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Bancos BPN, BPP, BANIF…….

24-12-2015 - Henrique Pratas

Ocorre mais um caso de um Banco que o Governador do Banco de Portugal considera insolvente e lá arranjam não sei porque processo partes boas e más do Banco, as boas vão para as mãos dos privados e as más como não poderia deixar de ser ficamna mão do Estado, que somos todos nós. Quero isto dizer que se vai ter que arranjar mais uns dinheirinhos junto do comum dos cidadãos para tapar mais um “buraco”.

Mas o que mais “confusão” me faz apesar de ser economista e de estar sempre a ouvir os nossos eminentes políticos a defenderem com unhas e dentes o funcionamento de uma economia de mercado para Portugal, quando se trata de um Banco em qualquer um dos casos que ocorreram em Portugal, assistimos ao fenómeno de ficar todos os eminentes políticos da nossa praça a clamar pela intervenção do Estado, vamos lá ver o que é que querem. Querem uma economia de mercado a funcionar em pleno como clamam ou querem uma economia de mercado a funcionar com a ajuda do Estado quando as coisas correm mal, não se entende o que é que querem.

Na minha opinião se um Banco entra em resolução deve ser tratado de igual forma como são tratadas as empresas agrícolas, industriais e que prestam serviços no nosso País. Não me recordo de em nenhum destes setores em que empresas faliram, que o Estado tenha intervindo quer para salvaguardar os postos de trabalho, quer o processo produtivo e por que é que em relação aos Bancos o Estado é logo o garante de todos os créditos concedidos sem o mínimo de controlo e do desenvolvimento de atividades especulativas que geram proveitos para um círculo restrito de personagens, é muito estranho. Em meu entender e decorrente do que escrevi anteriormente um Banco que entra em resolução, o Estado não deve despender mais um cêntimo com aquele Banco que geriu mal os seus ativos, não entendo estes tratamentos diferenciados, ou provavelmente entendo através de uma razão que não é atendível há que “garantir” os proveitos de certa cambada, que obteve o dinheiro que tem através do desenvolvimento de atividades ilícitas ou de especulação, porque é que os Bancos não são tratados da mesma forma como foi tratado o Estaleiro de Viana do Castelo, sabendo que este último poderia vir a gerar riqueza no futuro se se tivesse realizado o investimento necessário.

Õ que se está a passar na Banca não é de espantar pois houve tempos em que se concedeu crédito em barda, sem análise de risco, eu próprio que não tenho nada e que nos anos 90 fui cliente do BES, um dia pedi um pequeno crédito para adquirir uma viatura, para grande espanto meu, sai-me o gerente do BES do seu gabinete e me pergunta de rajada e diz-me: “Oh, Doutor não quer mais dinheiro, não quer dinheiro para as férias….”, fiquei estasiado porque nunca me tinha acontecido nada assim e eu não tinha depósitos a prazo não tinha nada a não ser o meu vencimento que era depositado numa conta desse Banco. Eu que sou daqueles que pensa que a concessão de crédito deve ser muito criteriosa e sobretudo deve ser atribuído com bases em garantias reais, devidamente seguras em entidades que se exercem a sua atividade neta área. Penso e sempre pensei que o crédito concedido deve ser controlado, a entidade bancária que concede o crédito deve fazer o acompanhamento do gasto do mesmo, quero escrever o crédito está a ser utilizado naquilo para o qual foi pedido?

Sei a resposta a esta minha interrogação fazem-se muitas operações “sem rede” e depois dá nisto há muita promiscuidade entre quem pede créditos e quem os concede, não é ao nosso nível é ao nível de pessoas que aos olhos de todos têm nome na praça, são os “trutas” que se movimentam nos meios de comunicação social, nos meandros mais tenebrosos do basfond da nossa sociedade e que aparentam o que não são, são estes que levam os milhões dos Bancos e depois quem paga somos nós.

Já agora o Governador do Banco de Portugal, enquanto supervisor da atividade bancária não se sai muito bem desta situação, é reconhecida a incompetência da personagem da atividade bancária, foi convidado a sair do Banco Comercial Português, devido a seu fraco desempenho e logo algum “amigo” se lembra do rapaz e pesca-o para o Banco de Portugal, tudo isto é brilhante, o setor privado rejeita um colaborador e o Estado vai buscá-lo para gerir o Banco de Portugal, é estranho não é ou será que existem interesses que não conhecemos nestes meandros. Viva a competência, isto é o resultado que implementaram nas organizações de colocarem rapazes que só podem dizer que sim a tudo para aguentar o seu posto de trabalho, porque não sabem fazer mais nada a não ser o facto de serem colocados por compadrio no desempenho de funções para as quais não possuem competência de espécie nenhuma, a nossa sociedade está cheia disto e foi esta politica praticada ao longo de diferentes anos que arrasta o País para onde queremos que ele não vá, mas os rapazes não sabem mais e a mais não são obrigados nem responsabilizados.

Enquanto não se responsabilizar as pessoas pelos atos que cometem não vamos a lado nenhum.

Aproveito este texto para replicar uma afirmação do Coordenador do Noticias de Almeirim que relativamente a um dos candidatos à Presidência da República e cito de cor “ que o precisamos é de pessoas com cultura….”, não posso estar mais de acordo, mas, quero deixar aqui claro que cultura não são graus académicos, necessariamente deveriam ser mas conheço muitos licenciados, mestres e doutores que sempre foram académicos e viveram numa realidade muito fechada que é a academia a teoria, há no meu modesto entender que “andar no terreno”, aprende-se às vezes mais do que numa cátedra desenvolvida e percorrido não sei como e de que forma, estejamos atentos.

Não queria terminar este texto escrevendo que não é por acaso que a Administração do BANIF se demarca da resolução e afirma que não foi ouvida é que nos termos do novo Código de Procedimento Administrativo (CPA) que entrou recentemente em vigor, existe um artigo que na tramitação de um processo deste tem que haver audiência de interessados e por interessados consideram-se todos aqueles que são acionistas do Banco, isto já aconteceu no caso do BES e está a acontecer agora vamos ver se isto não é pago com língua de palmo, porque existem leis neste País que devem ser respeitadas, se elas não servem que se revoguem e façam novas mas há que ter em consideração a legislação aplicável nestes casos.

Lisboa, 22 de dezembro de 2015

Henrique Pratas

 

 

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