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II – UM MUNDO SEM PRIVACIDADE
Os Códigos de Barras Bestiais

25-03-2016 - Pedro Pereira

Os códigos de barras foram (e são) os responsáveis por uma nova era na economia global.  

Os códigos de barras (em inglês: barcode) são utilizados como forma de representação numérica (identificação) atribuída a produtos das mais variadas espécies e qualidades, documentos, contentores de mercadorias, cargas e serviços, unidades logísticas, localizações, ativos fixos e retornáveis, etc., facilitando a captura de dados através de leitores (scanners) concebidos para esse efeito, proporcionando a automatização de processos com muito maior eficiência que as formas tradicionais, gerando assim de forma mais rápida um maior controlo e confiabilidade por parte das empresas.

São constituídos por uma representação gráfica em etiquetas com uma sequência de algarismos que vem impressa imediatamente por baixo dessa. Essas barras podem ser facilmente identificadas através de mecanismos portáteis de leitura ótica, no entanto, o seu valor e importância reside na sequência numérica que é utilizada.

A representação numérica funciona como uma espécie de “impressão digital” do produto, o que impede que haja dois produtos diferentes com a mesma sequência numérica. 

As listras verticais presentes no código de barra representam uma sequência de números, zero e um, dividida em 95 partes do mesmo tamanho, sejam as listas brancas ou pretas. O computador através do leitor apropriado para estas etiquetas, consegue identificar o código analisando quais as colunas que possuem cor ou não, juntamente, claro, com a sequência numérica.

Não obstante a sua praticidade, este sistema de leitura patenteado em 1949 pelo americano Bernard Silver, inicialmente foi rejeitado pelo patrão dos seus inventores, Woodland e Silver, em parte porque nessa altura a leitura ótica era uma tecnologia pouco acessível, motivo fundamental porque ficou no “congelador” vários anos, só tendo começado a ser implementado nos Estados Unidos a partir de 1974, quando foi aplicado em pacotes de pastilhas elásticas.

Inicialmente ainda chegou a ser instalado um scaner de códigos UPC num supermercado da cidadezinha de Kroger, Ohio. No entanto, por falta de consenso quanto à disposição das barras nas etiquetas e pelas razões atrás aduzidas, e uma vez que cada fabricante ou usuário das etiquetas as imprimiam cada qual com o seu padrão, o sistema acabou por ser descartado, caindo no esquecimento.

Eis senão, que quando toda a gente já se havia esquecido desta invenção, a Associação Nacional de Supermercados (NAFC) pediu a empresa Logicon Inc. que criasse um sistema único de leitura de códigos UPC. Passados três anos, o Comité Universal de Códigos de Produtos, um organismo filiado na NAFC, emitiu um parecer favorável para a utilização definitiva das etiquetas no território dos Estados Unidos. Assim, em junho de 1974 foi inaugurado num supermercado da cidade de Troy, Ohio, o primeiro leitor de códigos de barras realmente eficiente da História.

De acordo com as normas da NAFC, cada etiqueta de códigos de barra possui um padrão, o qual, analisado aprofundadamente, aparenta-se um tanto assustador. No entanto, para entender melhor a origem da paranoia em torno dos códigos de barras é necessário saber como esses funcionam.

Nas etiquetas que usam o padrão UPC cada número é representado por duas barras paralelas cujo valor depende da espessura e da distância entre elas. Ao passar sobre essas barras e conferir os dados que elas contêm, o feixe de laser é capaz de informar o programa em computador do preço de qualquer artigo de consumo, documentos oficiais, saldo devedor num cartão de crédito, e assim por diante.

Não obstante, de acordo com os adeptos das coisas do oculto, quando se atenta detalhadamente ao sistema de leitura dos códigos UPC, algo se sinistro se começa a revelar.

Em todas as etiquetas a sua leitura é efetuada da esquerda para a direita e o seu começo, meio e fim são determinados por seis barras paralelas, umas um pouco maiores do que as outras e com a mesma configuração das que compõem o número seis, ou seja, duas hastes de espessura média separadas por uma distância de meio milímetro. Assim sendo, obrigatoriamente, todos os códigos de barras, além das informações sobre o produto, contém o número 666 na sua etiqueta. Quem já leu a Bíblia deve lembrar-se de umas das passagens mais famosas do Apocalipse segundo São João, que fala sobre o número da Besta. Refere o profeta a dada altura, «(...) para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da Besta ou o número do seu nome (...) Este número é seiscentos e sessenta e seis (…)».

Se atentarmos que na sua maioria quase todos os bancos, farmácias, lojas de todo o tipo de mercadorias prestadores de serviços e supermercados do planeta utilizam o sistema de códigos UPC nas suas mercadorias, fica praticamente impossível comercializar um produto ou prestação de serviços (como as receitas médicas) que não possua uma etiqueta de códigos de barras e, portanto, o número 666 impresso no impresso, documento ou embalagem. Sendo assim, seguindo este raciocínio tudo nos leva a crer que a Besta do Apocalipse já se encontra entre nós. Diríamos mais, não uma besta, mas imensas bestas neste mundo globalizado, uma vez que os preços dos variados artigos que compramos, uns são bestiais por serem baratos, e outros, umas verdadeiras bestialidades quanto ao seu custo.

Resta acrescentar que o leitor ao comprar ou transacionar um artigo ou pagar um serviço com uma etiqueta de código de barras, fica automaticamente identificado numa base de dados, quer privada, quer pública, quando mais não seja do Serviço de Saúde ou de Finanças, por exemplo.

( No próximo número: III-Um Mundo Sem Privacidade – Vigilância e controlo eletrónico).

Pedro Pereira

 

 

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