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Vamos a la playa!

01-07-2016 - Francisco Pereira

A costa portuguesa é extensa, tendo cerca de 1 600 km, divididos entre Portugal continental, Açores e Madeira. Falamos portanto de uma grande área, com mais de 500 praias entre praias da orla costeira e praias fluviais, para toda esta extensão possuímos uma coisa a que pomposamente se chama, sem demérito do bom trabalho que poderia ser muito, mas muito mesmo melhor, Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

Porém os nadadores salvadores existem apenas em part-time, existen só durante a época balnear, nem fazendo parte da instituição ISN, são apenas amadores bem intencionados, sem demérito da excelência e bom desempenho.

Os nadadores salvadores, são uma espécie de bombeiros voluntários, tiram um curso, de 150 horas, que pagam do seu bolso e que pode oscilar entre os 160 e os 300 Euros, depois esperam ser contratados pelos concessionários onde auferem salários entre os 1000 até aos 1500 Euros de acordo com a experiência, o que diga-se em abono da verdade, é miserável tendo em conta a especificidade deste tipo de actividade de risco.

Portugal é um país sem paralelo nesta espécie de geringonça europeia em que vivemos. A vida em Portugal é defendida a tempo parcial, a segurança de bens e pessoas é feita por amadores voluntários, que por carolice, vão, as mais das vezes de forma denodada e altamente profissional, arriscar as suas próprias vidas para cuidar das de outros.

Somos um país precário, com precários a tempo parcial, é assim com as CPCJ, onde a segurança das crianças é feita a tempo parcial e em condições miseráveis, é assim com os socorros a banhistas e vigilância das praias, é assim com a floresta e com os bombeiros e é assim com muitas outras coisas, que são feitas em cima do joelho e com bases pouco profissionais, mais uma vez sem demérito dos nadadores, dos bombeiros voluntários e das comissões da CPCJ que apesar de todas as atribulações vão desempenhando de forma diligente as suas funções, no entanto um país sério não pode ter estas funções entregues à boa vontade.

Pessoalmente não me chateia que estas coisas se passem assim, chateia-me é que os carneiros capados, os azeiteiros labregos que se dizem portugueses, chateia-me que esta sociedade de lombrigas, ache que isto é normal e não se manifeste pela mudança, isso é que é realmente desesperante.

P.S. – Ainda agora começou a época balnear e já faleceram duas pessoas.

Francisco Pereira

 

 

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