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Rakings da Educação explicados a abéculas!

01-01-2016 - Francisco Pereira

A passos largos o ano esfuma-se, e os problemas velhos passam para o novel ano sem que ninguém lhes ligue peva, coisa em que nós os portugueses somos especialistas, para não estar a escrever algo entediante e ao quem ninguém ligue, resolvi deixar uma curta explicação sobre os famigerados “rankings” das escolas que tanta gente adora e eleva aos píncaros.

Serei breve, para que o bacalhau não arrefeça, nem o bolo-rei seque, correndo o dilecto leitor o risco de cuspir migalhas por cima dos comensais, comecemos então.

Na sua essência, os rankings talvez até servissem para alguma coisa, acaso se pudesse comparar aquilo que não pode ser comparado, exemplificando, imaginemos comparar as prestações de um jerico, de um carro de fórmula um e de um caracol, numa corrida de cem metros, pois é isso o que os tais rankings fazem, comparam realidades distintas amanhando a coisa como se fosse uma realidade científica imbatível.

Não se compara o que não é comparável e tem graus de grandeza diferentes, uma escola do litoral norte é substancialmente diferente de uma escola do litoral mais a sul, do mesmo modo, não se compara uma escola do interior com uma escola do litoral, como dentro do mesmo concelho as realidades são incomensuravelmente diferentes, logo os rakings são uma falácia imprestável.

Os rankings são igualmente perversos, porque são objecto de manipulação, as escolas manipulam os números para fazerem boa figura, passo aos exemplos. Conheço uma escola privada que “convidou” a mãe de uma criança a retirá-la dessa instituição porque a criança, por possuir algumas dificuldades de aprendizagem estragava o “boneco”, claro que as razões da escola, apresentadas à progenitora, não foram de todo essas, mas a mãe, por desconhecer a legislação, retirou a criança, separando um par de gémeos que até aí tinham sempre estado juntos, essa escola safou-se manipulando assim os rankings de forma criminosa.

Outro exemplo agora na escola pública, conheço uma escola que apresenta taxa zero de retenção, fica sempre bem para o ranking, no entanto conheço a sociedade onde essa escola está inserida, os muitos e complicados casos de alunos com necessidades especiais, a pouca estimulação das crianças a pouca cultura dos pais e em geral o miserável interesse pelo saber e pela cultural daquela sociedade, facilmente se percebe que aquela “taxa zero” é uma obscena manipulação, que só serve para compor o boneco.

Ora, quero então dizer a todas as abéculas, que deificam os rankings, que os mesmos são uma pura perda de tempo e gasto inútil de dinheiro que tanta falta faz nas escolas.

Votos de um Feliz Ano Novo!

Francisco Pereira

 

 

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