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Para Memória Futura
Caros amigos, as decisões têm de ser tomadas por muito que doam.

04-12-2015 - Eduardo Milheiro

Cheguei à conclusão que o PDR não é o partido que eu pensava que seria, só me restava uma posição, sair, foi o que fiz. O texto que segue é a carta que enviei ao Partido apresentando a minha demissão e exclusão de filiado no mesmo.

Na verdade, esta minha decisão tem sido adiada porque tenho tentado convencer-me que seria possível mudar o rumo deste Partido do qual sou um dos fundadores, porém, tristemente cheguei à conclusão que consigo não se pode mudar nada. Na verdade, o que me dá a entender é que o partido é seu, e no partido só se faz o que o Marinho e Pinto quer, numa atitude um tanto autocrática, continuando o seu percurso de colagem à direita como demonstra nas suas declarações ao Expresso efectuadas na passada sexta-feira, insistindo em criticar a esquerda.

Cheguei a esta conclusão já um pouco tarde, pois embrenhei-me demais no partido e esta atitude não a consigo tomar de ânimo leve porque, na verdade, criei novos amigos e com certeza alguns inimigos, mas a vida é assim, quem não está bem, muda-se.

A minha paciência acabou. Não suporto ver um Presidente do Conselho Nacional – de escolha sua – todos os dias, usar no Facebook e nas páginas do PDR, uma linguagem de extrema-direita que me faz sentir envergonhado perante os amigos que tenho no espectro político, pois sou e sempre fui um homem de esquerda e o PDR está cheio de gente de extrema-direita, pessoas com quem eu não quero continuar a conviver. Pode-se ver pelo que escrevem e opiniões que dão – falam e muito, mas soluções não têm – e de direita tenho a certeza que são.

Além disso, como se isto não fosse suficiente, acresce a sua recusa em realizar uma Assembleia Geral de filiados – que é a vontade da maioria que compõe a Comissão Política e o Conselho Nacional. Esta Assembleia permitiria reorganizar um Partido que neste momento tem: menos dois elementos na Comissão Política; um Conselho de Jurisdição demissionário; um Partido que só funciona aos fins-de-semana, pois o seu Presidente como deputado do Parlamento Europeu está ausente durante a semana; e que na sua organização interna deixa muito a desejar. Repare que desde as eleições a 4 de Outubro, nunca mais ninguém falou no PDR, passam todos os acontecimentos e crises políticas e o PDR num silêncio sepulcral, isto não é um Partido, mais parece um grupo de amigos que se junta ao fim-de-semana para fazer umas reuniões e almoçar.

Não devemos ter medo da democracia. Em democracia temos sempre soluções e, neste momento, ir a votos e limpar a casa, seria fundamental.

Não sei porquê, mas na verdade, dos fundadores activos existem o Marinho e Pinto e o João Marrana, todos os outros saíram em litígio consigo ou estão por estar para ver o que vai suceder, sendo que um penso que foi afastado.

Não tenho dúvidas que um homem com o passado do Marinho e Pinto deveria ser um homem de esquerda, deu provas disso sem margem para dúvidas, mas perde-se quando começa a falar: ou fala de direito ou então, de repente, está a defender posições de direita e pronto a fazer alianças com o diabo, ou ainda a defender o Sócrates, o que nos custou dezenas de milhares de votos.

O Partido que eu queria não era este, de ressabiados que foram do PS do PSD e CDS, de gente que anda sempre em bicos dos pés para ver se tem algum protagonismo. Queria um partido que conseguisse trazer para a política os abstencionistas, a juventude, a luta contra a corrupção e a procura e luta por um verdadeiro Estado de Direito.

Depois, a grande confusão: não somos de esquerda, nem de direita, seremos sempre de um lado ou de outro, e não há que ter medo de o dizer. A nossa Declaração de Princípios ideologicamente é de esquerda, não vejo qual o problema em assumirmos isso, mas na verdade quem dirige e quem exerce influencia sobre o Marinho Pinto é de direita.

Como membro fundador com o número 112, apresento-lhe a minha demissão do Partido Democrático Republicano e de Membro do Conselho Nacional.

Sinto-me aliviado, voltei à minha condição de independente de onde nunca devia ter saído – ou a ter saído, ter ido para um partido de esquerda – mas como o convite foi feito pelo meu amigo Dr. Fernando Pacheco, decidi aceitar depois de algumas hesitações, até porque o Dr. Fernando Pacheco foi sempre um homem de esquerda, o que me dava a garantia de estar no caminho certo.

Eduardo Milheiro

 

 

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