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Análise Económica Politica

24-12-2015 - Henrique Pratas

Já vão longe os tempos em que aprendi com a minha professora de Economia Politica a caracterizar a situação do Pais numa página, foi com ela que aprendi a dizer o que se pensa ou se pretende não é necessário escrever um “tratado”. Numa das suas primeiras aulas pediu-nos que se caraterizasse a situação do País em termos de Economia Politica, mas também disse e ninguém ouviu que pretendia que o fizéssemos apenas numa página.

Chegado o dia da entrega do trabalho apareceram trabalhos bem elaborados mas com 20 páginas, outros com 30 mas nenhum com uma página apenas. Vimos então que a professora ao receber os trabalhos tirava a 1ª página e as restantes iam para o caixote do lixo, a rapaziada ao ver aquilo ficou completamente em pânico pois a primeira página não refletia o trabalho solicitado pois todos sem exceção tínhamos elaborado grandes desenvolvimentos teóricos sobre uma coisa que se fazia numa página. Todos pensámos já chumbámos e logo no primeiro trabalho, mas não de facto no 1º trabalho da cadeira tivemos todos sem exceção notas baixas, mas este momento foi mais de aprendizagem do que de avaliação. Deveríamos ter ouvido o que nos tinha sido pedido mas não e como nós temos uma imaginação muito fértil e para produzir a constatação de um facto levamos praticamente um dia a contar uma história ou para produzir uma afirmação contamos quase a história da nossa vida.

Retomando o objetivo deste texto que é caracterizar de uma forma sintética a situação económica do País de uma forma explícita, sintética e entendível por todos, escreverei que temos um País sobre endividado e aí podemos fazer a verificação nos números produzidos pelo Instituto Nacional Estatística e pelo Banco de Portugal e constatamos que o PIB (Produto Interno Bruto) ultrapassa largamente os 100%, que a taxa de inflação ou “cabaz de compras” apesar de ser baixa, mas é que analisar o que é que coloca lá dentro não se reflete no consumo das famílias nem no aumento do rendimento disponível das mesmas. Convém explicitar que o rendimento disponível das famílias é o rendimento que cada uma das famílias obtém através da prestação de trabalho por conta própria, por conta de outrem ou de rendimentos de outras proveniências como sendo por exemplo as rendas e os juros de aplicações financeiras depois de retirado os impostos devidos. Este tipo de rendimento tem vindo a baixar todos os anos, provocando uma quebra no consumo interno, os gastos públicos diminuíram drasticamente e o investimento privado que tantos desejavam ver crescer de forma desmesurada não evoluiu no sentido que esperavam, porque de uma vez por todas e que fique bem claro que o aumento da competitividade não se consegue apenas com salários baixos, consegue-se sim com empresas/organizações bem estruturadas e com uma posta forte nos setores fundamentais da economia que geram riqueza e que são a agricultura, as pescas e a indústria. Os serviços públicos ou privados são essenciais, quando prestam um serviço de qualidade e que satisfação dos clientes se forem meramente especulativos só desconcertam a nossa situação económica, fazendo crescer a economia paralela, ou seja aquela que não é quantificada mas que movimenta uma quantidade de meios financeiros considerável.

Se ao PIB, retiráramos as amortizações que o Estado faz obtemos o PIL, Produto Interno Liquido, que apresentam também problemas de sobre-endividamento. A taxa de desemprego que resulta da relação entre população empregue com população ativa, que reúna as condições para exercer uma profissão é elevadíssima não é nada do que é apresentado e divulgado nos órgãos de comunicação social, ou notas informativas do Governo, que apenas relacionam a população a desempenhar uma função e os que se encontram a receber o subsídio de desemprego. Estão a esquecer-se aqui de quantidade de pessoas que já não tem direito a receber subsídio de desemprego, mas que não exercem uma atividade profissional.

Importa ainda salientar, antes de concluir que, a economia paralela se desenvolveu substancialmente ultrapassando os limites do razoável e o que é esta economia paralela, são todas as atividades económicas que se desenvolvem fora da esfera ou dos canais da economia que é contabilizável. Isto acontece quando como se costuma dizer que alguém pretende ser mais Papista que o Papa, tentando colocar esta afirmação em palavras simples, quando se aumentam os impostos sejam eles diretos ou indiretos a propensão para que quem possa fugir aos mesmos desenvolva mecanismos de fuga ao pagamento dos mesmos e foi isso que aconteceu no nosso País, economia paralela haverá sempre, poderá ter maior ou menor amplitude, isso dependerá sempre das medidas tomadas pelo Estado.

Com os itens que temos já poderemos fazer uma caracterização da situação económica do País mas poderemos juntar muitos mais como sejam os indicadores da saúde, da educação e outros que como todos nós também conhecemos que não são famosos.

Assim sendo temos uma economia extremamente frágil assente em pilares pouco consistentes, assente em atividades especulativas, com um mercado de trabalho perfeitamente desnorteado e desestruturado, dependente do exterior e com uma autonomia financeira reduzida.

Abro aqui mais um parágrafo para salientar um aspeto que se me afigura da maior importância que é a nossa Balança Comercial, que é onde nós registamos o que compramos fora (importações) e o que vendemos para fora (exportações), também aqui a nossa fotografia não é boa estamos cada vez mais dependente do exterior a nossa capacidade de produzir internamente produtos ou bens para satisfazerem as nossas necessidades internas e exportar os excedentes tem diminuído drasticamente porque a economia dos Países para onde exportávamos também entrou em recessão.

Prescrições para a saída desta grave situação não há o que existem são medidas que podemos aplicar para inverter esta tendência, como já mencionei anteriormente apostar nos setores produtivos da economia, criar emprego através de investimento público ou privado rentável, acabar ou minimizar ao máximo a economia especulativa ou paralela, como queiram, apostar na saúde, na educação e no desenvolvimento sustentado do País apostando nas pessoas enas suas qualidades.

Lisboa, 18 de dezembro de 2015

Henrique Pratas

 

 

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