Edição online quinzenal
 
Sábado 27 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

PÚBLICO/PRIVADO

29-01-2014 - Henrique Pratas

Eu nunca entrei na discussão estéril de que o privado é melhor que o público, porque tenho para mim que existem setores de atividade que são o “motor” de uma economia que deviam estar sobre a alçada do Estado, o que teriam que ser era bem geridas, sem Presidentes ou Administradores nomeados por interesse político partidários ou meramente por questões de amizade.

Exemplo do que vos acabo de escrever são os serviços prestados pelos CORREIOS, onde se vende de tudo desde livros, cd’s, lotaria, medalhas, entre outras muitas coisas, preservativos não via ainda mas acho que não deve faltar muito, mas o serviço essencial da Instituição que deveria ser praticado sem mácula, tratamento da correspondência, recebimento e entrega, esse não funciona de todo há já algum tempo desde que os CORREIOS deixaram de ser CORREIOS e passaram a ser uma coisa que não sabemos muito bem o que é.

Para ilustrar esta situação já abdiquei de receber qualquer tipo de correspondência pelo correio, tudo o que seja obrigações mensais tive que optar pelo envio através dos meios eletrónicos colocados à nossa disposição.

Não obstante isto vou-vos contar a última que se passou comigo. Dia 08 de janeiro de 2016, coloquei na estação de correio de Odivelas uma carta dirigida à MÉDIS, seguradora onde tenho o meu seguro de saúde, com umas faturas que paguei resultantes da fisioterapia que realizei no final de dezembro de 2015, para que fosse reembolsado da mesma. Ontem ao ver no site da seguradora que as despesas que entreguei a 20 de janeiro de 2016, já tinham sido processadas e já fui reembolsado da despesa realizada, entrei em pânico liguei para a seguradora para saber o que se passava com as despesas que constavam da minha carta de 08 de janeiro do corrente ano. Como fui delicado com a pessoa que falei recebi o mesmo tratamento, até que a minha interlocutora me pediu o n.º do registo, porque convém salientar que envio sempre estas cartas registadas com aviso de receção, como estava no meu local de trabalho não lhe pude facultar o n.º do registo mas disse-lhe que assim que chegasse a casa iria ver o n.º do registo e que lho facultava. Mas antes disso fui ao site dos CORREIOS e eu próprio verifiquei em que estado é que se encontrava a carta de 08 de janeiro do corrente ano, digitei o n.º do registo e quando me apareceu a informação sobre o estado da correspondência fiquei completamente estarrecido, a mesma encontrava-se no estado de objeto aceite, pelas 17h33m a 26 de janeiro deste ano. De imediato entrei em contato com a seguradora que também verificou o mesmo estado da correspondência colocada no correio a 08 de janeiro, conforme carimbo aposto no registo.

Eu nem queria acreditar, parecia-me impossível mas não era, o que estava a ver era real, liguei de imediato para o chefe da estação dos correios que de forma ligeira me informou que tinha havido um problema informático. Não me calei e questionei-o como é que era possível uma carta datada de 20 de janeiro deste ano já ter chegado ao seu destino e uma de 08 de janeiro ainda se encontrar mo estado de expedição. A resposta veio rápida e célere, sabe é que tivemos um problema informático, aí saltou-me a tampa e disse-lhe mas como é que é possível isto, como é que era no tempo em que não havia informática e as coisas corriam muito bem e agora com a informatização dos serviços as coisas não corriam bem, sugeri-lhe que passassem à primeira forma, já que as coisas funcionavam e não havia tantos erros como existem agora, calou-se e eu como não obtive resposta de qualquer espécie desliguei, não deixando de lhes dará as boas noites.

Gostaria de dizer que o aparecimento da informatização dos serviços veio introduzir uma nova desculpa, quando qualquer coisa acontece de errado a culpa é do sistema informático, ou porque foi abaixo, ou porco faltou a energia, mas esquecem-se que quem criou os programas para que os sistemas informáticos foram as pessoas com supostas competências para isso e se por vezes ocorrem erros não é por culpa do computador, físico, é de quem concebeu o sistema. Os computadores limitam-se a fazer o que os seres humanos lhe mandam fazer.

Voltando ao título a que dei a este texto público/privado, queria deixar bem claro o que já referi anteriormente, certos setores que são os pilares da economia jamais poderiam ficar na esfera dos privados, deveriam ser públicos mas também como já várias vezes escrevi, disse e volto a escrever as entidades têm é que ser geridas de uma forma profissional e com competência, quando os gestores são nomeados quer pela sua cor politica ou por compadrio dá nisto que temos à nossa disposição, ou seja nada, não podemos confiar praticamente em nenhum setor que dedique a sua atividade à prestação de serviços ao cidadão.

Como não penso só no que acontece comigo, imagino o que se deve passar por este País fora onde as novas tecnologias e técnicas de gestão foram introduzidas e as pessoas não recebem as reformas, as contas para pagar em tempo oportuno e nos menos avisados que enviam cartas sem registo e aviso de receção que afirmam ter enviado a correspondência e esta nunca chega ao seu destino.

Deixo uma mensagem aos “senhores” que são pretensos “donos” do País e que decidem privatizar certos setores primordiais ao funcionamento da economia, pensem primeiro no que querem fazer e não o façam por impulso, por moda ou por interesses particulares, por favor pensem no País de vez em quando e se não sabem o que estão a fazer perguntem a quem sabe porque felizmente há muitas pessoas que sabem da poda e que raramente são ouvidos nestas apressadas tomadas de decisões, onde os interesses particulares se sobrepõem aos interesses do País e já agora sejam profissionais porque o País precisa de pessoas com este atributo que infelizmente vai rareando ou encontra-se em vias de extinção.

Henrique Pratas

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome