Edição online quinzenal
 
Sábado 4 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Aqui D’El Rei!

08-04-2016 - Francisco Pereira

Portugal é um Estado em pleno processo de falhanço. Subjugado por uma corrupção alucinante, só ganhamos mesmo nos índices da mediocridade, e ainda assim, apenas quando comparados com outros medíocres falhados.

E o progresso para o falhanço, mede-se também, pelo aumento do grau de impunidade e de ausência do Estado no território nacional, facto indesmentível e que se verifica diariamente recorrendo aos órgãos de comunicação social e analisando as notícias.

Podemos assim com toda a segurança traçar um perfil do país, no que à presença da autoridade do Estado concerne. Podemos afirmar sem receio de errar que um terço do país está completamente ao abandono sem qualquer tipo de autoridade de Estado, desse terço do país foram retiradas todas as instituições que muito ou pouco representavam o Estado, nessa parcela do território nacional, não existem polícias, hospitais, centros de saúde, tribunais ou delegações da autoridade tributária, não existe nada que vagamente possa representar o Estado, nem televisão, que os poucos habitantes desses locais apanham antes a televisão espanhola já que a nossa não chega lá, estou em crer que, se os “nuestros hermanos” adiantarem os marcos da fronteira uns metros ninguém dará por isso.

Outro terço do território, vive num limbo interessante, que é o faz de conta que há Estado, nesta outra parcela do território nacional, ainda existem esquadras e quartéis de polícias e guardas, que por falta de carros, combustível, pessoal e condições gerais fazem de conta que existem, ainda existem centros de saúde sem médicos que fazem de conta que trabalham, ainda existem alguns hospitais que fazem de conta, neste terço do país uma ténue réstia de autoridade de Estado faz de conta que existe e por falta de melhor representação, cobram-se impostos, sendo essa a máxima representatividade deste mísero Estado.

No último terço do país, junto à costa, a autoridade do Estado é mais visível, o que não significa que seja maior ou mais eficaz. Senão como explicar os tiroteios que volta e meia acontecem entre os amantes da selvajaria, como explicar o vandalismo em escolas e outros locais públicos, como explicar os jovens e a violência que praticam, como explicar a violência doméstica, os abusos de crianças e de velhos, como explicar a corrupção e a vigarice sem fim, crimes sem castigo, por ausência de disciplina, por ausência de Estado.

Como explicar que num tiroteio a polícia se esconda dentro de uma loja? Ausência de Estado, tibieza, laxismo e incúria, de uma súcia dirigente que foi orientando o país para a prossecução dos seus objectivos de esburgo do erário público. Incompetência de um bando de tecnocratas asnos e mafiosos que despejou o Estado, que o esvaziou a propósito do engrandecimento das contas bancárias pessoais.

E quando assisto às patetices ditas por uma ministra da Administração Interna e uma Ministra da Justiça, a propósito dos terroristas e do terrorismo, apetece-me rir, porque aquelas declarações não parecem ser de ministras de um país que não consegue sequer por na ordem um bando de selvagens que se passeiam aos tiros sempre que querem, e a ausência de Estado também é isto, também é o presumir ser mais do que aquilo que realmente se é, a autoridade do Estado em Portugal está depositada num offshore, logo ausente! Desta ausência resulta que somos um país cada vez mais falhado, sem Rei nem roque, onde nem adianta gritar “Aqui d’El Rei!

Francisco Pereira

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome