Crónicas da terra do faz de conta – A Saúde Mental!

11-12-2015 - Francisco Pereira

A infinita velhacaria como é tratada a saúde mental do nosso país, que aliás apresenta índices preocupantes de problemas mentais na população, faz-me classificar os nossos governantes e politiqueirotes de feira da ladra, com o terno epíteto de criminosos, e estou a ser o mais simpático possível.

Diga-se em abono da verdade que as políticas nacionais sobre a deficiência, qualquer que seja, são absolutamente mentecaptas e gritantemente miseráveis, porém no caso da saúde mental a coisa é ainda pior.

Descontem-se os inúmeros projectos e projectinhos da treta, que servem apenas para gastar dinheiros de fundos comunitários e encher os bolsos a alguns, os mesmos do costume.

Descontem-se as “inclusões” e outras patranhas que nos querem enfiar pela goela, onde por exemplo, alunos com, por vezes graves problemas cognitivos, são literalmente atirados para a escola pública, depois venham falar-me de “ranquingues” e outras alarvidades da mesma igualha, sem a presença de um terapeuta a tempo inteiro, sem sequer um auxiliar, competente, a tempo inteiro, acompanhados de forma atabalhoada, por uma coisa pomposamente chamada “Ensino Especial” que na realidade nem é ensino nem é e special, onde a menor das culpas, obriga a honestidade dizer, não é dos docentes.

Dizia eu que esses alunos ficam literalmente em semi abandono inclusivo, como fica bem no papel verificar, por vezes, há que ser honesto, contribuindo para destabilizar toda uma turma, incluímos um e excluímos vinte, um espectáculo estas políticas inclusivas, por este mero exemplo podemos aferir a qualidade, o interesse e a muita atenção que a saúde mental desperta nos politiqueirotes governeiros que temos tido a maior das desgraças em ter como governantes.

E se isto se passa com as crianças, com os adultos ainda é pior, falta tudo, excepto uma coisa que existe em abastança, o abandono, o laxismo e a incúria, atente-se que, não por falta de organismos, organizações e entidades, comissões disto daquilo e daqueloutro, prenhes de “doutoras” e “doutores” que na prática fazem peva.

Nem tudo é porém mau, saúdem-se várias instituições privadas, custeadas as mais das vezes pelos progenitores de pessoas com deficiências mentais, que vão valendo, mas infelizmente não são suficientes, e aqui voltamos ao mesmo, a absoluta incúria e inércia de um Estado que é incapaz de cuidar dos seus cidadãos portadores de deficiência mental, um Estado miserável, a soldo muitas vezes de interesses obscenos, como seja o salvar bancos falidos, que prefere esbanjar dinheiro em idiotarias, um tal Estado deveria ser processado, para que de uma vez por todas, os senhores que se sentam nos poleiros tivessem a decência de trazer a público, algo de novo no que concerne à protecção dos cidadãos portadores de deficiências mentais, que vivem em muitos casos no mais negligente a abjecto abandono.

Seria uma excelente pergunta para fazer ao actual ministro da Saúde, sobre o que está previsto pelo actual governo para esta área importante da saúde pública, sendo certo que não vale a pena perguntar aos anteriores, porque o resultado foi zero.

Não se esgota porém o tema da saúde mental, apenas com crianças e adultos portadores de problemas cognitivos mais ou menos graves. A saúde mental abarca imensas áreas, as neuroses, as depressões, veja-se o caso dos suicídios de pessoas ligadas à áreas das polícias, as psicopatias e sociopatias com ligações ao crime, enfim é todo um mundo que Portugal enquanto país, alegadamente desenvolvido, ignora com verdadeiro afinco.

Até quando, continuaremos a ser um país de faz de conta, um Estado falhado e falido, há séculos que vivemos de mão estendida, era interessante questionar os novos donos do poleiro, dado que o trabalho dos anteriores foi nenhum!

Francisco Pereira

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