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O efeito “Mulher da limpeza”

06-05-2016 - Francisco Pereira

Portugal é um país “suis generis”, todos sabemos das especificidades deste nosso rincão, factos e curiosidades que o tornam um dos mais exuberantes exemplos de alucinação colectiva e de miserabilismo intelectual.

Por exemplo, recentemente um vagabundo foi condenado a seis meses de prisão e cem euros de multa por ter furtado 4,07 Euros, só para percebermos a dimensão ridícula desta sentença, o senhor Isaltino, foi condenado a sete anos por fraude de milhares e milhares de Euros.

Depois de 44 recursos cumpriu 2 anitos, o dinheiro que se gasta num Juiz não compensa. O vagabundo foi entretanto absolvido, alguém caiu em si e percebeu o ridículo disto tudo, e quem caberá a culpa deste tipo de alarvidades jurídicas? À mulher da limpeza, tá claro!

Outro exemplo, o senhor Moreira da Silva, que ao que consta era ministro do Ambiente, deu de mão beijada metade do distrito de Faro e uma parte significativa da orla marítima algarvia para prospecção e exploração de petróleo.

O Governo do senhor Coelho, do qual o senhor Moreira, fazia parte hoje concorrente a sub-secretário da ONU, bem entregue estará a coisa com gentalha deste calibre, entregou, sem concurso, o Algarve à Portfuel, uma empresa de Sousa Cintra.

Cintra é um conhecido empresário do ramo dos petróleos, ou será das cervejas? Bem, não interessa, o que interessa é que esta negociata torpe e vergonhosa se passou e que deviam estar todos presos, mas como de costume, “no pasa nada”! Quem tem a culpa destas trafulhices? A mulher da limpeza, tá claro!

Os exemplos anteriores, muitos mais existem, servem só para ilustrar, aquilo a que chamaremos o efeito “Mulher da limpeza”, que se poderá traduzir pela seguinte equação;

E impunidade, velhacaria e a gente sem préstimo parecem quase sempre conduzir a situações em que a culpa nunca é de ninguém, e quando é apurada alguma culpa ele recaí invariavelmente em alguém que ocupa o fundo da escala hierárquica, como se não existissem decisores que devessem ser responsabilizados, julgados e punidos, mas como a culpa é sempre da mulher da limpeza, nada acontece!

E este efeito “Mulher da limpeza”, levou a que ninguém fosse julgado culpado quando faliram 4 instituições bancárias, levou a que nos municípios as contas andem em roda-viva, apesar dos muitos avençados e avençadas que pululam pelas instituições municipais, associações de municípios e empresas municipais disto e daqueloutro.

Na sua maioria nulidades e incapazes que são apenas portadores do cartão partidário certo, e assim se esvaem dos cofres públicos milhões de Euros gastos a alimentar as clientelas partidárias, ainda se víssemos algum préstimo e competência nessas gentes, mas não. E a culpa claro está, deste estado de miserável esburgo, é com toda a certeza da mulher da limpeza.

Francisco Pereira

 

 

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