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Em defesa de todos nós

13-05-2016 - Francisco Pereira

Foram várias as vezes que escrevi, denunciando a obscenidade vergonhosa dos contratos de financiamento do ensino privado, já o faço há muito. Finalmente um ministro resolveu meter a mão na massa, não sei se para exterminar essa aberração, espero que sim, se para fazer apenas uma operação cosmética, veremos.

O governo anterior, vergonhoso que foi no que à Educação concerne, sendo que muita gente da que verdadeiramente se preocupa com a Educação, com seriedade, não essa chusma de perros arregimentados e cegos pela partidarite, que vocifera à vez pela igualmente incapaz comunicação social.

Dizia eu que julgava que depois de Maria de Lurdes Rodrigues do governo do senhor Sócrates, nada de pior, de mais malévolo e de mais inepto poderia acontecer à Educação, mas depressa essa opinião mudou com o governo do senhor Coelho e com o seu ministro Crato, no qual muita gente depositou confiança eu incluído, sendo todos traídos pelo absoluto miserabilismo intelectual e inépcia que essa dupla Crato/Coelho representou para a Educação.

Dito isto, passemos ao que interessa. Na sua génese o financiamento de escolas privadas, era um pensamento correcto, através do financiamento suprir as dificuldades do Estado em implementar aquilo que deve ser um desígnio nacional, implementar uma Educação Pública desde a Creche à Universidade.

Mas há boa maneira lusitana, o que inicialmente era uma boa ideia depressa se transformou num miserável e obsceno esquema de “mama” de dinheiros públicos.

E foi ver as máfias dos colégios privados, a concorrer à mama, interesses obscuros com ex governantes à mistura, os aventaleiros e a Igreja sempre céleres em aproveitar o esburgo do erário, sem rei nem roque protegidos pelos partidos hegemónicos, assim chegamos a esta obscena vergonha.

Para desviar as atenções, faz-se desta questão uma coisa ideológica, não o é! Isto tem que ver apenas com o bom senso, e estranho é ver, a Direita a proteger o desbaratar do dinheiro público e a seguir orientações quase estalinistas, é de ir às lágrimas, o que esta gentalha faz para proteger as máfias instaladas, até se renegam os princípios sacrossantos do liberalismo.

Para continuar a desviar as atenções, faz-se disto uma questão de escolha. Os pais devem poder escolher a escola dos filhos. Ora aí está uma questão em que estamos de acordo. Ninguém está contra a escolha. No entanto as escolhas implicam custos, querem ensino privado PAGUEM-NO!

Para desviar as atenções, falam de qualidade, sobre o tema li este verdadeiro tratado sobre a imbecilidade humana “…Sobre a qualidade do ensino o PSD introduziu os exames nacionais o que permitiu avaliar as escolas e fazer escolhas.”, quem diz uma coisa destas, não entende absolutamente nada sobre Educação, os exames nacionais não avaliam nada, avaliam zero, e também não se fazem escolhas sobre algo tão importante como a Educação baseados tão somente em exames, pior, dizer que os privados têm mais qualidade que a escola pública, é uma inverdade e falta de honestidade intelectual.

Outro mito, que a rafeirada liberaleira gosta é o dos custos, os custos assim e os estudos assado, quanto aos milhões desbaratados nos bancos vi-os sempre calados, agora ladram que nem perdidos, encheram a boca com o modelo Finlandês, agora é vê-los calados que nem ratos, e perceber esta gente?

Desde logo quero deixar bem claro, que não acredito em estudos nenhuns que digam que o ensino privado é mais barato que o público, e ainda que o seja, a Escola Pública e a Educação deste país são investimentos, e como tal deveriam ser encarados, investimentos com retorno, longe de questiúnculas merceeiras, como as querem transformar.

E para aqueles que estão a pensar que as escolas privadas são todas iguais no acesso aos contratos de financiamento, desenganem-se, é preciso fazer parte da elite, da santa trindade dos interesses escuros, da pelintrice clientelar e do amiguismo corrupto, aventaleiro e das obras dos deuses, onde nada interessam os critérios como a qualidade e ou a pertinência e necessidade ou ainda a falta de oferta pública, e a questão é apenas esta, daí a necessidade e o afã com tentam desviar as atenções, estes financiamentos das escolas privadas, deveriam ser investigados com seriedade, e perceber a roda de interesses que ali vai desfiando o rosário mafioso que enovela e enevoa a realidade.

O que deveria estar a ser discutido, é a falta de condições nas escolas, a máfias dos manuais escolares, o peso excessivo das mochilas dos miúdos, a falta de disciplina, a falta de meios e pessoal, a mentira do ensino especial, os programas cretinos e as metas engendradas por mentecaptos, a felicidade das crianças, era o que devia estar em discussão.

Francisco Pereira

 

 

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