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O NATAL

01-01-2016 - Henrique Pratas

Passado que foi mais uma época natalícia que cada um passou à sua maneira da forma como pôde e de acordo comas suas convicções.

Para mim nesta época a hipocrisia que existe na nossa sociedade torna-se mais acentuada e toda a gente se lembra dos sem-abrigo e das pessoas que vivem em condições precárias de vida durante os restantes dias do ano é perfeitamente inacreditável e inqualificável.

Não deixei de notar que meninos e meninas de boa família tinham passado uma das noites a fornecer alimentos aos mais carentes da sociedade, isto foi anunciado por familiares, por pais ou pessoas próximas.

Em meu entender estamos perante uma ação de marketing que entrou de tal maneira que nem nesta época nos livramos dela. As empresas também se lembraram que existiam pessoas em dificuldades mesta altura e para além de solicitarem aos seus trabalhadores para contribuírem, também abriram os cordões à bolsa para contribuir com algo que fizesse falta aos mais necessitados e de tudo isto fizeram “emblemas”, “bandeiras” ou campanhas.

Muito sinceramente não gosto nada destas atitudes porque se tratam de ações de marketing em por vezes pessoas que não tinham intenção de ser solidárias se sentem na obrigação de participar, para parecer bem. Para mim isto é apenas uma ação de cosmética porque dura apenas uma noite, mas o alarde dura pelo menos uma semana e então o resto dos dias estas pessoas não existem?

O que as pessoas precisam é de serem tratadas com dignidade e não entrarmos na malfadada caridadezinha, de má memória e que não aconteceu há tanto tempo quanto isso, porque é que a sociedade não devolve às pessoas a dignidade a que têm direito, um emprego, uma habitação e que lhes cria as condições para que possam ter uma vida, vivida há sua maneira e não espera desta “caridadezinha” hipócrita, cínica e sem nenhum valor.

Nesta País, nesta sociedade, não precisamos destes atos necessitamos sim que se devolva a dignidade que qualquer ser humano tem direito, acompanhamento médico se for caso disso e também nestas condições quando nos surgem pessoas destas não podemos ficar à espera se o Orçamento de Estado tem cabimento para cobrir estas despesas tem que se atuar prontamente, não se pode ficar à espera ad eternun.

Cada vez entendo cada vez menos da sociedade onde vivemos, será que os mais abastados fomentam estas “marginalidades” para que possam numa altura do ano realizarem as suas boas ações, eu já não sei nada e cada vez tenho a certeza de pouca coisa, mas que me envergonho deste “espetáculo” envergonho.

Para mim o Natal é uma época triste pelas razões que vos indiquei e há medida que anos avançam a minha repulsa por esta quadra é cada vez maior.

Henrique Pratas

 

 

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