Eu Marcelo

29-01-2016 - Francisco Pereira

Para meu, nenhum espanto, o candidato Marcelo, arrebatou a taça presidencial, deixando os competidores a milhas e em Março instalar-se-á em Belém como Presidente da República, substituindo aquela coisa que por lá se arrasta.

Como já vai sendo hábito, a abstenção foi de novo o grande vencedor da noite eleitoral, mais de metade dos indígenas não se deram ao trabalho de exercer o seu dever, em parte o desencanto, a emigração e a pura atitude medíocre explicam o facto de nem o “efeito Marcelo” os fazer dar o passo.

Ao contrário dos comentários intelectualmente indigentes, de alguns comentadores de quinta categoria, o facto de ter existido uma dezena de candidatos é benéfico, é excelente do ponto de vista democrático, prova que estamos no bom caminho, assim a nossa lei eleitoral permitisse nas legislativas, listas de cidadãos, seria a Democracia no seu melhor, mesmo que isso chateie muita gente, em especial aqueles democratezecos de pacotilha que por aí vegetam e sugam o erário público.

Marcelo, rapaz dotado, por demais conhecidas são as suas capacidades intelectuais, preparou cuidadosamente o golpe, posicionou-se como a única alternativa conhecida, mediático, desde logo não dando qualquer hipótese aos outros candidatos, estou em crer que se Cristo se candidatasse, Marcelo ganhava na mesma, e a vitória foi apenas e só de Marcelo e da sua cuidadosa e inteligente estratégia.

Não foi uma vitória nem da Esquerda, apesar do resultado normal, manteve o seu eleitorado, de Marisa Matias, nem de Direita, com a derrota miserável de Maria de Belém, foi uma vitória de Marcelo. E não é de estranhar, que um candidato de que Coelho não gosta, visse o padrinho de Coelho o senhor Correia, criticar o pobre láparo e aparecer de “surpresa” a cumprimentar Marcelo, o que não augura nada de bom para o senhor Coelho e a sua pandilha, estou em crer que Rio prepara um assalto ao poder para apear o Coelho, em boa hora o fará, o país precisa de um PSD com gente de qualidade ao invés do rebotalho actual, e essa pretensão também terá feito parte de um acordo com Marcelo, a ver vamos.

Marcelo deverá ser um excelente presidente, depois de Cavaco a fasquia está tão baixa, que até um cacto seco faria melhor, Marcelo tem obrigação disso, de ser excelente, é um homem do Direito, é um académico culto e brilhante, é tudo aquilo que Cavaco não é, não foi e nunca será.

Marcelo, não foi o meu candidato, mas foi a escolha do povinho pateta e medíocre que temos, Marcelo é uma espécie de “Tino de Rans” da elite, por oposição ao Tino calceteiro do Povo. A diferença entre um e outro é o imbatível mediatismo de Marcelo, que até fez com que o tradicional eleitorado sacrossanto do esquerdelho bafiento o preferisse ao cura recauchutado em camarada, naquilo que foi mais uma estrondosa e monumental trepa que o PCP arrecadou, esta insistência parola em apresentar candidaturas é algo que só podemos olhar pela vertente financeira da coisa, mas que desta vez deu bota.

Marcelo, manteve, quase sempre, ao longo da campanha, o seu ar seráfico e bonacheirão, uma personagem que criou e que as velhinhas adoram, sapiente até à exaustão, a máscara só lhe caiu no debate com Nóvoa, que mais não fosse teve o dom de exasperar Marcelo e mostrar a sua outra face, irado e de cabeça perdida, mas “helas” o Povo votou e escolheu.

Por último creio que Marcelo, não irá hostilizar Costa, pelo menos entretanto e enquanto as coisas não se clarificarem no PSD, aliás se o senhor Coelho e a sua súcia continuar a gerir os destinos desse partido, creio que Marcelo continuará a ser o melhor aliado de Costa, mas caso a coisa mude, lá teremos o cata-vento Marcelo no seu melhor, veremos!

Francisco Pereira

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