aqui ousaram correr com eles numa geringonça de esquerda e libertarem-se do experimentalismo inconsciente que fizeram com Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha – os PIGS de sua graça.

Porque sou a favor do PTEXIT?

Se não vos bastasse o que acima ficou dito posso acrescentar mais umas coisinhas: a Europa não é unida e agora a Alemanha, sempre a Alemanha, já fala em decisões não partilhadas por todos. Somos governados por Bruxelas aonde temos um bêbado Luxemburguês com nome de esquentador, na Presidência, que transformou o seu país numa imensa off shore, temos comissários lambe botas incompetentes que se põem em bicos de pés para não perderem o tacho porque nada mais sabem fazer, andando á voz do dono como cachorrinhos obedientes e um Parlamento Europeu sem força, mas eleito pelos Europeus. O assalto á Presidência da Comissão já começou e em breve veremos o bêbado corrido e um novo Durão pouco durão, mas muito Barroso (de barrento) será colocado no seu lugar como mais um fantoche, porque o bêbado tem a ousadia de algumas vezes pensar por ele.

Basta? Ou querem mais?

Temos que sair enquanto é tempo. Os mais medricas dirão: pois mas a moeda, a inflacção, os preços, o valor dos salários e pensões e vamos por aí fora… a esses respondo: que interessa a moeda e a inflacção? Na década de 80 tinhamos inflacção de 30% e nunca a economia cresceu tanto, quanto ao resto, vocês já têm os preços mais caros da Europa, os salários e pensões mais baixos. Somos um país rico: temos a maior Zona Marítima Exclusiva da Europa, um Turismo que os tais do Norte viriam em massa porque os preços seriam favoráveis e uma possibilidade de crescer via Exportação devido á moeda fraca, o que querem mais? Depois, bem depois falta fazer um orçamento de base zero para o país e elegermos gente capaz e seria. Basta assim, por ordem no imenso galinheiro em que este país se transformou e fazer algo como a Islândia fez, que apesar de só ter vulcões e mar, teve a garra de dizer NÃO e mandar bugiar os tecnocratas da Europa. Como gostaria de ver isso replicado neste país.

O neoliberalismo que os mais á direita defendem só fez com que este país fosse um sítio muito mal frequentado. Está na altura de nos unirmos e acabar com o regabofe em que este país está mergulhado. Pela minha parte estou aqui.

José Janeiro

 

 

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