Ainda Portugal e a Islândia
17-06-2016 - Eduardo Milheiro
E o desencanto chegou para milhões de Portugueses em Portugal e nos quatro cantos do mundo.
Era impensável que Portugal empatasse ou perdesse com a Islândia, mas empatou, empatou contra a vontade, contra a modéstia e contra o sacrifício de uns Islandeses dispostos a fazer história.
Portugal, hoje como sempre, em termos de futebol, fica bem nas fotos; nas recepções oficiais; nos mimos que lhe são dados; no apoio que os portugueses lhes dão, mas na chamada hora H falham sempre, não esquecendo os grandes abraços que o poder político lhes dá, numa colagem de todo dispensável.
A imprensa, “os media”, têm a mania de embandeirarem arco com base em expectativas que não se chegam, por vezes, a concretizar, pois por mais que diga, os jogos e os campeonatos só acabam quando o árbitro apita e aí é que se sabe se ganhámos ou perdemos.
Por isto, tentar vender esta classe de profissionais como heróis nacionais é algo que não aceito. São gente que ganha rios de dinheiro, fortunas; são gente cuja própria profissão os torna em homens sem pátria nem clube, a sua pátria e clube é quem lhe paga mais, sendo que para eles a Selecção Nacional, não passa de uma plataforma, um meio para que, se as coisas correrem bem, conseguirem valorizar o seu Passe.
Heróis Nacionais são os Militares que arriscam a vida em diversos países em quadros de guerra mais que declarados, na tentativa de ajudar em nome dos Direitos Humanos aqueles que são mortos e humilhados pelos grupos de terroristas que proliferam por esse mundo e pelos conflitos nacionalistas mal resolvidos.
Heróis Nacionais são os investigadores que desenvolvem a sua actividade em Portugal e no Mundo. Estes, quando em Portugal, muitas vezes com grande sacrifício familiar e financeiro e quando no resto Mundo, muitas vezes longe da família e dos amigos e fundamentalmente do seu País, dos seus usos e dos seus costumes sendo na verdade emigrantes.
Não ganham milhões, uns arriscam a vida outros muitas vezes vivem com dificuldades dependendo da bolsa atribuída pelos governos.
Por tudo isto, na minha opinião, o futebol já acabou ou como dizem os miúdos “há bué de anos” foi só começar a pensar quem é esta gente, ir conhecendo os Presidentes dos Clubes e começar a suspeitar do apego e vontade que os políticos têm de se misturarem nestas coisas do futebol e ver depois todos os escândalos ligados à tribo de futebol e reagir dizendo: “o futebol é que é o verdadeiro ópio do povo”.
Pensem, digam mal, critiquem, façam o que quiserem, continuem na mesma que o futebol e os seus intérpretes agradecem.
Eduardo Milheiro
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