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Inquéritos….

01-01-2016 - Henrique Pratas

Quando sucede qualquer coisa de anormal os Governantes, Presidentes ou Administradores, apressam-se logo a comunicar que foi aberto um inquérito para apurar as razões por que tais factos aconteceram. Esta é a primeira saída para a frente, porque nem eu nem vocês têm memória de saber o resultado de qualquer inquérito que foi aberto, dá-se grande pompa e circunstância à sua abertura, passa em tudo o que é comunicação social, mas os resultados não e porque será?

Em meu entender como neste País a irresponsabilidade grassa qualquer conclusão de um inquérito para além de estar inquinada de vício de forma chega normalmente a uma in conclusão ou se quiseram raramente se sabem quem foram os responsáveis ou se sabem não lhes acontece nada.

Este texto ocorreu-me pelo simples facto de ontem ter falecido mais uma pessoa por falta de profissionais competentes em diferentes Hospitais Faro e S. José para poderem acolher o doente e tratá-lo, de imediato o Secretário de Estado da Saúde comunicou ao País que se vai abrir um inquérito para apurar as razões por tal acontecimento. Para quê um inquérito, todos sabemos o que aconteceu, incúria, falta de organização dos serviços e desnorte completo, culpados diretos o ex-ministro da Saúde e o Secretário de Estado, sim aquele que afirmou ao ver o que se passava nas urgências dos hospitais afirmou que estava tudo normal e que se congratulava com as condições em que funcionavam as urgências dos Hospitais.

Os inquéritos não devolvem a vida às pessoas temos que passar dos inquéritos aos atos, aí sim talvez consigamos algumas melhorias e benefícios para a população. Foquei-me na Saúde mas o raciocino é válido para todos os setores de atividade, as pessoas têm que ser responsabilizadas, existem códigos deontológicos em qualquer uma das profissões que possuem uma Ordem e todos os que se assumem o cumprimento do que está consignado nos estatutos das diferentes Ordens têm que o respeitar sob pena de ficarem sob alçada disciplinar e sujeitos ao impedimento da prática profissional a que se dedicam, no caso de apuração de culpa. Noutros tempos isto não era necessário porque a generalidade das pessoas eram responsáveis, esta maldita sociedade cresceu sem valores e a responsabilidade ficou lá atrás, toda a gente faz o que quer e lhe apetece e ainda lhe sobra tempo e até se gabam dos atos que praticam é a impunidade total é ver quem engana mais. Assim nunca mais saímos da cepa torta, nunca há culpados para os erros que são cometidos onde morrem pessoas, já o era em 1980 quando o meu pai morreu por falta de competência do médico que não lhe deu a quantidade de antibiótico que ele precisava, fez uma Cépsis e morreu, culpados não existiram.

Os inquéritos não devolvem a vida às pessoas que morrem, mas pode prevenir para que no futuro se evitem mais mortes por esta ou aquela razão, mas meus caros leitores no meio de isto tudo a nossa sorte é escaparmos a tudo isto, porque nunca sabemos quando é que nos calha a nós.

Os inquéritos neste momento só servem para gastar papel, ocupar os “fazedores” dos mesmos e quando se apura alguma coisa leva anos a condenar aqueles que são passiveis de o serem que já ninguém a não ser a família se lembra dos factos.

Henrique Pratas

 

 

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