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Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

III – A LAVAGEM AO CÉREBRO
Das Práticas Correntes

04-03-2016 - Pedro Pereira

Técnicas de Manipulação e Controlo Mental dos Indivíduos

Uma população estupidificada é fácil de enganar e manipular. Neste cenário, não existem cidadãos verdadeiramente livres. São como escravos cegos no sistema, que adotaram a confiança ingénua das crianças.

Assim, uma população ignorante não é mais um obstáculo para os detentores do poder real.

A persuasão e a lavagem cerebral de hordas de indivíduos são a razão de existirem fanáticos tanto políticos como religiosos.

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Os órgãos de comunicação social constituem o mais poderoso instrumento de manipulação e controlo mental das massas utilizado pelos mais diversos governos em todo o mundo, incluindo os da Europa comunitária em geral e de Portugal em particular.

Molda opiniões e atitudes, padrões de «moralidade», e o que é «normal» e aceitável de acordo com os desígnios dos detentores do verdadeiro poder.

Os órgãos de informação dirigidos às massas são instrumentos de comunicação global que têm por objetivo alcançar a maior audiência possível. Esta inclui a televisão, rádio, gravações e espetáculos musicais, cinema, jornais, revistas, livros, jogos de computador, Internet…

Estes meios de comunicação constituem uma ferramenta imprescindível para garantir a funcionalidade de um regime autointitulado democrático ou de uma ditadura. Só variam as formas da sua utilização.

Esta não é uma observação nova, o que se constata nos tempos que correm é um incremento da ação desta «ferramenta» no controlo mental dos cidadãos. A este propósito refira-se que já em 1958, Aldous Huxley, no prefácio do seu livro intitulado: Admirável Mundo Novo traçava um retrato sinistro da sociedade em curso na altura, dizendo que, «Forças impessoais sobre as quais não temos praticamente controlo algum, aparentam estar a empurrar-nos em direção ao pesadelo do Admirável Mundo Novo; e essa pressão impessoal está a ser conscientemente acelerada por representantes de organizações empresariais e políticas que desenvolveram novas e variadas técnicas de manipulação, de acordo com o interesse de alguma minoria, os pensamentos e as emoções das massas.»

A chamada «elite» mundial, mais os «homens sombra» que governam o mundo, são criaturas com conhecimento aprofundado da psicologia de massas. Tal facto permite-lhes contornar e controlar os «buracos negros» das democracias, de forma a poderem dominar os «rebanhos confusos» dos homens comuns. Na verdade, os seres humanos, como criaturas intrinsecamente sociáveis, tem necessidade de ser aceites num grupo, que conduz muitas vezes ao efeito «rebanho».

Edward Bernays, aquele que é considerado o «pai» das Relações Públicas, usou conceitos criados pelo seu tio Sigmund Freud, de manipulação das massas usando o subconsciente. Considerou a população em geral, irracional e sujeita ao «instinto de manada». Na sua opinião, as massas necessitam de ser manipuladas por um governo invisível de forma a garantir a sobrevivência da democracia.

Segundo ele, a manipulação consciente e inteligente dos hábitos organizados e das opiniões das massas são um importante elemento nas sociedades democráticas. Aqueles que manipulam esse mecanismo oculto das sociedades constituem um governo invisível, o verdadeiro poder das nações.

Bernays afirmou que, «somos governados, as nossas mentes são moldadas, os nossos gostos são formados e as nossas ideias são sugeridas, em grande parte, por homens sobre os quais nunca ouvimos falar. Este é um resultado lógico do modo como a nossa sociedade democrática está organizada».

Entendia que uma democracia, um governo gerido pelo povo, não era passível de se manter sem a existência de uma elite especializada que formasse e moldasse a opinião pública através de propaganda.

Afirmou que, «quando as elites não têm a força requerida para impor obediência, os gerentes sociais voltam-se para uma técnica totalmente nova de controlo, em grande parte através dos meios de propaganda, acrescentando que, «precisamos reconhecer a ignorância e estupidez das massas e não sucumbir aos dogmatismos democráticos sobre os homens serem os melhores juízes dos seus próprios interesses».

A comunicação social de massas e a propaganda constituem pois, ferramentas necessárias que a elite usa para governar os cidadãos sem recorrerem à coação física. É evidente que para alcançarem estes objetivos é fundamental a manipulação da opinião pública, que inconscientemente aceita os planos da elite mundial.

Nesta hora, por todo o mundo, encontra-se em curso uma revolução de muito maior alcance e consequências que as convulsões e mudanças da ordem e do poder económicos. Dado o bombardeamento constante de propaganda dos media sobre as populações, tornou-se inverosímil o dogma original da democracia.

Neste aspeto, o conceito de «lavagem cerebral», o «bombardeamento» da manipulação (des)informativa despudorada por banda dos Estados é aplicado de forma agressiva e impiedosa, sendo praticada de forma direta, e/ou indireta através de grupos económicos com os quais estes estão mancomunados, mantendo um firme controlo sobre os meios de comunicação social, sobre o sistema de ensino e de todos os meios suscetíveis de moldar as mentes, fazendo uso desse controlo para expelir (é o termo mais correto) propaganda particularmente agressiva de forma implícita ou explicita, conducente à «lavagem cerebral» das mais amplas camadas de cidadãos. Esta propaganda tem por objetivo influenciar o sistema de valores dos indivíduos, assim como os seus comportamentos, «através de um discurso persuasivo de forma a cativar a adesão dos seus interesses», manipulando-os e «domesticando-os».

No caso de Portugal, os grupos empresariais que controlam os grandes meios de comunicação social, contam-se por menos dos que os dedos de uma mão. Assim (quase) todas as notícias que lê-mos e visionamos nas têvês, a música com que somos bombardeados, os infindáveis programas (alguns inenarráveis) televisivos de «mesas redondas», que mais parecem «bicudas» ou «quadradas», com intervenientes que podem muito bem levar o mesmo apodo, são concebidos de forma a moldarem opiniões públicas com frases, opiniões e conceitos direcionados às massas sugestionáveis e adaptáveis.

Os proprietários desses grupos possuem vínculos com as elites sombra dirigente, detém o potencial para criar nas mentes das pessoas uma cosmovisão única e coesiva, engendrando uma «padronização do pensamento humano». Inclusivamente movimentos ou estilos considerados marginais, na verdade não são mais do que extensões do pensamento da corrente dominante.

Os meios de comunicação social, em especial os televisivos, criam os seus próprios rebeldes que parecem marginais, os quais na verdade são parte do sistema e, portanto, sobre ele não questionam. Todas as criações de artistas de que áreas forem, com ideais que não se encaixem no modo de pensar da corrente dominante, são sumariamente rejeitados e votados ao ostracismo pelos meios de comunicação social dominante, fazendo com que virtualmente desapareçam da sociedade. Ao invés, as ideias consideradas válidas e desejáveis pela elite dominante, que entendam que têm de ser aceites pela sociedade, são amplamente anunciadas e difundidas para os cidadãos (por vezes até à exaustão) de forma a «normalizá-las» e torná-las autoevidentes.

Segundo Jacques Ellul, «A orquestração da imprensa, da rádio e da televisão para criar um ambiente contínuo, duradouro e total torna a influência da propaganda virtualmente impercetível precisamente porque cria um ambiente constante. Os media de massas fornecem o elo essencial entre o indivíduo e as exigências da sociedade tecnológica.»

Pedro Pereira

 

 

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