Debates Presidenciais

08-01-2016 - Henrique Pratas

Pelo que tenho tido oportunidade de assistir os debates dos candidatos às Presidenciais têm sido muito fracos e isto provavelmente deve-se à qualidade dos candidatos associado à forma como entenderam realizar os debates. Se são estas as pessoas que pensam reunir as condições para o exercício do cargo de Presidente da República, muito mal vai este País.

Temos um candidato que se passeia pela televisão nos diferentes debates como já fosse Presidente da República e quando se trata de assumir posições sobre determinada matéria ou assunto anda à roda que nem um hamster e como não gosta de criar situações de oposição, arranja uma conversa redonda concordando em alguns pontos com o outro ou outros candidatos mas nunca se fica a saber o que realmente pensa.

Os candidatos que surgem da academia estão limitados ao espaço em que se movimentaram que foi o mundo teórico, do desenvolvimento conceptual e da discussão realizada no âmbito da academia, que eu saiba nunca nenhum deles aplicou na sociedade real algum qualquer medida que fosse pensada e concebida para intervir na sociedade. Reconheço-lhos capacidade intelectual, conhecimentos académicos, mas culturalmente já tive oportunidade de conhecer e de privar com pessoas muito mais cultas, entendo a cultura como um conhecimento vasto e abrangente do que é o que o que designamos por cultura ou pelos saberes como queiram.

Dos restantes candidatos nem vale a pena escrever qualquer linha porque a sua mediocridade é tamanha que nem vale a pena perder tempo com eles são verbos de encher como dizemos na prática.

A questão que subjaz é a que de corre do facto de não existir pessoas com melhor perfil do que aqueles que se nos apresentam como candidatos, eu não quero acreditar nisto porque seria muito redutor mas acho que existem pessoas neste País que reúnem mais condições quer académicas, profissionais, eventualmente não apoiados por partidos políticos, mas que sabem da poda, mas como o País entrou nesta mediocridade intrínseca à Governança que tem sido realizada o que surge é sempre de qualidade duvidosa e associada a grupos de interesses, não conseguimos sair desta entrámos neste obscurantismo e sair dele vai levar algum tempo.

Entretanto o compadrio, os grupos de “pressão”, os fazedores de opinião conduzem os cidadãos para o voto neste ou naquele candidato de acordo com as benesses que este se digne a distribuir pelas hienas e pelos abutres.

No meu texto onde descrevi o perfil que um candidato a Presidente da República deveria ter, assinalei uma série de características que seriam desejáveis, eu não quero acreditar que não existam pessoas com esse perfil, num País com 10 milhões de habitantes há com certeza muito melhor do que nos querem oferecer, mas razões de ordem pessoal, que impedem que estes possíveis candidatos se cheguem à frente decorre do faco de não haver nenhum projeto para o País e como o Presidente da República não tem como missão Governar o País, mas sim ser o garante do cumprimento da Constituição, a sua intervenção na esfera governativa deve ser diminuta limitando aos atos consagrados na Constituição da República Portuguesa e logo aqui a sua intervenção está limitada aos atos praticados pelo Governo e quem é que gosta disto sejamos sérios, ninguém. O papel do Presidente da República passados estes anos todos desde o 25 de abril de 1974, tornou-se numa figura decorativa, tal e qual como numa monarquia o Rei ou a Rainha.

Talvez por estes motivos que elenquei e outros que não me ocorreram de momento pouco importa aos cidadãos a figura do Presidente da República e o alheamento completo do processo eleitoral que está em curso.

Entendo que, se o nível de participação for mais elevado e o envolvimento dos cidadãos neste processo de forma livre, independente e envolvente, for mais efetivo as coisas melhoram.

Henrique Pratas

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