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BOM/MAU

20-05-2016 - Henrique Pratas

Não é meu timbre escrever sobre uma pessoa mas já depois de ter visto ser consagrado um jovem da música portuguesa, não posso deixar de escrever este texto para os confrontar que a diferença entre o que é bom e mau na vida das pessoas.

Apesar de o conhecer pessoalmente, dado que foi colega de turma do meu filho no Colégio Moderno, irá descrevê-lo sem utilizar o seu nome verdadeiro, usarei o nome artístico que é AGIR.

O que para nós por vezes pode ser problemático num rapaz na idade dos seus 14 a 16 anos, pode no caso vertente servir de exemplo a muitos outros que tomaram comportamentos que nós chamamos, quando eles decidem a sua vida e enveredam por, como nós chamamos por caminhos errados. Questiono eu hoje, existem caminhos certos e errados? Como é que avaliamos isto do certo e do errado?

A situação que vos retrato hoje não foi fácil para os pais, nem para os amigos e os pais dos amigos que conheciam a situação, pensámos em determinada altura que não havia nada a fazer, os professores de judo com a sua paciência infinita em conjunto com os judocas do Colégio, convidaram-no muitas vezes quando havia torneios fora de Lisboa para o acompanharem, por forma a tirá-lo, deste meio, nem que fossem só por momentos muito breves.

Isto andou, andou, até que deixámos de saber por onde ele andava, há uns tempos para cá temo-lo visto, a cantar, a compor, a escrever letras de canções que já estão a marcar o mercado musical em Portugal.

Fiquei contente por ver que o que tinha vista era muito diferente do que era hoje, independentemente do aspeto exterior o que conta para mim é o que é como as pessoas são por dentro. Feita esta análise através de ver entrevistas dadas pelo AGIR, da forma como se expressa, as “ideias” arrumadas de tal forma que á assustador, está muito adulto, quando apenas terá cerca de 26 anos, mas tem a sua vida perfeitamente organizada, da maneira como quer, como gosta e criando os seus próprios desafios, é espantoso ver a diferença.

Às vezes nós como pais insistimos em que os nossos filhos têm que enveredar pelo caminho que achamos que é melhor para eles e esquecemo-nos que, a maior parte das vezes a diferença de uma geração para outra é significativa e o que por vezes queremos “impor”, não é o que eles querem. Acho que devemos tomar este exemplo como bastante elucidativo par não obrigarmos os nossos filhos a trilharem um caminho que eles não querem, são eles que vão escolher o caminho que querem percorrer e às vezes a imposição pode dar grandes asneiras.

Gostaria também de fazer uma chamada de atenção dirigido a quem exerce funções de docência em qualquer grau de ensino, a juventude não é toda igual, independentemente da idade poder ser igual ou ocorrer um desfasamento de 1 a 2 anos a mais ou a menos, a sociedade é vista por eles de formas diferentes e entendo que os professores devem estar atentos para ver, analisar, sentir, observar o que é que os seus alunos têm mais apetência é extremamente importante esta vertente. É preciso saber ouvi-los, não ficarmos na posição que já sabemos tudo, não, nós nunca sabemos tudo, também aprendemos com os mais novos porque eles têm uma visão mais clara da sociedade onde estão a crescer e nós crescemos em tempos diferentes e tudo o que possamos absorver deles, estamos aquilo que eu designo por “atualizar o carácter”.

Termino escrevendo que é com um certo regozijo que vejo este “miúdo” a trilhar caminhos que ele escolheu, conseguindo por de parte o que o prejudicava e aquilo que a sociedade pela quais nós somos responsáveis coloca à disposição da nossa juventude para que esta nos possa chamar à atenção para coisas que eles nos transmitem e nós nem sequer damos conta que são chamadas de atenção ou então afirmações muito precisas e concisas no sentido de nos informarem que não querem seguir aquele caminho que lhe tentamos impor.

Nós nascemos livres e como cidadãos livres que somos temos que assumir as nossas responsabilidades e nada melhor do que ensinarmos aos nossos filhos que não gostamos de mentiras, que estamos com eles para o bem e para o mal, responsabilizá-los pelos atos que praticam, sem a severidade de outros tempos, necessariamente teremos que ser mais tolerantes e atentos, relativamente à juventude que cresce e vai fazendo a “reposição” de uma forma ténue da geração que nasceu antes deles.

Como costumo e já referi não há “receitas” certas ou erradas, o que temos que estar atentos e conscientes é juventude não pode crescer como nós queremos, tem que ser como eles querem. Não quero escrever com isto que os pais não estejam presentes, não nada disso, sim temos que lá estar para quando eles precisam, o que devemos ter muito cuidado é não invadir o espaço deles, porque nós não gostamos que nos façam isso, então por maioria de razão temos que estar mais atentos.

Só com esta atitude dialética é que podemos conseguir mudar alguma coisa nesta sociedade, porque nós não conseguimos fazer na nossa geração será concretizado pelas gerações vindouras, as coisas vão mudar de certeza absoluta porque eles entendem melhor a sociedade em que vivemos, a diferença está na forma como a olhamos, nós estamos condicionados pela sociedade em que crescemos eles crescem noutra e há que respeitar esta diferença.

Resta-me dar-te os parabéns “puto”, estás a fazer um trabalho de excelência, como gostas e como tão bem o fazes, continua não pares de nos dar música com a qualidade que nos estás a dar, agora a responsabilidade é tua, gosto do que fazes e da forma como o fazes, habituaste-nos a uma qualidade que não estávamos acostumados, agora meu caro tens uma grande responsabilidade nos teus ombros.

Henrique Pratas

 

 

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