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Desumanidade

05-02-2016 - Henrique Pratas

Esta semana vi uma notícia nas redes sociais que me deixou completamente de rastos e apreensivo, a mesma não foi referenciada em nenhum dos órgãos de comunicação social.

Não podendo recuperar a imagem com a que correu nas redes sociais, tentarei descrevê-la com o maior rigor que me é possível, a imagem era de uma responsável por um refeitório num dos Países da União Europeia que chorava pelo simples facto de ter ser despedido pelo proprietário do refeitório, invocando a razão de desobediência porque a responsável pelo refeitório deu uma refeição a uma criança com 5 anos que se aproximou dela a chorar com fome, a senhora como tem coração não negou comida a uma criança que estava com fome.~

Por ter assumido este comportamento recebeu ordem de despedimento da sua entidade patronal, isto a meu ver é de uma desumanidade a toda a prova e o pior que esta foi apenas uma das situações que foi divulgada porque estou convencido que existem muito mais situações como esta ou semelhantes.

Não tenho adjetivos para qualificar a atitude da entidade patronal, mas permito-me fazer um juízo de valor e perguntar para onde é que caminhamos. Não sou desse tempo mas recordo-me dos meus avós me contarem que durante o período que mediou a primeira grande guerra mundial e a segunda, vivemos com dificuldade, havia senhas para se poder comprar café açúcar e outros géneros alimentares tinha que se ir para a fila porque os bens escasseavam, mas nessa altura as pessoas tomavam uma outra atitude partilhavam o que tinham uns com os outros sem apresentar faturas a ninguém, isto sim é o comportamento de seres humanos em meu entender correto, eu pessoalmente não consigo ser feliz neste País enquanto tiver conhecimento que existem pessoas que passam fome e outras que não tem qualquer espécie de abrigo.

Eu não sei para onde é que os “donos” do Mundo nos querem empurrar, mas de certeza que não vou percorrer o caminho que querem, não contribuirei para que ninguém morra à fome e fique desprotegido, porque em meu entender o que há de mais importante numa sociedade são as pessoas e os Países e os seus Governantes têm que providenciar no sentido de criar as condições para que todos sem exceção tenham uma vida digna.

O que passa há uns anos para cá foi que numa tentativa desenfreada neoliberal se tentou instalar os princípios malthusianos, que assenta os seus conceitos económicos num principio muito básico que é alguns têm que morrer para que os que escaparem a esta “peste” possa ver a economia renascer das cinzas como se faz quando fazemos uma queimada, recuso-me terminantemente a aceitar tal prática e lutarei contra a implementação de tais politicas, mas reparo que no Mundo inteiro esta teoria ganha defensores e assistimos a que uns estejam cada vez mais ricos e outros cada vez mais pobres e sem acesso às condições de vida mínimas consideradas como necessárias para sobreviver.

O Mundo inteiro entrou num processo de regressão onde as pessoas são tratadas como objetos ou coisas sem vontade própria, dignidade e respeito.

Renego esta prática e recuso-me a alinhar nela, sei que vou pagar uma fatura muito grande por ser assim mas como acho que estou certo não vou mudar as minhas atitudes perante a vida.

A propósito e permitam-me que introduza aqui uma questão que todos nós temos assistido e que entendo que a União Europeia não deu as respostas adequadas, escrevo-vos sobre os refugiados dos diferentes Países onde os ditos estados desenvolvidos, Estados Unidos da América, França, Grã-Bretanha, quiseram à viva força impor os seus interesses sem olhar para a génese, a cultura e a forma de viverem, quiseram-lhes impor uma cultura ocidental que entendem ser a mais desenvolvida, acompanhado de negócios “estranhas” que envolvem armas e droga, pois como sabem existem sempre interesses financeiros por detrás de tudo isto e acima de tudo têm que escoar o armamento que vão produzindo e que encontram em armazém. Com o desenvolvimento tecnológico o armamento torna-se rapidamente obsoleto e há que experimentar o novo e por em ação o antigo para que se esgote e dê lugar à produção e desenvolvimento de novas armas. Não sei onde vamos parar mas com o caminho que estamos a trilhar não vamos parar em bom termo.

Por parte da União Europeia, cheia de eurocratas, de comissões para os refugiados, de missões de auxílio criadas para o efeito, sobre a pretensa defesa dos Direitos Humanos, assistimos a uma perfeita ineficácia desta estrutura montada para o efeito e que não apresenta soluções para a resolução da situação. Já existem Países que estão eles de modo próprio a tomar medidas para a resolução desta situação, que passa pela expropriação dos refugiados e pela expulsão dos mesmos para os seus Países de origem, porque pura e simplesmente não os querem lá.

Maior desumanidade do que isto não pode haver, os políticos de “sucesso” empurraram as pessoas para esta situação e agora perderam o controlo da situação que ganhou uma dimensão que nunca pensaram que viesse a acontecer, agora têm um “menino” nos braços mas rejeitam-nos é inadmissível.

Sinceramente espero não ver as pessoas a “comerem-se” umas às outras para poderem sobreviver mas que quem “manda” nisto tudo, está a fazer todos os possíveis para que isto aconteça, nada melhor dividir e colocar as pessoas umas contra as outras para poderem reinar, eu pessoalmente não alinharei nisso e tentarei fazer o que está ao meu alcance para contrariar esta tendência.

Henrique Pratas

 

 

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