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O menino Huguinho

07-02-2014 - Francisco Pereira

O menino Huguinho é um dor de alma, o menino Huguinho é o produto de uma sociedade podre, que têm produzido essencialmente gente jovem, que já é velha, gentinha que nunca produziu o que quer que seja, que nunca fez nada excepto andar pelos corredores do poder a lamber botas, para chegar a lugares de poder, o menino Huguinho representa tudo o que há de mais triste e intelectualmente miserável desta nossa sociedade e do tipo de iniquidades que chegam à política, que se servem da política e que medram pura e simplesmente porque são possuidores de um cartão com a cor partidária.

O menino Huguinho, não sabe o que é lisura, o menino Huguinho não sabe o que é democracia. Porque se soubesse o menino Huguinho saberia e apoiaria efectivamente o referendo à co-adopção porque efectivamente do que se trata é de um vil e degradante atentado aos direitos não de minorias mas efectivamente de um atentado aviltante aos direitos de pessoas, no caso adultos e crianças, porque uns tem direito a adoptar e os outros direito a serem adoptados.

O menino Huguinho não entende, infelizmente, nada de crianças e muito menos do seu superior interesse, porque se entendesse perceberia que o que as crianças precisam essencialmente de serem felizes com pessoas que as amem, que as cuidem e que lhes assegurem a dignidade que devem ter enquanto seres humanos dotados de personalidade e a felicidade, menino Huguinho, não se referenda, promove-se, alimenta-se com acções concretas, com por exemplo não cortando nos subsídios de natalidade, assegurando horários dignos para que pais e mães possam cuidar dos filhos, legislar licenças de maternidade e parentalidade dignas desse nome e não o faz de conta actual, criar creches e jardins-de-infância com qualidade, mas quanto a isso o menino Huguinho diz nada, o que preocupa verdadeiramente o menino Huguinho é o facto das malvadas “bichas” poderem adoptar, essa é a sua verdadeira preocupação, o menino Huguinho é um Diácono Remédios moralizador.

O menino Huguinho quer construir uma sociedade, ora parte logo de um bom princípio, excluindo dessa tal sociedade alguns dos seus membros, imaginemos construir uma casa e deixarmos uns tijolos por colocar, umas vigas por colocar e uns pilares, pois é fácil de adivinhar que a casa seria sempre uma má casa e que até correria o risco de colapso, ora como construtor de sociedades o menino Huguinho, está para a construção da mesma como uma sela está para uma vaca.

O referendo proposto pela estrutura partidária que sustenta o menino Huguinho, é uma estultice, própria de meninos ocupados a brincar aos feiticeiros, não servirá a nada nem em ninguém, será um custo da democracia perfeitamente dispensável, mas o menino Huguinho lá terá as suas razões, diga-se “en passant”, de uma pobreza intelectual atroz, que justifiquem essa iniciativa, tão século XIX, levada a cabo no século XXI, infelizmente o iluminismo, não tocou o menino Huguinho, Espinosa, Voltaire, Diderot, para citar apenas alguns autores de excelência do “século das Luzes”, nada dizem ao menino Huguinho, que pena temos nós de essa literatura não ser obrigatória, para que o mundo não produza, novos “iluminados” idênticos ao menino Huguinho, infelizmente parece que cada vez são em maioria, num processo de poderoso retrocesso civilizacional e cultural. A única coisa que verdadeiramente sentimos em relação ao menino Huguinho é dó e piedade, o menino Huguinho é verdadeiramente digno de dó.

Francisco Pereira

 

 

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